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terça-feira, 21 de maio de 2013

ESTADO DE SÃO PAULO REGISTRA 90% DAS MORTES POR H1N1 DESDE O INÍCIO DO ANO.


imagens cedida pelo google.
Das 61 mortes registradas por H1N1 no país, entre 1º de janeiro e 12 de maio, 55 ocorreram no Estado de São Paulo, segundo balanço apresentado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (21).
São Paulo também concentra 84,5% dos casos graves da doença, chamada síndrome respiratória aguda grave. Até o início deste mês, o Estado notificou 1.863 casos graves de gripe, sendo que 328 foram confirmados para H1N1. No Estado, foram 183 mortes pela doença, 55 confirmadas para o tipo H1N1.
No país, foram 388 casos graves de H1N1 registrados e 61 mortes. As informações apontam para um grau elevado de mortalidade, chegando próximo a 9% se considerados os casos graves registrados no Estado de São Paulo e no país como um todo.
"É uma taxa alta para a gente, esperamos que possa cair para um número que seja razoável", afirmou Sônia Brito, secretaria substituta de vigilância em saúde do ministério.
A maior preocupação da pasta, este ano, é com o Estado de São Paulo. De acordo com o boletim da gripe, que cobre de 1º de janeiro a 7 de novembro de 2012 (e que inclui o período de maior transmissão da doença no país), São Paulo registrou 71 das 348 mortes por H1N1, o que equivale a 20,4% dos casos.
No ano passado, a maior concentração das mortes ficou com os Estados do Sul, que reuniram 54,3% delas.
FREIOS

Em coletiva nesta terça, o ministério alertou para a necessidade de ampliar medidas de prevenção. Um dos focos prioritários é a atenção às grávidas, grupo especialmente vulnerável ao vírus H1N1.
"Não existe forma de interromper a evolução de um aumento de casos de gripe, o que existe são maneiras de proteger a população mais vulnerável. Se faz com vacinação, identificação precoce dos casos e adoção do tratamento adequado. Não existe precedente no mundo de medida que tenha conseguido inverter uma curva epidêmica", afirmou Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de vigilância de doenças transmissíveis.
Segundo o diretor, a estação da gripe "começou antes". "Temos aumento no número de casos de síndrome respiratória aguda grave e Influenza nessas primeiras 19 semanas, que nos demonstram uma estação de Influenza bastante preocupante. Esses óbitos têm localização maior, neste ano, no Estado de SP. Temos identificado com maior frequência o vírus H1N1 pandêmico, que circulou ano passado com maior intensidade no Sul do país."
O ministério disse que iniciou, na sexta-feira passada, videoconferências com o Estado de São Paulo para monitorar a doença junto com o Estado. E, paralelamente, iniciou um esforço para identificação do motivo para o crescimento das mortes.
"A principal suspeita é que seja um caso muito similar ao do Rio Grande do Sul em 2012, onde a maior parte dos óbitos era de pessoas que tinham outras doenças e 65% eram dos grupos prioritários para época vacinação, e menos de 5% das pessoas que morreram em 2012 receberem o Tamiflu antes das 48 h previstas", afirmou o ministro Alexandre Padilha (Saúde).
Sônia Brito diz que, hoje, é "impossível" traçar o motivo exato para o crescimento no número de casos graves e mortes. "O desenho inicial que tivemos com a videoconferência de São Paulo é que mais de 50% das mortes foram em pessoas com doenças crônicas [alvo da campanha de vacinação]. Não sei se estavam vacinadas."
VACINAS
Apesar da antecipação da estação da gripe, a vacinação não poderia ter começado antes, defendeu o ministério. O país recebeu as doses de vacina entre março e abril e repassou os primeiros lotes para São Paulo em 4 de abril, explicou Brito.
"Quando fomos lançar a campanha de vacinação, fizemos o lançamento em São Paulo por quê? Já era o Estado com o maior número de óbitos, eram nove no dia do lançamento da campanha", afirmou o ministro.
"A proteção ótima da vacina dura de dois a dois meses e meio. Esse ano, a campanha começou antes do que no ano passado, mas não pode ser tão antecipada ou você não garante a proteção de quem mais precisa ao longo do inverno", explicou Padilha.
O balanço apresentado pelo ministério indica que a meta de vacinação contra a gripe foi superada, atingindo 83,78% do público-alvo da campanha. A meta de 80%, no entanto, não foi atingida integralmente para gestantes (73,61%) e indígenas (74,74%, dado que pode estar defasado pelas dificuldades de acesso).
No Estado de São Paulo, a vacinação cobriu 82,35% do público-alvo.
O QUE EVITAR
O infectologista Celso Granato, do Laboratório Fleury, diz que houve uma antecipação neste ano dos casos de gripe, que ocorrem mais comumente quando o tempo esfria, no início de junho.
Desta vez o início foi em maio. A população deve se prevenir usando máscaras e lavando a mão com álcool gel e evitando grandes concentrações de gente, diz.
PREVENÇÃO
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global. Entre os idosos, pode reduzir o risco de pneumonia em aproximadamente 60%, e o risco global de hospitalização e morte em cerca de 50% a 68%, respectivamente.
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da OMS, e é respaldada por estudos epidemiológicos e na observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
A única contra-indicação é para pessoas que têm alergia severa a ovo.
fonte:Folha de sp/camocim belo mar blog

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