A correção emitida nesta sexta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), afirmando que é menor (26%, e não 65%) a quantidade de entrevistados que concordaram com a ideia de que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas "desqualifica o Ipea, não nosso protesto", opina Nana Queiroz, criadora da campanha de Facebook "Eu não mereço ser estuprada".
"Isso porque 26% é uma porcentagem muito grande e vamos lutar até chegar a zero", diz Queiroz à BBC Brasil. "Na verdade não ficamos tristes, ficamos felizes, porque a sociedade está menos atrasada do que pensávamos."
Questionados se "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", 26% dos entrevistados concordaram total ou parcialmente; 58,4% discordaram totalmente.O Ipea pediu desculpas e afirmou, em comunicado, que "o erro relevante" foi causado por uma troca de gráficos: 65% refletem a concordância parcial ou total à pergunta "Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar".
"Com a inversão dos resultados, relatamos equivocadamente resultados extremos para a concordância com a segunda fase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates", prosseguiu o comunicado.
Mas o instituto ressalta que continua válido um número preocupante: 58,5% dos entrevistados concordaram com a ideia de que "se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros".
"As conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos", concluiu o comunicado, assinado pelos pesquisadores Natália Fontoura e Rafael Guerreiro Osório - que pediu sua exoneração do cargo de diretor de estudos e políticas sociais do Ipea.
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