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quinta-feira, 17 de abril de 2014

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ MORRE AOS 87 ANOS NO MÉXICO.

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Folhapress | cbm

O escritor morreu em sua casa, no México


Gabriel Garcia Marquez
O escritor ganhou o Prêmio Nobel de Literatua em 1982
AGÊNCIA REUTERS
O escritor colombiano Gabriel García Márquez morreu hoje, aos 87 anos, em sua casa, no México. O autor lutava contra a reincidência de um câncer que atingia seus pulmões, gânglios e fígado. Já bastante debilitado, ele recebia tratamento paliativo em casa. 
Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, García Márquez foi um dos principais nomes da literatura latino-americana no século 20. Publicou livros que se tornaram célebres, como "Cem Anos de Solidão" (1967), "Ninguém Escreve ao Coronel" (1961), "Crônica de uma Morte Anunciada" (1981) e "O Amor nos Tempos do Cólera" (1985). 
García Márquez fez parte, ao lado do peruano Mario Vargas Llosa, dos argentinos Julio Cortázar e Jorge Luis Borges, do cubano Alejo Carpentier e do mexicano Carlos Fuentes, do movimento literário que ficou conhecido como boom latino-americano
Os livros do grupo, que alcançaram vasta repercussão na Europa nos anos 1960 e 1970, tinham em comum a experimentação da linguagem, o diálogo com o gênero do realismo mágico, a reflexão sobre os rumos políticos e sociais da América Latina. 

O escritor colombiano, porém, por vezes questionou a classificação de "realismo mágico ou fantástico". "É só realismo. A realidade é que é mágica. Não invento nada. Não há uma linha nos meus livros que não seja realidade. Não tenho imaginação." 
Vida
García Márquez nasceu em 6 de março de 1927 em Aracataca, na Colômbia, filho de Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez. O relacionamento dos pais serviu de mote ao romance "O Amor nos Tempos do Cólera". 
Com dois anos, o escritor foi morar com os avós maternos, responsáveis por incutir no garoto o gosto por contar histórias. O avô, o coronel Nicolas Márquez, veterano da Guerra Civil Colombiana (1899-1902), narrava suas aventuras militares, e a avó Tranquilina Iguarán de Márquez, fábulas e lendas. García Márquez retirou dali, décadas depois, a inspiração para "Cem Anos de Solidão". 
Em uma entrevista de 1996, García Márquez comentou o vínculo entre sua infância e seus livros. "Acho que não existe nem uma linha sequer de todos os livros que escrevi que não tenha relação com minha infância. A infância é a grande fonte de tudo o que escrevo, a nostalgia é a principal matéria-prima do que escrevo", declarou. 
Em 1936, o garoto foi morar em Barranquilla, onde seu pai era proprietário de uma farmácia. 
Na adolescência, García Márquez travou contato com outra pessoa fundamental em sua formação: o professor de literatura Carlos Julia Calderón Hermida, que o incentivou a abraçar a carreira literária. O escritor dedicou a ele seu primeiro livro, "O Enterro do Diabo" (1955). 
Jornalismo e cinema 
Por insistência dos pais, García Márquez iniciou o curso de direito em Bogotá no final dos anos 1940, mas nunca se graduou. Logo enveredou pelo jornalismo, seu ganha pão durante anos, assumindo uma coluna no jornal "El Universal". 
Em 1954, consagrou-se no jornalismo ao trabalhar como repórter e crítico de cinema de "El Espectador", passando a exercer influência na vida cultural do país. No final da década tornou-se correspondente na Europa e, mais tarde, na Venezuela e nos Estados Unidos. 
"Eu não teria escrito nenhum dos meus livros se não conhecesse as técnicas do jornalismo, tanto na forma de obter e de elaborar a informação como na forma de utilizá-la no relato", afirmou em 1991. 
A carreira literária de García Márquez tomou impulso no começo dos anos 1960, com a publicação de "Ninguém Escreve ao Coronel" (1961) e "O Veneno da Madrugada" (1962).https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2556864432713944326#editor/target=post;postID=5570489696750151568Gabriel Garcia Marquez

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