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sexta-feira, 9 de maio de 2014

SÓ PRA QUEM É DE FERRO.

ANIVERSÁRIO

Ferroviário chega aos 81 anos sonhando em recolocar a máquina nos trilhos, tal como estava nos tempos da Rffsa


aniversario do ferroviario
Time da Vila Elzir Cabral tenta retomar seus tempos de glória após mais de oito décadas de existência. Para isso, o Tubarão da Barra do Ceará deverá passar por reformulações na direção do clube
FOTO: WALESKA SANTIAGO (13/04/2012)
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Bicampeonato de 1994/95 ainda permanece vivo na memória dos corais
FOTO: KIKO SILVA
Rebaixado pela primeira vez em sua existência para a Série B do Campeonato Cearense, o Ferroviário encontra basicamente em sua história os maiores motivos para comemorar os seus 81 anos de fundação, completados hoje.
O Tubarão iniciou até bem o ano, realizando a maior ação de marketing dos clubes locais, que foi a contratação do atacante Iarley, ídolo de várias torcidas e bicampeão mundial de clubes.
Estreou ainda com uma goleada de 7 a 2 no Crato e julgou-se que tudo iria dar certo. Entretanto, a sequência dos jogos, em forma de maratona, solapou os sonhos corais de chegarem ao título. Por fim, o time ficou em sétimo lugar, sendo rebaixado em campo. Agora, tenta na Justiça Desportiva, encontrar brechas em falhas de outros rivais para que possa voltar à Série A do Estadual em 2015.
Deserdado
Mesmo com 81 anos, o Ferroviário vive como que deserdado. Isso porque não existe mais o seu grande patrocinador, a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (Rffsa).
A Instituição era uma sociedade de economia mista, integrante da Administração indireta do Governo Federal, vinculada ao Ministério dos Transportes. Como o Ferrão se originou dos times dos funcionários da Estrada de Ferro, desde sua raiz a empresa fora o seu cordão umbilical. Seus presidentes normalmente eram engenheiros graduados da Rffsa, que já nutriam pelo clube um amor natural.
Mediante à conclusão de estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram transferidos para o setor privado os serviços ferroviários de carga. Essa desestatização ocorreu no período de 1996/1998.
O Ferrão ainda foi bicampeão nos anos 1994 e 1995, nos estertores do patrocínio, que sumiria de vez no biênio seguinte.
"Eu diria que o Ferroviário perdeu pai e mãe quando ficou sem esse patrocínio da Estrada de Ferro", lembra o ex-presidente coral, Rui do Ceará, campeão cearense de 1968 e considerado um dos maiores presidentes que o clube já teve.
Rui lembra que o Ferrão foi o último campeão cearense invicto desde 1968. "Nós, engenheiros da época, notávamos que, nos anos em que o Ferroviário era campeão, o índice de produtividade do transporte de carga aumentava", completa Rui do Ceará, eternamente lembrado pela família coral, mais ou menos como Valdemar Caracas, fundador do clube, já falecido.
Livro revelador
O ex-presidente coral, Evandro Ferreira, lembra o livro "Quando o Futebol Andava de Trem", que cita que os clubes de origem ferroviária foram perdendo a força e até se acabando, quando a Rffsa foi diminuindo o patrocínio. Conforme o livro, existiam centenas de clubes de origem ferroviária, mas que foram se extinguindo. Equipes que até não têm o nome de Ferroviário, têm sua origem na rede ferroviária.

O Ituano, por exemplo, campeão paulista de 2014, tem origem na Estrada de Ferro, tal como Paraná Clube, América (SP) e Rio Grande e Bagé, ambos do Rio Grande do Sul.
Conselheiro questiona modalidade de gestão
O ex-presidente coral, Carlos Mesquita, questiona a modalidade de gestão do Ferroviário do ano de 2014, e diz que a diretoria atual precisa sair por completo, por conta de erros cometidos.
"Nós, conselheiros, questionamos na última assembleia o fato de a diretoria atual ter afastado os antigos cardeais do clube, além de ter criado uma empresa para gerir o Ferroviário, que acabou fracassada. Eles criaram uma empresa chamada "Prado", para gerenciar o clube. Os membros dessa Prado eram os próprios dirigentes e até um funcionário, o Armando Desessards. Para completar, quando vendiam um jogador, 30% eram para a empresa e 70% para o Ferroviário. Isso não podemos admitir", censurou Mesquita.
O presidente atual, Edmilson Júnior, confirmou a criação da tal empresa citada por Carlos Mesquita, mas diz que tudo já foi encaminhado junto ao Conselho Deliberativo para que o contrato seja desfeito.
Programação
Polêmicas à parte, o Ferroviário não ficará sem aniversário. Atualmente o clube está sendo dirigido por Jeff Silva, que assumiu a vice-presidência e montou uma programação de festas, mas apenas para o sábado.
Para o dia, estão previstos, a partir das 9h, uma missa na Barra do Ceará; Jogo festivo entre diretoria, Ex-atletas e Torcida e uma confraternização com pagode e feijoada liberada para a torcida. A diretoria adverte que só terá acesso ao local os torcedores que estejam usando camisas alusivas ao Ferroviário.
ENQUETE
O que fazer daqui em diante?
"Exigir a renúncia imediata de toda a diretoria atual, que fracassou no projeto de soerguer o Ferroviário. Além disso, o clube trazer de volta os conselheiros antigos, como Flávio Assunção e Francisco Neto, para salvar o time"
Carlos Mesquita
Ex-presidente do Ferroviário
"Seria difícil dizer exatamente o que fazer porque o projeto que eu havia implantado não prestava para muitos conselheiros, mas acho que eles devem se reunir e repensar o clube, buscando investimentos"
Clóvis Dias
Ex-presidente, bicampeão cearense
Ivan Bezerra
Repórter
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