Páginas

sexta-feira, 13 de junho de 2014

MANIFESTAÇÕES FORA DE CAMPO EM TODO O PAÍS.

POPULAÇÃO NAS RUAS

Em várias capitais, incluindo Brasília, foram realizados ontem protestos contra o Mundial de futebol


Image-0-Artigo-1635013-1
Policiais durante protesto realizado ontem em Porto Alegre. A manifestação contra a Copa reuniu, segundo a Brigada Militar, cerca de 300 pessoas na cidade. Pelo menos, sete adultos e seis adolescente foram detidos na capital gaúcha
FOTO: REUTERS
Image-0-Artigo-1635046-1
A jornalista da CNN, Shasta Darlington, foi ferida por estilhaços de uma bomba lançada por policiais durante um ato na zona leste da capital paulista
FOTO: REUTERS
São Paulo. Centenas de manifestantes saíram às ruas de algumas capitais brasileiras para protestar contra a Copa do Mundo ontem, dia de abertura do Mundial, na capital paulista.
Em São Paulo, um protesto terminou em confronto entre policiais e manifestantes na zona leste. O grupo tentou fechar a Radial Leste, via de acesso ao estádio Itaquerão, onde ocorreu a partida entre Brasil e Croácia, mas foi impedido pela Tropa de Choque.
Os conflitos ocorreram justamente porque a PM tinha a ordem de evitar que manifestantes interditassem a principal via que leva até o estádio Itaquerão.
A polícia usou bombas de efeito moral e balas de borracha, o que provocou correria. Os manifestantes dispersaram por um momento, mas um novo confronto ocorreu por volta das 15h. Segundo a Polícia, os ativistas atiraram pedras contra uma tropa que estava protegendo o local.
Por volta das 16h, cerca de 30 manifestantes permaneciam no local e a Radial Leste estava parcialmente interditada no cruzamento com a avenida Aricanduva. Ao menos seis pessoas ficaram feridas, entre elas a correspondente do canal CNN, Shasta Darlington. Segundo balanço parcial da Polícia Militar, 31 pessoas foram detidas.
Já no Rio de Janeiro, a manifestação que começou pacífica, na manhã de ontem, no Centro, terminou com confronto entre PMs e manifestantes após três deles terem sido detidos e colocados em uma viatura.
O protesto reuniu cerca de mil pessoas, entre servidores da Educação, ativistas e membros de partidos de esquerda. Eles caminharam da Candelária até a Lapa, ambas no Centro, sem qualquer incidente, com gritos de protesto contra a Copa e carregando cartazes e bandeiras.
A PM acompanhava com um efetivo de agentes e homens do Batalhão de Choque à distância, além de um helicóptero.
Ao se concentrarem nos Arcos da Lapa, no entanto, após parte da multidão se dispersar, um tumulto se iniciou após os policiais deterem três manifestantes.
As demais pessoas que viram a cena protestaram e cercaram os PMs, que reagiram com spray de pimenta. Manifestantes, alguns mascarados, revidaram atirando vidros e pedras nos PMs.
No Distrito Federal, pelo menos três ativistas foram detidos quando um grupo de cerca de 80 pessoas tentava bloquear o Pistão Norte, um dos principais acessos à Fan Fest, em Taguatinga. Um manifestante teve a máscara arrancada pela PM. Mais cedo houve protestos também contra os gastos com a Copa, mas sem confrontos.
Na capital gaúcha, os manifestantes concentraram-se em frente à Prefeitura ao meio-dia e seguiram em marcha pelo Centro da cidade. A Brigada Militar do Rio Grande do Sul apreendeu sete adolescentes e deteve seis adultos após o protesto.
O clima ficou tenso às 13h30, e alguns comerciantes decidiram baixar as portas. Pelo menos três agências bancárias tiveram a vidraça quebrada, e o letreiro de uma lanchonete foi depredado. Placas alusivas à Copa foram alvejadas por manifestantes mascarados.
Por volta das 14h30, os manifestantes chegaram ao Largo Zumbi dos Palmares, na região central. Parte dos apoiadores da marcha se dispersou. Outros decidiram caminhar em direção à Fan Fest, promovida às margens do Rio Guaíba. Segundo a Polícia, havia ao menos 200 manifestantes na avenida Borges de Medeiros, uma das principais da capital gaúcha, no meio da tarde.
Na capital mineira, cerca de 400 pessoas de diversos movimentos sociais se reuniram no começo da tarde na Praça 7, em protesto contra os gastos com o Mundial e para reivindicar direitos sociais básicos.
"A nossa luta é pela moradia, contra a homofobia, pela cidadania. Queremos nossos direitos, queremos um lugar digno para morar", disse Juliana Alves, moradora da ocupação William Rosa. A reivindicação pelo transporte público também estava na pauta do protesto, que contou com o movimento Tarifa Zero BH. Desde o início da manhã, a região central da cidade foi monitorada pela PM. Um manifestante flagrado com um soco inglês foi conduzido à delegacia por porte de arma branca.
Norte e Nordeste
Protestos menores ocorreram ainda em capitais do Norte e Nordeste do País, como São Luís, Teresina, Belém e Maceió. Em Belém (PA), havia cerca de 200 manifestantes, e em Teresina, no Piauí, cerca de 50 pessoas. Sindicalistas e militantes participaram do ato contra a Copa.
Em São Luís, havia cerca de 200 pessoas de diversas categorias profissionais. Além da Copa, elas se manifestaram contra o reajuste de R$ 0,30 na tarifa de ônibus na cidade.
Em Maceió (AL), servidores federais participaram de carreata para pedir melhorias trabalhistas, com cerca de 50 veículos.
Repórter da CNN é atingida durante protesto em SP
São Paulo. A repórter da CNN Shasta Darlington, 44, afirmou ontem que estava preparada para possíveis protestos contra a Copa do Mundo no Brasil. Mesmo assim, ela foi surpreendida por uma bomba lançada por policiais contra "black blocs" durante um ato na zona leste de São Paulo, e acabou ferida por um estilhaço.
"Eu estava com capacete e máscara, mas tirei para fazer o ao vivo. Foi uma das primeiras bombas, por isso mesmo a gente não esperava", afirmou Darlington, que estava com a produtora da emissora Barbara Arvanitidis. As duas foram feridas por estilhaços e encaminhadas ao Hospital da Vila Alpina. Elas deixaram o local ainda durante a tarde, após atendimento.

Darlington é corresponde da CNN no Brasil há três anos e afirmou que não vê muita diferença entre as manifestações ocorridas recentemente no País e protestos que ela já presenciou na Itália. Ela avaliou que a atuação da Polícia Militar paulista tem sido diferente em cada protesto. "Acho que eles (policiais) têm reagido de forma diferente em protestos diferentes. Em algumas manifestações são bem mais organizados. Parece que aqui eles realmente não vão deixar ninguém ficar perto da Radial Leste. Dá a impressão que estão preparados para fazer o que têm que fazer", afirmou.
As duas jornalistas da CNN não são as únicas profissionais da imprensa que ficaram feridas durante o protesto de ontem. O fotógrafo Rodrigo Abd, 37, da Associated Press, também foi ferido por estilhaços de bomba na coxa e na canela. Ele reclamou que não teve ajuda após ter sido ferido, mesmo tendo pedido a moradores da região.
Um jornalista do SBT também ficou ferido por estilhaços. Ele foi atingido de raspão na região do olho.
Ao todo, as secretarias Municipal e Estadual de Saúde informaram terem atendido 11 pessoas feridas nos confrontos.
Meios de comunicação e analistas internacionais dedicaram atenção ontem ao sistema de segurança montado pelo Brasil, com apoio e treinamento de outros países, para garantir a segurança durante a Copa. As principais preocupações, afirmam veículos, são crimes comuns, protestos e atos terroristas.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2556864432713944326#editor/target=post;postID=3273290447642464427

Nenhum comentário:

Postar um comentário