Paciente de 39 anos morreu depois de aplicar hidrogel nas nádegas.
Segundo a Vigilância Sanitária de Goiânia, estabelecimento não tem alvará.
A clínica estética onde a paciente Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, fez uma aplicação de hidrogel Aqualift, localizada no Setor Parque das Laranjeiras, em Goiânia, foi interditada, na tarde desta terça-feira (28), por tempo indeterminado. Segundo a Vigilância Sanitária Municipal, o estabelecimento não tinha a documentação necessária para funcionar. A Polícia Civil investiga o caso.
A mulher morreu em um hospital da capital, um dia após passar pelo procedimento realizado por uma suposta biomédica. "A clínica de estética se encontrava irregular porque não possuía alvará sanitário, necessário para a realização de procedimentos do tipo dos que foram realizados aqui. Por isso, foi feita a interdição da clínica", afirmou Dagoberto Costa, chefe da Divisão de Fiscalização em Saúde da Vigilância Sanitária.
Maria morreu na madrugada de sábado (25) com suspeita de embolia pulmonar, após ser internada no Hospital Jardim América. Segundo a família, ela tinha passado pelo mesmo procedimento duas semanas antes de morrer, mas não gostou do resultado e voltou para fazer uma correção. Na segunda aplicação, ela passou mal e acabou falecendo após ir para o hospital.
De acordo Dagoberto Costa, a clínica pertence a uma enfermeira, que estava no local, mas não quis falar com a imprensa. Além da interdição, ela também recebeu uma multa no valor de R$ 2 mil.
Aos fiscais, a mulher afirmou que alugou uma das quatro salas da clínica para que a suposta biomédica fizesse a aplicação. Pela diária, na última sexta-feira (24), dia em que foi realizado o procedimento, ela pagou R$ 250. Segundo Dagoberto, a dona da clínica disse que não sabia o que seria realizado, mas, mesmo assim, ela deve responder pela morte.
"A gente imagina que ela [enfermeira] não se atentou para o fato de ser um procedimento tão importante e que poderia causar tanto risco à saúde de paciente. Realmente, ela vai responder como corresponsável pelo procedimento, já que ela permitiu que o ele fosse realizado num espaço em que ela era responsável", pontuou.
A clínica funciona no local há cerca de um mês. Durante a vistoria, não foi encontrado nenhum material impróprio para o uso. O hidrogel, segundo a enfermeira informou à fiscalização, era levado pela própria profissional que efetuou a aplicação.
O chefe da Vigilância Sanitária explicou que a colocação da substância só pode ser feita em ambiente hospitalar sob a supervisão de um médico. "Deixo até um alerta à população. Para se submeter a esse procedimento, tem que procurar informações sobre ele", salientou.
O boletim de ocorrência foi registrado por familiares da vítima ainda no sábado, no 8º Distrito Policial de Goiânia. Na segunda-feira (27), o caso foi transferido à Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Porém, nesta terça-feira (28), a polícia informou que a morte será investigada pelo 17º Distrito Policial, que atua na área do Parque das Laranjeiras, onde fica situada a clínica.
Resolução
Diante do ocorrido, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) vai publicar uma resolução proibindo o trabalho médico em estabelecimentos como clínicas de estética e salões de beleza.
Diante do ocorrido, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) vai publicar uma resolução proibindo o trabalho médico em estabelecimentos como clínicas de estética e salões de beleza.
A norma, que começa a vigorar na quarta-feira (29), proíbe a existência de consultórios médicos nestes locais, que não cumprem regras para o funcionamento destes e tampouco de salas de cirurgia para procedimentos com internação de curta permanência.
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