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terça-feira, 14 de outubro de 2014

DIARISTA É IMPEDIDA DE ASSUMIR CARGO PÚBLICO POR SER CONSIDERADA OBESA.

Mulher passou em concurso, mas foi impedida de assumir cargo. 

Prefeitura de Buritama (SP) informou que pediu explicações para o médico.

Do G1 Rio Preto e Araçatuba/CBM
Diarista Josiani Alves Nicolete foi impedida de assumir cargo  (Foto: Reprodução/ TV TEM)Josiani Alves Nicolete foi impedida de assumir cargo (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Uma diarista de Buritama (SP), aprovada em concurso público feito em 2013 para a vaga de agente de serviços gerais em uma creche, foi impedida de assumir o cargo na semana passada por ser considerada acima do peso, após passar por exame médico. Josiani Alves Nicolete, de 35 anos, pesa 125 kg e tem 1,62 m de altura. Ela foi informada pelo médico de uma empresa contratada pelo município que tem obesidade mórbida e, por isso, não seria admitida.
O médico que fez o laudo foi procurado pela reportagem da TV TEM, mas a clínica estava fechada. A prefeitura de Buritama informou que pediu explicações para o médico sobre o motivo de a candidata ter sido reprovada no exame admissional e que o caso vai ser analisado.
A diarista conta que pagou R$ 30 pela inscrição para mais de 250 vagas em vários setores da prefeitura. Quando fez a inscrição, nenhuma exigência de peso foi alertada. Ela passou para o cargo que prestou e aguardava ser chamada.

Após a nomeação, no último dia 4, pediu demissões nas residências onde prestava serviço e, dois dias depois, foi submetida a um exame médico onde ouviu do profissional que era gorda demais e não tinha condições de trabalhar na prefeitura. "Ele viu que era o pedido da prefeitura e disse que não iria me passar porque eu estava muito gorda", afirma.
Trabalhando quase todos os dias com limpeza, o salário que ela ganha mensalmente é quase o mesmo que receberia na prefeitura – cerca de R$ 900 – mas com a segurança de um trabalho fixo. "Na hora que saiu o concurso não tinha o perfil para o cargo, era uma taxa de R$ 30 e eu paguei, fiz a prova, fui convocada e o médico me impediu de trabalhar”, diz.
Josiane trabalha em loja de produtos agropecuários, onde ela faz limpeza do local. O chefe garante que nunca teve problemas com a funcionária. Para o engenheiro agrônomo Jan Marcel dos Santos, Josiani está sendo vítima de preconceito. “Ela nunca faltou, fez o serviço dela, nunca teve problema nenhum de saúde ou físico”, diz.
Bruna passou em segundo lugar no concurso da Secretaria de Educação (Foto: Marcos Lavezo/G1)Bruna passou em segundo lugar no concurso da
Secretaria de Educação (Foto: Marcos Lavezo/G1)
Outro caso
Em março do ano passado, a professora de sociologia Bruna Giorjiani de Arruda, de 28 anos, moradora de São José do Rio Preto(SP), foi impedida de lecionar no Estado de São Paulo após ser considerada obesa mórbida por um perito.
Quando estava inapta para assumir o cargo, Bruna pesava 110 quilos e media 1,65m, números que ela passou na primeira perícia, sem ser pesada ou medida pelo médico. Quando os exames chegaram à capital, o perito a considerou inapta, já que o IMC (Índice de Massa Corporal) era de 40,4, que é considerado como obesidade mórbida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), cujo limite é de 40.
Depois de pedir novas perícias para o Estado e emagrecer seis quilos, Bruna conseguiu a aprovação. Nesta última perícia em São Paulo, ela foi realmente medida com 1,62 de altura e 104 quilos, com IMC 39.
Na época, o Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo (DPME), se defendeu dizendo que “o exame tem o objetivo de avaliar não apenas a capacidade laboral no momento da perícia, mas sim fazer um prognóstico de sua vida funcional, de forma a ingressar numa carreira que dura, em média, 30 anos”. Ainda segundo a nota enviada, a obesidade, por si só, não é considerada fator impeditivo para o ingresso na carreira pública. Já no caso da obesidade mórbida (classificação OMS), faz-se necessária uma avaliação mais detalhada por causa de doenças oportunistas.
Bruna assumiu o cargo de professora na escola Genaro Domarco, em Mirassol (SP). "Desde quando fui considerada inapta, batalhei para assumir o meu cargo e consegui. Apesar de achar que não deveria fazer isso, não emagreci para conseguir o emprego, fiz isso por mim. Vou continuar lutando pelas professoras que ainda sofrem com este problema", afirmou a professora, na época.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2556864432713944326#editor/target=post;postID=7652273961338749680

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