Rei do Brasil no UFC 179, manauara é ficha limpa e não dá margem a Chad Mendes em decisão unânime por 49-46
Rio - Candidato ficha limpa, José Aldo não dá margem ao erro. Com uma atuação incrível, o manauara derrotou Chad Mendes num combate duro, com decisão unânime (49-46), e manteve o cinturão dos pesos-penas no UFC 179, neste sábado, no Maracanãzinho. Campeão nas urnas do MMA e vitorioso na vida, o lutador da Nova União salvou o show brasileiro no octógono e mantém sua dinastia.
O cinturão é dele: José Aldo mantém o título dos penas no UFC
Foto: Alexandre Brum
"O reinado está completo. Tem o rei, que sou eu, tem o príncipe, que é o Chad, e agora temos o bobo, que está falando muita besteira", provoca José Aldo, referindo-se a Conor McGregor.
Na segunda luta mais importante da noite, o meio-pesado Glover Teixeira decepcionou ao perder para Phil Davis, por decisão unânime. Fábio Maldonado fez o papel dele e derrotou o holandês Hans Stringer por nocaute técnico, aos 4min06s do segundo round.
Peso-leve: Diego Ferreira x Beneil Dariush
O brasileiro e o iraniano fizeram a luta mais parelha até aqui. Recheado de trocação franca e golpes contundentes, o combate entre eles não empolgou tanto quanto deveria, mas mostrou como os lutadores têm preparo físico e coração. Após três rounds duros, Dariush foi confirmado vitorioso por decisão unânime (triplo 30 a 27).
Com um cartel invejável, com 11 vitórias, Diego, de 29 anos, conheceu sua primeira derrota e vai ter de rever sua estratégia. Já Dariush emplaca seu segundo triunfo na divisão dos leves e segue sua caminhada em busca do sonho do cinturão.
"Ele se saiu bem no terceiro round e me surpreendeu um pouco nas tentativas de me colocar para baixo. Tentei segurar, mas comecei a me sentir cansado. Tentei dar o meu melhor, mas vou ter de deixar para a próxima agora", salientou Diego Ferreira.
Peso-pena: Darren Elkins x Lucas Mineiro
Dono de um muay thai de primeira, Lucas Mineiro deixou claro que veio para trocar golpes. Elkins, porém, estava disposto a amarrar a luta. O primeiro round foi bem movimentado, com o brasileiro magoando o rosto do rival e evitando quedas. Mas, aos poucos, o jogo do americano foi sobressaindo e ele tomou conta do combate. Elkins amarrava na grade e fazia o tempo passar.
Insatisfeita, a torcida vaiou a falta de combatividade, mas ficou enlouquecida quando Mineiro se desvencilhou da pegada e aplicou um belo high kick no rosto de Elkins. Mas foi pouco para a etapa. No último assalto, nada se modificou e Elkins seguiu pontuando, embolado na grade com Mineiro. O resultado final foi amargo para Mineiro, que aceitou passivamente o estilo do oponente: derrota por decisão dividida (30-27, 27-30 e 30-27).
Peso-meio-pesado: Fábio Maldonado x Hans Stringer
O holandês Hans Stringer não veio para se arriscar. A tática era colocar Fábio Maldonado de costas no solo e o êxito foi alcançado no primeiro round. Por cima, ele desferiu golpes potentes e cotoveladas que sangraram o brasileiro. Maldonado parecia atônito e sem reação.
O segundo assalto começou da mesma forma, como um filme repetido, mas a garra do brasileiro mudaria a história: Maldonado se recuperou e encurralou Stringer no canto. Cansado, ele foi presa fácil para o meio-pesado, que desferiu golpes até que o árbitro encerrasse o combate. Nocaute técnico aos 4min06s do segundo round. Após o triunfo, Maldonado subiu na grade do octógono e foi abraçado por Anderson Silva, numa cena épica.
Fábio Maldonado comemora a vitória com Anderson Silva
Foto: Alexandre Brum
"Há muito tempo não via o Anderson. Pra mim foi um prazer saber que está tudo bem. Ele é um ser humano como eu, nós temos sentimentos. Nessa vida, nós temos de aprender que às vezes estamos errados, mas a vida passa", analisou Maldonado sobre o abraço do Spider.
"Galera, eu achava que eu lutava mal no Brasil, porque sou muito emocionado. Eu bebo cerveja com vocês e dou abraço em vocês! Mas estou pegando o lado psicológico, o Patricio e o Patricky Pitbull me ajudaram. Não aceito perder por nocaute ou finalização. Eu quero sair desmaiado daqui, mas vou deixar meu sangue no octógono", acrescentou o brasileiro, emocionado.
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Phil Davis
Na segunda luta mais esperada da noite, Glover Teixeira resistiu o quanto pôde à tática de Phil Davis, mas morreu no início do segundo round. Enquanto teve gás, frustrou o americano com seu jogo eficiente de quedas e conectou bons golpes de encontro. O terceiro e último round foi sob vaias e arrastado. Glover era jogado de um lado para o outro e não conseguia se desvencilhar da pegada forte do americano, fera no wrestling. O Rio de Janeiro definitivamente traz sorte para o Senhor Maravilha, apelido do americano. Aqui, ele venceu Lyoto Machida, Wagner Caldeirão e, agora, Glover. Decisão unânime, com triplo 30 a 27.
"Tem muita gente me chamando de Assassino Brasileiro, mas não gosto desse apelido. Sou um cara cristão e isso não combina comigo. Se ainda tem alguém que quero encarar, esse cara é o Anderson Silva", afirmou Phil Davis, após o combate.
Peso-pena: José Aldo x Chad Mendes
A luta começou tensa. Chad estava visivelmente mais forte e mais pesado. Franco atirador, o americano foi com tudo para cima nos primeiros minutos e conectou um cruzado que levou José Aldo ao chão. Um knockdown que assustou o Maracanãzinho. Refeito do baque e com o nariz sangrando, o brasileiro entrou no jogo e começou a desferir golpes. Low kicks e golpes de encontro foram debilitando Chad. Perto do fim, foi o americano que levou um knockdown e quase foi nocauteado. No estouro do relógio, Aldo conectou seuqência e Chad chegou a cair de novo, mas o tempo havia acabado.
José Aldo castiga Chad Mendes: duelo eletrizante e vitória do brasileiro
Foto: Alexandre Brum
Os lutadores diminuíram o ritmo no segundo assalto, mas o combate ainda era eletrizante. Mais técnico, Aldo desferia diretos e cruzados que minavam o oponente. Um high kick quase levou Chad à lona, mas o americano resistiu bravamente. O terceiro round começou com troca franca de golpes, em que José Aldo parecia querer liquidar o rival. Apoiado pela torcida, ele aplicou novo knockdow, mas Chad mostrou recuperação assustadora.
Com o olho esquerdo quase fechado, José Aldo apenas administrou o quarto round e sofreu algumas pancadas contundentes, mas resistiu o quanto pôde. No último assalto, Chad decidiu que não dava mais para trocar e foi logo catando as pernas do brasileiro. No solo, o combate foi amarrado e sem combatividade. Aldo, então, escalou a tela, ficou de pé e desferiu um cruzado certeiro no rosto de Chad. Os minutos finais foram tensos, mas o brasileiro soube controlar o combate e não deu brecha para o erro. Por decisão unânime (triplo 49-46), José Aldo se mantém campeão dos penas do UFC.
"Acho que todas as lutas são duras para mim. Muito obrigado, galera, sem vocês aí, eu não seria ninguém hoje!", disse José Aldo.
Resultados do card principal do UFC 179, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro
José Aldo venceu Chad Mendes por decisão unânime
Phil Davis venceu Glover Teixeira por decisão unânime
Fábio Maldonado venceu Hans Stringer por nocaute técnico aos 4m06s do R2
Darren Elkins venceu Lucas Mineiro por decisão dividida
Beneil Dariush venceu Carlos Diego Ferreira por decisão unânime
Phil Davis venceu Glover Teixeira por decisão unânime
Fábio Maldonado venceu Hans Stringer por nocaute técnico aos 4m06s do R2
Darren Elkins venceu Lucas Mineiro por decisão dividida
Beneil Dariush venceu Carlos Diego Ferreira por decisão unânime
* Colaborou Ulisses Valentim
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