Corpo será enterrado na sexta-feira, em cemitério de Aparecida de Goiânia.
Irmã continua em estado gravíssimo e precisa de doações de sangue.
Familiares estão abalados com a morte da gêmea Anny Beattriz, que nasceu unida pelo tórax e abdômen à irmã, Anny Gabrielly. O bebê, de apenas 29 dias, morreu nesta quinta-feira (8), em Goiânia. Tia das meninas, Jeszy dos Santos Guedes Oliveira, de 25 anos, afirmou que o pai, o agricultor Jeiel dos Santos Guedes, está arrasado. “Ele está inconsolável, se apegou muito às meninas, ia todo dia visitá-las. Ele chora sem parar”, disse a jovem.
A menina teve falência múltipla dos órgãos e morreu, às 5h45, no Hospital Materno Infantil (HMI), onde estava internada desde que nasceu. A irmã permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, em estado gravíssimo e respirando com a ajuda de aparelhos.
Embora os pais sejam de Ibipeba, na Bahia, o velório e enterro serão em Goiânia, já que grande parte da família vive na capital e também em Brasília. O velório está previsto para começar às 17h30 desta quinta-feira, em uma igreja do setor Mansões Paraíso, e o enterro será na sexta-feira (9), no cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia, ainda sem horário definido.
Separação
As gêmeas passaram por uma cirurgia de urgência para separação, no último dia 3, após apresentarem piora do estado de saúde. Elas compartilhavam o fígado e tinham dois corações, interligados entre si. Além disso, Anny Beattriz possuía dois rins e Anny Gabrielly, apenas um.
As gêmeas passaram por uma cirurgia de urgência para separação, no último dia 3, após apresentarem piora do estado de saúde. Elas compartilhavam o fígado e tinham dois corações, interligados entre si. Além disso, Anny Beattriz possuía dois rins e Anny Gabrielly, apenas um.
A morte de uma das meninas dividiu os sentimentos da família, que, até então estava esperançosa na recuperação das duas e agora reza para que Anny Gabrielly sobreviva. “É inexplicável o que estamos sentindo. Ela foi guerreira enquanto pode, mas é a vontade de Deus. Isso nos deixa muito triste, mas ainda estamos felizes pela outra, que está lutando para sobreviver. Cada minuto em que ela continua respirando é uma vitória”, disse a tia.
O HMI adiantou que Anny Gabrielly precisa de bolsas de sangue do tipo O positivo. Quem puder ajudar, pode fazer doações no Hemocentro, que fica na Avenida Anhanguera, nº 5.195, no Setor Oeste, em Goiânia.
Complicações
A cirurgia foi considerada "muito complicada" pela equipe médica. Segundo Calil, uma das gêmeas estava sobrecarregando os órgãos e o sistema circulatório da irmã. A má formação de determinados órgão também dificultou todo o processo. “Havia um vaso de grosso calibre que fazia uma ponte, unindo os dois corações. Tivemos que romper e suturar essa ponte. O fígado que as duas compartilhavam era muito espesso para as duas”, relata.
A cirurgia foi considerada "muito complicada" pela equipe médica. Segundo Calil, uma das gêmeas estava sobrecarregando os órgãos e o sistema circulatório da irmã. A má formação de determinados órgão também dificultou todo o processo. “Havia um vaso de grosso calibre que fazia uma ponte, unindo os dois corações. Tivemos que romper e suturar essa ponte. O fígado que as duas compartilhavam era muito espesso para as duas”, relata.
Além dessas dificuldades, uma das gêmeas teve uma parada cardíaca durante a operação, mas foi revertida pela equipe na sala cirúrgica. Por fim, Calil destaca que, como as siamesas não tinham pele suficiente para cobrir o local da operação, foi necessário usar telas de tecido artificial para fazer o preenchimento.
De acordo com o HMI, 12 profissionais, entre cirurgiões pediátricos, médicos intensivistas, anestesistas, cardiologistas, nefropediatra e enfermeiros participaram da cirurgia de separação.
Após o procedimento, o cirurgião Zacharias Calil afirmou que o quadro das gêmeas separadas era crítico e as chances de sobrevida eram menores do que 1%. Segundo ele, o ideal seria que elas tivessem passado pela cirurgia entre 6 meses e 1 ano de vida, mas a operação devido a uma piora no quadro de saúde das irmãs.
“As condições delas eram muito ruins e, na última sexta-feira [2], pioraram ainda mais. Elas estavam azuladas e, se a cirurgia não tivesse sido feita, não teriam sobrevivido a mais 48 horas. Por ter o coração interligado por uma veia de grosso calibre, elas estavam trocando material tóxico, ou seja, bactérias, entre si”, afirmou.
Agrotóxicos
As gêmeas nasceram em 10 de dezembro, aos oito meses de gestação, no HMI. A mãe e o pai descobriram que as duas eram siamesas no sexto mês. “No sétimo mês, tivemos a certeza absoluta da situação delas e da gravidade. No oitavo mês, nós viemos para Goiânia”, relatou o pai, Jeiel dos Santos Guedes.
As gêmeas nasceram em 10 de dezembro, aos oito meses de gestação, no HMI. A mãe e o pai descobriram que as duas eram siamesas no sexto mês. “No sétimo mês, tivemos a certeza absoluta da situação delas e da gravidade. No oitavo mês, nós viemos para Goiânia”, relatou o pai, Jeiel dos Santos Guedes.
De acordo com Calil, cerca de sete meses antes de engravidar, a mãe dos bebês foi exposta a agrotóxicos, já que ela vive em uma zona rural. Ele suspeita que essa seja a causa da gravidez com gêmeos siameses.
“Estudos comprovam que essas alterações no meio ambiente podem causar má formação em fetos. No caso delas, em específico, acredito que os agrotóxicos tenham sido os responsáveis. Porém, não existe ainda uma literatura médica que comprove essa ligação”, afirmou o cirurgião.
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