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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

VÍDEOS MOSTRAM EXPLOSÕES E 'DESESPERO' EM TREM DO METRÔ EM BRASÍLIA-DF.


Homem filmou passageiros pulando cerca ao lado do trilho após pane no trem.
Metrô diz que suposto fogo foi acionamento de dispositivo de segurança.

Do G1 DF

Um vídeo feito por um morador de Águas Claras, no Distrito Federal, mostra uma explosão e um princípio de incêndio em um trem do Metrô na tarde desta quinta-feira (23), depois da forte tempestade que caiu na capital. Em outra imagem, um passageiro filma o momento em que os ocupantes do vagão pulam a cerca ao redor dos trilhos temendo novas explosões e intoxicação pela fumaça (veja abaixo). Os vídeos foram enviados pela plataforma VC no G1.
Pareciam relâmpagos, só que amarelo. Não víamos o próprio fogo, mas o clarão desse fogo. E aí começou a sair fumaça preta, e essa fumaça vinha na nossa frente, e o pessoal começou a entrar em desespero. Começaram a puxar a alavanca de emergência e nada funcionava, nada abria. Começou a encher de fumaça dentro. As pessoas foram ficando cada vez mais desesperadas, achando que seriam intoxicadas por aquela fumaça."
Hugo Veiga Santos,
professor
O incidente ocorreu entre as estações Arniqueiras e Águas Claras, por volta de 19h30, horário de grande movimento. Uma mulher passou mal e precisou ser encaminhada para o hospital. Segundo os bombeiros, quatro pessoas com necessidades especiais que não conseguiam se locomover precisaram ser resgatados pelos militares. Os militares tiveram que andar de 2 a  3 km pelo trilho para acessar o vagão.

Autor das imagens, o empresário Bruno Megale diz que estava no quinto andar de um prédio na rua 19 Norte quando ouviu a explosão, seguida de gritos.
"Minha varanda fica ao lado do metrô. Ouvi a explosão, e quando fui ver, estava cheio de fumaça. Fui filmar, quando ouvi explodir de novo", diz. "Começou a gritaria na hora que explodiu, e ficou tudo fechado. Uma pessoa de repente estourou o vidro, e quando estourou, as portas se abriram. O metrô estava lotado, lotado."
O professor Hugo Veiga Santos estava dentro do vagão no momento da explosão e diz ter vivido momentos de pânico. Ele afirma que o trem começou a apresentar problemas assim que partiu da estação Arniqueira, em direção a Ceilândia.


"O ar condicionado desligou e, em seguida, a própria máquina do metrô parou. Depois, continuou a andar como se estivesse em ponto morto. Ele tentava dar partida e não conseguia, até que parou. E nessa de ficar dando partida, a gente começou a ver fagulhas, muito, muito forte, muito altas", diz.
"Pareciam relâmpagos, só que amarelos. Não víamos o próprio fogo, mas o clarão desse fogo. E aí começou a sair fumaça preta, e essa fumaça vinha na nossa frente, e o pessoal começou a entrar em desespero. Começaram a puxar a alavanca de emergência e nada funcionava, nada abria. Começou a encher de fumaça dentro. As pessoas foram ficando cada vez mais desesperadas, achando que seriam intoxicadas por aquela fumaça."
Santos afirma que nenhum funcionário orientou os passageiros. "Não tinha ninguém, nada, nenhuma mensagem daquele sistema de som, nada disso", diz. "As portas abriram, mas muita gente ficou com medo de descer e tomar um choque. Porque choque de metrô, não é choque de tomada. Até que, não sei por que, alguém começou a descer e viram que dava para pisar nos trilhos."
Os passageiros então desceram dos trilhos para um barranco gramado. "Fomos descendo, mas onde estávamos era muito alto. A gente tinha que pular, e tinham muitas senhoras de idade. Os passageiros que já tinham pulado e estavam embaixo. Diziam para as senhoras pularem, que amparariam a queda. E assim foi feito."
Passageiros pulam cerca para deixar trilho do Metrô-DF em Águas Claras (Foto: Inez Lopes/G1)Passageiros pulam cerca para deixar trilho do
Metrô-DF em Águas Claras (Foto: Inez Lopes/G1)
Depois de andar um pouco ao lado do trilho, o grupo descobriu que havia um vão pela cerca, por onde desceram.  Santos afirma que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros chegaram 15 minutos depois.
"Para um carro que estava superlotado, foi muita sorte o fogo não ter se espalhado, porque se tivesse, com a demora em abrir a porta, teria morrido gente queimada ali dentro. Não tinha espaço nem para dar um passo, parecia lata de sardinha mesmo."
Com a chuva, duas estações do Metrô ficaram alagadas. O problema afetou a estação Concessionárias, em Águas Claras, e a estação Praça do Relógio, em Taguaginga, que teve de ser interditada por mais de duas horas.

Em nota, o Metrô-DF informou que o que pareceu um início de incêndio foi, na verdade, o acionamento de um dispositivo de segurança utilizado para cortar a corrente elétrica em caso de elevações bruscas de energia quando ocorre algum problema no trem.

A companhia informou que o arco elétrico é controlado e normalmente não precisa de interferência do Corpo de Bombeiros. O Metrô informou à corporação que havia cerca de mil pessoas em cada trem.
Além dos dois trens em Águas Claras, outros dois tiveram que parar fora da estação, no Guará. Passageiros também tiveram de descer a pé. Como medida de segurança, todos os trens tiveram de deixar de funcionar. Já passavam de 22h quando os trens voltaram a circular normalmente, segundo o Metrô.

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