Evento em Bauru (SP) resultou na morte de estudante de 23 anos.
Pais da universitária agradecem apoio à filha e lamentam ocorrido com rapaz.
A estudante Gabriela Alves Correa, de 23 anos, teve alta do hospital em Bauru (SP) na tarde desta quinta-feira (5). Ela estava internada no Hospital Estadual desde o último sábado (28), depois de participar de uma festa universitária que resultou na morte de Humberto Moura Fonseca, quando estudantes fizeram competições com bebidas alcoólicas. Gabriela, a última jovem a ter alta, e outros dois universitários ficaram internados em coma alcoólico.
Os pais de Gabriela Alves Correa, que preferiram ter a identidade preservada, enviaram uma carta à imprensa agradecendo ao apoio das pessoas. “Agradecemos a Deus pelo renascimento da nossa filha e pela oportunidade que ela recebeu de aprendizado e recomeço”, escrevem.
Os outros dois jovens tiveram alta durante a semana. Matheus Pierri Carvalho, estudante de engenharia elétrica, saiu do hospital na segunda-feira (2). E a estudante de Sorocaba (SP),Juliana Tiburcio Gomes, de 19 anos, que também entrou em coma alcoólico na festa, deixou o hospital na terça-feira (3).
Eles participaram de uma competição envolvendo bebidas alcoólicas em uma festa de integração. Em um vídeo divulgado na internet é possível ver vários estudantes sentados em uma grande mesa, com copos plásticos que são abastecidos com vodca, em meio a um clima de festa. Na “maratoma”, como o jogo é chamado, vence quem beber mais, sem passar mal.
Os pais dela também falaram sobre a morte do colega de faculdade da filha. “Nossos sentimentos pela família do Humberto, cuja perda é irreparável”, lamentam.
Na carta eles dizem que é hora de pensar nas consequências do do fato e em como evitar possíveis tragédias. “Só podemos esperar que as próximas festas tenham infraestrutura melhor. Que os organizadores sejam mais responsáveis e que haja maior fiscalização e rigor das autoridades para que fatalidades como essa não voltem a ocorrer”, pedem.
Sobre o envolvimento da faculdade na venda de ingressos dentro do campus, a mãe afirma que não é responsabilidade da Unesp, mas que faltou fiscalização, já que a venda deveria ser proibida. “Esperamos que haja uma maior fiscalização por parte da Universidade nos eventos que envolvam seu nome.”
Investigação
O Ministério Público abriu um inquério civil público para investigar a realização da festa. Há 30 dias, o MP já havia aberto um inquérito para investigar as festas irregulares que acontecem na cidade, a ação foi movida após várias denúncias. Pelo menos 60 festas foram canceladas pelas redes sociais.
O Ministério Público abriu um inquério civil público para investigar a realização da festa. Há 30 dias, o MP já havia aberto um inquérito para investigar as festas irregulares que acontecem na cidade, a ação foi movida após várias denúncias. Pelo menos 60 festas foram canceladas pelas redes sociais.
O trabalho do MP já conseguiu impedir duas festas na cidade e a médio prazo quer acabar com as festas com open bar. "O objetivo é apurar quem estava atrás disso (da festa), qual era a intenção, se iria haver lucro, certamente sim, e as péssimas condições que aconteceu isso, tanto é que uma pessoa morreu porque não havia sequer a estrutura mínima às pessoas que ali estavam", afirma o promotor de Defesa dos Direitos do Consumidor, Libório Nascimento.
Os pais ainda aconselham outros pais que possam passar pela mesma situação com os filhos na universidade. “Nós familiares desses estudantes precisamos estar atentos e orientar constantemente nossos filhos, principalmente os que estudam longe de casa. Afinal, são pessoas jovens e com um futuro promissor pela frente, que não podem ter suas vidas interrompidas de maneira tão trágica”, advertem.
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