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sábado, 25 de abril de 2015

MATERNIDADE ESCOLA DEIXA DE ATENDER BEBÊS PREMATUROS NO CEARÁ.

Funcionando com 50% acima da capacidade nas unidades neonatais e risco de infecção hospitalar, a Meac parou de receber gestantes com fetos prematuros ou que apresentem risco de permanecer na unidade
Bebê em encubadora na Maternidade Escola: mais de 50% acima da capacidade
A Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) não receberá mais gestantes com fetos prematuros ou com gravidez de risco por causa da superlotação, que já ultrapassa 50% da capacidade da unidade. O comunicado foi feito ontem, por meio de ofício, ao Hospital Geral Dr. César Cals, também unidade neonatal. O POVO teve acesso ao documento assinado pelo gerente de Atenção à Saúde da Meac, Carlos Augusto Alencar Júnior. Atualmente, a maternidade atende 32 bebês - 11 crianças a mais do que suporta. 
“Informamos que, em decorrência do excesso de recém-nascidos em unidades neonatais, especialmente as Unidades de Tratamento de Terapia Intensiva, a Maternidade Escola encontra-se impossibilitada de receber gestantes com fetos prematuros ou que tenham risco de admissão na referida unidade”, registra a nota do hospital.
O diretor clínico da Meac, Francisco Edson de Lucena, confirma a informação e diz que a suspensão dos atendimentos ocorre devido à superlotação na unidade neonatal. “Fortaleza só possui três unidades neonatais. O Hospital Geral, Hospital César Cals e a Maternidade Escola. Esses hospitais vivem superlotados, e, dependendo do volume, ultrapassam o limite de cuidado e aumentam problemas”, ressalta. 

Infecções
O diretor explica que a grande preocupação é em relação a infecções e óbitos de bebês. “Já tivemos no passado infecção e óbitos. Vivemos constantemente com superlotação. Não temos sequer bico de oxigênio disponível”, lamenta. O material a que se refere o médico funciona como um ponto para que o bebê respire de forma artificial. 

A solução para o problema, segundo Edson de Lucena, seria a abertura de novas unidades neonatais. No entanto, ele explica que, em vez de crescimento, tem notado a diminuição das maternidades. “Já foram fechadas mais de nove maternidades em Fortaleza. O Hospital da Mulher não funciona. Tentamos transferir pela manhã, mas não tem o básico. As outras unidades não recebem bebês prematuros e os que dão assistência a bebês pequenos estão superlotados.”
Ainda conforme o médico, os riscos de infecção em um hospital superlotado são grandes. “Existe um espaço mínimo que deve ter entre uma encubadora e outra. 

E se diminuir esse espaço, aumenta o risco de uma infecção generalizada na unidade”, alerta. Ainda não há data para que as pacientes voltem a ser atendidas.

32 bebês estão internados nas unidades neonatal da Meac

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