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sexta-feira, 15 de maio de 2015

HOSPITAL DO CEARÁ TEM 50 CRIANÇAS ATENDIDAS NOS CORREDORES, DIZ SIMEC.


Hospital Albert Sabin atendimento casos de alta complexidade com crianças.
Segundo Sindicato, 67% dos atendimentos seriam resolvidos nos postos.

Do G1 CE

Unidade de referência pediátrica no Ceará, o Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), em Fortaleza, atende prioritariamente casos graves de alta complexidade, como doenças crônicas,  infectocontagiosas e câncer. Cinquenta crianças estão internadas nessas condições atendidas nos corredores da unidade nesta quinta-feira (14), segundo o Sindicato dos Médicos do Ceará(Simec). O hospital enfrenta superlotação por falta de atendimento nos postos de saúde de Fortaleza, de acordo com os médicos.
Os casos de dengue e de sarampo, além das viroses comuns nesta época do ano, têm contribuído para a superlotação do Albert Sabin. Os prontos-socorros estão com movimento acima da capacidade normal de atendimento e há muita espera pelos corredores. As crianças choram e os adultos se desesperam, conforme mostram vídeos feitos no interior do hospital por médicos da unidade.
“Três horas nesse inferno, Deus o livre, meu irmão está tremendo e passando mal”, reclama a dona de casa Jeane Pinto. “Desde 7h30 da noite de ontem. Eu vim pra cá para ser consultada, não vim pra ser humilhada nesse hospital”, complementa a também dona de casa Eduarda Ferreira.
De acordo com a direção do Hospital Albert Sabin, 67% dos casos atendidos na emergência deveriam ser resolvidos em postos de saúde ou em Unidades de Pronto Atendimentos, as UPAs. “Uma criança dessa está sendo exposta, porque passam nesses corredores pacientes com meningite, catapora, sarampo. Então, você a expõe a condições piores do que quando chegou”, alerta o médico Edmar Fernandes.

Para o secretário interino de Saúde do Estado, Henrique Javi, as macas nos corredores não comprometem o atendimento  no hospital. “Todos esses pacientes estão sendo assistidos e bem assistidos. Leitos de retaguarda estão sendo providenciados”, explica.
A Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza pediu nesta quinta-feira o prazo de 15 dias para abastecer todos os postos de saúde da cidade com medicamentos em falta. O prazo foi estabelecido durante reunião com o Ministério Público.
Corredores da unidade têm 50 crianças, segundo sindicato (Foto: TV Globo/Reprodução)Corredores da unidade têm 50 crianças, segundo sindicato (Foto: TV Globo/Reprodução)
Crise na saúde
Há pelo menos dois meses os hospitais de Fortaleza enfrentam superlotação acima da média. Os postos de saúde têm falta de medicamentos, e os hospitais estão sem parte dos materiais para realização de cirurgias. Por conta da crise, o Sindicato dos Médicos do Ceará criou o índice "corredômetro", que contabiliza o número de pacientes nos corredores. Na tarde desta quinta-feira, 339 pessoas estavam nos corredores.
No fim de semana, acompanhantes de pacientes registraram fotos de pessoas sendo atendidas no chão do Hospital Instituto Doutor José Frota, da rede municipal de Fortaleza.
Buffet durante a crise
Em meio a crise no Hospital Geral de Fortaleza, um dos maiores do estado, fez licitação no valor de R$ 56 mil para realização de uma festa para os médicos da unidade, incluindo distribuição de brindes.
O governador Camilo Santana afirmou que cancelou o serviço de buffet do Hospital Geral de Fortaleza “assim que ficou sabendo”. “Mandei cancelar, não se admite, enquanto faltar medicamento, fazer buffet. Mandei cancelar ao ponto que tomei a informação, assim que tomei a informação”, afirmou. Em um primeiro momento, o governador questionou sobre que buffet se tratava a pergunta dos jornalistas. “Pergunte ao diretor do hospital, cada um faz a licitação. A informação você está me dando agora. Buffet de quê?”, aifrmou.
Dificuldade para fazer cirurgias
Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos Edimar Fernandes, cirurgias são canceladas por falta de material. "Tem médico para fazer as cirurgias, mas não tem um fio para fechar a cirurgia, não tem gaze para limpar. Não tem antibiótico, porque eu preciso algumas vezes quando vai fazer uma cirurgia", explica.
O governador Camilo Santana afirma que já solicitou todo o material em falta para abastecer os hospitais e que aguarda a distribuição por parte dos fornecedores. Nesta quarta-feira, ele se reuniu com diretores de todas as unidades para buscar soluções.
"Convoquei todos os diretores dos hospitais para avaliar os gargalos, os problemas, para buscarmos as soluções juntos. Estou vendo os leitos de retaguarda, como contratar os leitos de retaguarda para diminuirmos as filas nos hospitais. As medidas urgentes que forem necessárias nós estamos tomando", disse.

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