Material (cisternas) que lotam terreno do município de Granja é o mesmo que falta nas casas onde moradores não têm acesso à água.
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No Ceará, o período chuvoso também está acabando. Enquanto isso, mais de duas mil cisternas que deveriam ajudar milhares de famílias a armazenar a água da chuva ainda não foram instaladas. Elas estão amontoadas em um terreno há quase dois meses.
O material que lota um terreno do município de Granja, a 340 quilômetros de Fortaleza, é o mesmo que falta nas casas onde os moradores não têm acesso à água.
"A gente é obrigado a se deslocar daqui, pegar as caminhonetes, ir até uma nascente na serra, com uma distância de talvez uns 25 quilômetros, para poder reabastecer e trazer para o consumo do dia a dia", diz o agricultor Manuel dos Santos Neto.
Com as cisternas feitas de polietileno, um tipo de plástico, os moradores podem acumular até 16 mil litros de água da chuva. As enviadas pelo Governo Federal chegaram em março, no meio do período chuvoso. Agora ele está terminando e mais de 2,2 mil famílias, que esperam as cisternas, precisam improvisar.
"A pouca chuva que tem a gente apara em um balde, aproveita, a gente bebe e quando acaba o jeito é beber água ruim", conta a dona de casa Francisca dos Santos.
O Dnocs, Departamento Nacional de Obras contra a Seca, é o responsável pelas cisternas e informou que as famílias já estão cadastradas, mas ainda não podem receber os equipamentos, enquanto não termina um trabalho que está sendo feito para mapear a localização de cada casa e analisar a situação das famílias.
O coordenador do programa "Água para todos" diz que, nesta etapa, chamada de georeferenciamento, as cisternas são estocadas na cidade para que mais famílias possam vê-las e se cadastrar.
"Vai acontecendo, ao longo do georeferenciamento, a eliminação de algumas famílias que não estão dentro do critério, aí nós voltamos lá e fazemos uma nova seleção que a essa altura já existe uma nova demanda de famílias", explica Elias Benevides, coordenador do programa ‘Água para todos’.
Mas, para quem vê a solução para matar a sede tão perto de casa, sem poder desfrutar, o sentimento é um só.
"É um sentimento de tristeza e abandono no município. Porque faz tempo que essas cisternas chegaram e ainda não foram instaladas. Enquanto isso, a população ainda continua sofrendo. Sem saber quando elas vão ser instaladas", diz o motorista Valdemir Dourado.
O Departamento Nacional de Obras Contra a Seca declarou que todas as cisternas devem ser instaladas até novembro.
G1 da Globo
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