Médicos recusaram ajuda porque bebê já tinha mais que seis meses de idade
Erin Sutherland, de 36 anos, admitiu ter matado sufocada sua filha de dez meses, Chloe, porque estava sofrendo de depressão pós-parto e não conseguiu ajuda para se tratar, já que, na Escócia, onde ela mora, o serviço de saúde só oferece esse tipo de apoio para mães de bebês de até seis meses de idade.
No dia do crime, Erin havia recebido uma carta do ex-parceiro, que comentava sobre seus planos de acertar as visitas à filha. Depois de uma crise de depressão, Erin matou a menina, e mandou uma mensagem para uma amiga dizendo que havia colocado Chloe “para dormir”.
Erin, que já havia sido tratada de depressão pós-parto depois de dar à luz sua filha mais velha, desta vez foi recusada pelo CPN, serviço público de psiquiatria local. A justificativa da negativa, baseada na idade da bebê, revoltou a família, que contratou um advogado para representar o caso.
Iain McSporran argumenta que o sistema deveria ser diferente, para evitar tragédias como esta.
— Eles foram incapazes de oferecer ajuda, apenas porque a menina tinha mais de seis meses. Tudo poderia ter sido muito diferente.
No dia da morte da menina, Erin telefonou às 13h da tarde para um serviço de atendimento a mães com depressão pós-parto, e a atendente conta ter percebido que ela estava “ansiosa e parecendo assustada por causa de uma carta que havia recebido de seu ex a respeito das visitas à filha”.
O advogado explica que a funcionária perguntou ainda se Erin estava sentindo tendências suicidas naquele momento, ao que a mulher respondeu que não faria “nada estúpido”.
Mais tarde, a mãe avisou uma amiga de que Chloe “não estava mais lá”. Ao chegar à casa, a colega se deparou com o serviço de emergência já atendendo o caso.
Chloe estava pálida e sem respirar, e passou por tentativas de ressuscitação. Erin, por sua vez, pareceu estar inconsciente, mas se levantou e admitiu ter tomado uma overdose de medicamentos.
A National Society for the Prevention of Cruelty to Children (Sociedade Nacional de Prevenção à Crueldade contra Crianças) pede agora mais apoio e cuidados a famílias que estejam lidando com a depressão pós-parto.
Uma porta-voz da entidade ressalta que o caso de Chloe apenas aponta a urgência de que a questão seja tratada com maior seriedade.
— O apoio deve estar disponível por quanto tempo as famílias precisarem dele. Os profissionais de saúde devem ser mais bem treinados para aprender a lidar com a situação, priorizando os casos de depressão pós-parto. É preciso prevenir tragédias similares a esta no futuro.
Erin foi presa por homicídio, e agora aguarda julgamento.
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