Segundo Valdetário, cerca de 30 advogados, cinco magistrados e dez servidores da Justiça são investigados em suposto esquema de venda de sentenças.
Cerca de 30 advogados, cinco magistrados e dez servidores da Justiça são investigados hoje por envolvimento em suposto esquema de venda de alvarás no Ceará. A informação é do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Valdetário Monteiro. Segundo ele, há suspeita de que traficantes de outros Estados teriam inclusive pedido transferência para o Ceará para se beneficiarem da possível compra de sentenças.
“Suspeita é que traficantes do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, estavam sendo transferidos para o Ceará, e aqui postulavam, aos fins de semana, a possibilidade de obter liminares”, diz Valdetário. A "rede de informações" foi descoberta em interceptações telefônicas em presídios brasileiros.
Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 16, Valdetário comunicou que ações do Tribunal de Ética da OAB-CE estão paralisadas até a divulgação de dados coletados pela Polícia Federal no caso. Na manhã desta segunda, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), onde apreendeu documentos e computadores.
Em ação tocada pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o desembargador Carlos Feitosa foi afastado do cargo. Segundo investigações, alvarás determinando soltura de presos teriam sido vendidos por R$ 150 mil cada.
Advogados envolvidos
Valdetário destaca que as ações ainda correm em segredo de Justiça, não podendo ser revelados detalhes. Mas afirma que, em caso de irregularidades comprovadas, advogados envolvidos serão expulsos da OAB.
Valdetário Monteiro diz defender “investigações aprofundadas” para uma das “crises mais graves que o Judiciário já passou”. Segundo ele, é uma chance de fazer “assepsia” na Justiça do Estado. Ele reforça que mantém cobrança para que o TJ-CE entregue ao órgão mais informações sobre o caso. (com informações do repórter Renato Sousa).
Fonte: O POVO
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