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sexta-feira, 10 de julho de 2015

SOFIA VOLTA A SER INTERNADA NOS EUA APÓS ALTERAÇÕES EM EXAMES DE ROTINA.


Menina foi encaminhada à emergência por conta de uma reação alérgica.
Bebê havia recebido alta três meses após o transplante de cinco órgãos.

Natália de OliveiraDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Sofia voltou ao hospital após alteração em exame (Foto: Patrícia de Lacerda/Arquivo Pessoal)Sofia voltou ao hospital após alteração em exame
(Foto: Patrícia de Lacerda/Arquivo Pessoal)
A menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e seis meses, precisou ser internada novamente na noite desta quinta-feira (9), no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, após os exames de rotina apresentarem alterações. A informação foi confirmada ao G1 pela mãe da menina, Patrícia de Lacerda.
Sofia foi levada à emergência depois que os exames apresentaram alterações, um tipo de reação alérgica. "O corpo dela ficou cheio de pintinhas e ela coçava muito. E, com isso, o exame de sangue apresentou alterações", contou a mãe.
Por isso, novos exames – inclusive um raio-x dos pulmões – precisaram ser refeitos. "A Sofia voltou para o hospital por segurança até sair os resultados dos exames, que deve sair hoje [sexta-feira]. Já estamos instalados em um quarto", explicou Patrícia.
A alta da menina do hospital ocorreu exatamente um ano depois da chegada da família ao país, no dia 2 de julho. O transplante dos cinco órgãos (intestino grosso e delgado [que inclui o duodeno]; fígado; pâncreas e estômago) só foi possível após uma longa disputa judicial para que o governo brasileiro pagasse os custos da cirurgia, estimados em R$ 2 milhões.
O transplante foi comandado pelo médico brasileiro Rodrigo Vianna - que trabalha há três anos nos EUA - no dia 10 de abril. A cirurgia durou quase 10 horas. Sofia nasceu com a Síndrome de Berdon, que causa a má-formação dos órgãos do sistema digestivo. 

O retorno ao hospital após a alta médica foi encarado com dificuldade pelos pais da menina. "A Sofia é forte, mas voltar para o hospital não é fácil. Sabemos que tudo é para o bem dela e confiamos em Deus, que tudo vai dar certo".
Entenda o caso
Devido à complexidade da síndrome de Berdon, os médicos estimaram, no dia do nascimento de Sofia, que ela não passaria de um ano de vida. Porém, a menina contrariou as expectativas da medicina e comemorou seu primeiro aniversário no dia 24 de dezembro de 2014. "Quando temos fé, o impossível não existe. Quando temos perseverança, o impossível é possível. E a Sofia continua lutando com fé", disse Patrícia ao G1, na época.
Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia nunca esteve na casa dos pais, que moram em Votorantim (SP). Ela passou pelo Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP) e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. Neste período, passou por três cirurgias, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não era realizado no Brasil.
Por isso, uma campanha de iniciativa da própria mãe foi iniciada na internet, com o nome “Ajude a Sofia”, visando arrecar fundos para transferir a menina. Ao todo, a família arrecadou R$ 1,8 milhão. Mas os pais continuaram brigando na Justiça para que o governo brasileiro pagasse o valor da cirurgia.
Após diversas questões judiciais, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou, em julho do ano passado, a transferência da menina para o Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, especializado no tipo de procedimento ao qual Sofia precisava ser submetida, o transplante multivisceral.
Sofia havia recebido alta do hospital no último dia 2 de julho (Foto: Marcus Vinícius Souza/G1)Sofia havia recebido alta do hospital no último dia 2 de julho (Foto: Marcus Vinícius Souza/G1)

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