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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

PF ABRE INVESTIGAÇÃO PARA APURAR DENÚNCIA DE CUNHA.

Candidato à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou gravação na qual é relacionado a um suposto pagamento de propina

Marcela Mattos, de Brasília
O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha, apresenta uma gravação que supostamente seria usada contra ele em sua campanha pela presidência da Casa, nesta terça-feira (20)
O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha, apresenta uma gravação que supostamente seria usada contra ele em sua campanha pela presidência da Casa, nesta terça-feira (20)  (Alan Marques/Folhapress)
A Polícia Federal instaurou inquérito policial na noite desta terça-feira para apurar a autoria e o teror da gravação na qual o candidato à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é citado em uma negociata de dinheiro. A investigação do caso foi solicitada pelo próprio deputado. Em nota, a PF informou que Cunha será ouvido “no prazo mais célere possível” e que será realizada uma perícia no áudio da gravação. 
Nesta manhã, Cunha convocou a imprensa para divulgar a suposta gravação na qual dois homens, em tom de roteiro teatral, relacionam o deputado a um pagamento de propina. Um deles diz ter sido prejudicado e afirma que os amigos de Cunha “estão sendo esquecidos”. O outro interlocutor rebate: “Tenha tranquilidade que você vai ser remunerado”. De acordo com o peemedebista, a divulgação da conversa é uma forma de se antecipar “a uma nova tentativa de alopragem” que visa “constranger” a campanha dele. 
Cunha disse ter recebido a gravação em seu escritório no Rio de Janeiro, no sábado, pelas mãos de um suposto policial federal. O agente teria dito que o diálogo seria inserido em um inquérito e que quem estaria orquestrando a ação fazia parte da cúpula da Polícia Federal.
Em nota, a PF apontou que a denúncia encaminhada pelo parlamentar “não atribui a autoria da gravação a qualquer membro da Polícia Federal”. E continuou: “A PF reafirma que trabalha de forma isenta e imparcial, respeitando o devido processo legal. A produção de provas no curso de um inquérito policial atende as disposições legais. A regularidade dessas provas é acompanhada pelo Judiciário”. 

Lava Jato - Eduardo Cunha pode ser alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito das investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo divulgada no início do mês, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como "Careca", citou o nome do líder peemedebista como suposto beneficiário do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. De acordo com Cunha, um dos homens que aparece na conversa seria alguém tentando se passar pelo policial federal. Ele nega as acusações de integrar o esquema de corrupção e, à época, se disse ser vítima de uma "alopragem".  
Mesmo sendo líder do PMDB, o principal partido aliado ao Palácio do Planalto, Cunha é tratado como um candidato de oposição pelo histórico de dores de cabeça causadas ao governo no Congresso: ele já impôs uma série de derrotas ao Palácio do Planalto e costuma fazer exigências, como a negociação de ministérios, para permitir a aprovação de matérias de interesse. Com o petista Arlindo Chinaglia (SP) como rival na disputa, a relação de Cunha com o governo tornou-se ainda mais esgarçada. De acordo com Cunha, o Planalto estaria interferindo nas eleições ao oferecer cargos aos parlamentares que votarem  em Chinaglia. O pleito será realizado no dia 1º de fevereiro.
Fonte:Revista Veja Online/CBM

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