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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

POLÍCIA FAZ RECONSTITUIÇÃO DA MORTE DE PM QUEIMADO PELA ESPOSA EM MG.


Suspeito de participação fez reconstrução da cena do crime em Uberlândia.
Terceira pessoa pode estar envolvida na ação.

G1 Triângulo Mineiro/camocim belo mar blog

A Polícia Civil fez, na tarde desta quarta-feira (7), a reconstituição do assassinato do militar Silas Bonifácio da Silva, de 45 anos. O crime ocorreu no fim do mês passado, em Uberlândia. A reconstituição durou aproximadamente duas horas.

A esposa da vítima e um amigo da família são suspeitos de matar o policial militar, mas apenas Evani Feliz Santana, de 45 anos, conhecido como “Baiano”, participou da reconstrução dos fatos. Por ser um direito da suspeita, ela preferiu não participar. A dupla está presa e será indiciada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Uma terceira pessoa pode estar envolvida na ação criminosa.
Durante a reconstituição foram percorridos os locais onde os suspeitos estiveram antes e depois do crime. De acordo com o delegado de homicídios Helder Paulo Carneiro, responsável pelo caso, a reconstituição confirmou que o militar foi morto dentro da casa da esposa, no Bairro Tibery. “A mulher dopou o marido com um remédio para dormir e depois ligou para ‘Baiano’ pedindo para ele comparecer à casa dela. Quando o suspeito chegou ao local, a vítima, que estava dormindo no sofá da sala, foi enforcada pelo homem, que utilizou de um fio de aço na ação. A mulher usou um travesseiro para ajudar o amigo”, contou.
Depois de matar o militar, os suspeitos colocaram o corpo dentro do porta-malas do veículo da vítima. Segundo o delegado, a esposa de Silas Bonifácio saiu da casa dirigindo o carro e “Baiano” a seguindo em outro veículo. Eles pararam em um posto de combustíveis do bairro, onde o homem comprou a gasolina. Enquanto isso a mulher ficou aguardando na esquina do estabelecimento.
Polícia reconstituiu os fatos nesta quarta-feira (Foto: Fernanda Resende/G1)Polícia reconstituiu os fatos nesta quarta-feira (Foto: Fernanda Resende/G1)
Durante a reconstituição, “Baiano” negou ter ateado fogo no corpo do militar. “Ele contou que quando estava chegando próximo ao Bairro Ipanema, se arrependeu da ação e parou o carro próximo à casa dele. A mulher seguiu em frente. Depois de cerca de três minutos ele resolveu seguir e, quando chegou à estrada vicinal, se deparou com o carro da vítima em chamas e a mulher correndo e gritando ‘me queimei, me queimei’. Ela entrou no veículo que o homem estava e esses fugiram do local”, relatou Helder Carneiro.


O delegado contou que “Baiano” disse ter matado o militar por amizade à mulher dele, sem nenhum ganho financeiro. Helder Carneiro afirmou que há indícios que confrontam a informação contada por ele. “Há dados que implicam que a mulher estava ajudando ele na construção de um lava-jato e já teria dado R$ 1 mil e mais alguns sacos de cimento a ‘Baiano’. A polícia acredita que ele recebeu para fazer esse trabalho”, acrescentou o delegado.

O inquérito será encaminhado nesta quinta-feira (8) para apreciação do Judiciário. Mas a motivação do crime, segundo o delegado, não ficou comprovada. A polícia acredita que esteja ligada a questões financeiras da empresa, que vítima e suspeito eram sócios e a ameaças que a mulher disse ter recebido do marido.

Terceiro envolvido
Motocicleta apreendida vale R$ 35 mil (Foto: Fernanda Resende/G1)Motocicleta apreendida vale R$ 35 mil
(Foto: Fernanda Resende/G1)
Apesar de o inquérito ser encaminhado para a Justiça, Helder Carneiro informou que a Delegacia de Homicídios não irá cessar as diligências do caso.
Depois das investigações, a polícia apreendeu nesta quarta-feira (7) uma motocicleta avaliada em R$ 35 mil. O veículo está à disposição da Justiça. Segundo o depoimento do próprio dono do veículo, ele ganhou a moto da esposa da vítima, um mês antes do crime. Os dois seriam amantes.
O dinheiro para a compra da motocicleta, segundo a polícia, saiu da empresa onde mulher e vítima eram sócios. A polícia não descarta a possibilidade de a vítima ter descoberto que a mulher deu a moto ao possível amante tirando dinheiro da empresa. Eles já vinham brigando há vários meses em virtude da separação e da divisão de bens. “Vamos continuar as investigações para ver se esse presente tem alguma ligação com o crime”, concluiu o delegado.
Relembre o caso
Foi presa no dia 28 de julho, em Uberlândia, a mulher de um policial militar, suspeita de ter matado e ateado fogo no marido. Segundo o comandante da 9ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), coronel Dilmar Crovato, a Polícia Militar foi avisada que na estrada Terra Branca havia um veículo incinerado e, ao chegar ao local, se deparou com um carro queimado. Dentro do porta-malas estava o corpo de um homem. “Imediatamente acionamos a Polícia Civil. Quando procuramos saber de quem era o carro, pois não havia queixa ou suspeita sobre o mesmo, para a nossa surpresa constatamos que era de um policial militar. Depois disso entrevistamos uma pessoa e, num contato rápido, encontramos a mulher da vítima, que acabou confessando a autoria e participação no crime. Diante disso, demos a voz de prisão em flagrante”, contou o coronel.

Ainda segundo o Crovato, o policial estava ativo na corporação e, no dia anterior, estava de folga. Também de acordo com ele, o veículo queimado era particular.

Dias depois da prisão da mulher, a polícia prendeu um homem de 45 anos. O segurança Evani Felix Santana, 45 anos, conhecido como “Baiano”, confessou a polícia que ajudou a esposa da vítima durante o crime.

Depois das prisões, o delegado Helder Paulo Carneiro informou que o crime foi planejado há cerca de um mês. O policial militar Silas Bonifácio da Silva e a suspeita estavam em processo de separação há três meses, mas ele frequentava a casa dela, onde moram os dois filhos de 3 e 10 anos. Ainda segundo o delegado, “Baiano” era amigo da família há dez anos.
Suspeito passou em posto de combustíveis para comprar gasolina (Foto: Fernanda Resende/G1)Suspeito passou em posto de combustíveis para comprar gasolina (Foto: Fernanda Resende/G1
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