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domingo, 20 de julho de 2014

PESQUISADORES PEDEM MUDANÇAS PARA PROTEGER ATLETAS PANCADAS NA CABEÇA.

Choques podem levar jogadores de futebol a desenvolverem a CTE, doença com características similares ao Alzheimer.

 
Alguns lances da Copa de tão dramáticos acabaram provocando uma discussão que pode trazer mudanças no futebol. Como um jogador, depois de um violento choque na cabeça, continua em Campo? Isso aconteceu várias vezes durante o Mundial.
Foi tão forte que o jogador alemão Christoph Kramer saiu desnorteado do campo e no dia seguinte não se lembrava de nada do primeiro tempo do jogo.
Foram muitas pancadas na cabeça. Como nunca tínhamos visto em um Mundial.
O uruguaio Alvaro Pereira desmaiou em campo. A equipe técnica pediu substituição. Mas ele, enfurecido, quis voltar ao jogo.
Esta semana, em São Paulo, o Fantástico conversou com o jogador. “O que senti foi que foi um impacto forte, senti como se meu corpo estivesse dançando. Graças a Deus não foi nenhuma coisa grave”, conta Alvaro Pereira.
O Fantástico conversou pela internet com o médico da Fifpro, entidade que reúne jogadores do mundo inteiro, e ele me disse que Alvaro Pereira sofreu uma concussão e que ele não poderia ter continuado em campo.
Em uma concussão o cérebro sofre um deslocamento milimétrico, mas suficiente para feri-lo ao bater na caixa craniana.
“Nós vimos a força do impacto, o jogador perdeu a consciência e, um outro sinal comum em uma concussão: ele ficou confuso, não sabia onde estava”, explica o pesquisador Dennis Cardone.
Já se sabe que um atleta que sofre uma pancada forte na cabeça ou várias pancadas leves durante o decorrer da sua carreira pode desenvolver uma doença chamada CTE: Encefalopatia Traumática Crônica. Uma doença que tem as mesmas características e os mesmos sintomas do Mal de Alzheimer e que antigamente era conhecida como Demência Pugilística, porque acreditava-se que ela só atingia os boxeadores. Hoje já se sabe que os jogadores de futebol também correm esse risco.
Bellini, o capitão do primeiro título da seleção brasileira em 1958, morreu este ano aos 83 anos com diagnóstico de Alzheimer. O cérebro foi enviado para pesquisas porque existe a suspeita de ele ter sido, na verdade, vítima de CTE.
Outro atleta brasileiro, o boxeador Maguila, vive esse dilema. Há mais de dois meses no hospital, não se sabe se ele é uma vítima do Mal de Alzheimer, ou se ele tem CTE, em decorrência das pancadas que levou na cabeça.
O Fantástico foi até Boston, conversar com Christopher Nowinsky, um ex-lutador de luta livre. Ele contou que depois de uma pancada durante uma luta, desmaiou e passou cinco anos sofrendo com fortes dores de cabeça.
Ele pode ser uma vítima da CTE. E por isso passou a dedicar sua vida a pesquisar o assunto. Participou da criação do Centro de Traumas Encefálicos da Universidade de Boston, que estuda os cérebros de esportistas vítimas de pancadas sérias na cabeça.
Foi no centro que, dois anos atrás, pela primeira vez a CTE foi confirmada como causa da morte de um jogador de futebol. Patrick Grange se suicidou depois de uma forte depressão provocada pela doença.
Diante das cenas violentas que vimos durante a última Copa do Mundo, a Fifpro, pede a Fifa para que algumas mudanças ocorram nas regras do futebol.
A entidade, que representa os jogadores do mundo inteiro, enviou um documento à Fifa fazendo o seguinte pedido: que a federação mantenha em campo um médico sem nenhuma ligação com os times para que ele possa decidir sem nenhuma pressão se o jogador deve ou não voltar ao jogo depois de sofrer uma pancada na cabeça, que esse médico tenha um suporte de vídeo para poder ver na hora e em detalhes como aconteceu o choque e pede ainda um tempo mínimo de 10 minutos para o jogador ser avaliado fora do campo e que durante esse tempo ele possa ser substituído.
A Fifa diz que está analisando os incidentes para fazer propostas adequadas. E qual é a recomendação para as pessoas que praticam esportes com possibilidades de impacto na cabeça?
“Modificar as regras”, diz Christopher Nowinski. “Mudar a cultura do esporte e ter em mente que quanto mais jovem, pior a lesão em caso de uma pancada dessas.”
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