A Fetraece estima que existam cerca de 340 mil propriedades rurais no Estado, das quais 60% têm algum tipo de tecnologia social
FOTO: WILSON GOMES
O secretário de Políticas Públicas da Fetraece, José Francisco Carneiro, diz que as parcerias são fundamentais
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece) estima que existam aproximadamente 340 mil propriedades rurais em solo cearense, somando 750 mil agricultores familiares. Cerca de 60% dos quintais produtivos têm algum tipo de tecnologia social de convivência com o Semiárido, com foco na coleta, no armazenamento e no uso sustentável da água.
A construção por parte do poder público de equipamentos como cisternas, poços, adutoras e barragens, notadamente nos últimos três anos, ajudou a amenizar os efeitos da estiagem sobre a produção, mas a realidade está longe de ser a ideal.
"Muita coisa ainda deve ser feita nesse sentido. Precisamos universalizar esses programas no Ceará, que tem 90% de seu território no Semiárido. Os investimentos na área podem ser mais sólidos, embora a situação tenha melhorado ao longo dos anos. Vale lembrar que 70% dos alimentos básicos produzidos e consumidos no mercado interno brasileiro vêm da agricultura familiar. O agronegócio, por sua vez, vende 80% do que produz no Brasil para o mercado externo. Aí está a diferença", afirma o secretário de Políticas Agrícolas da Fetraece, José Francisco de Almeida Carneiro.
Ele lembra que, desde 2012, ano em que começou a seca vivida atualmente no Ceará e na região Nordeste, ações voltadas à convivência com a estiagem começaram a ser ampliadas no Estado. Além do apoio do governo estadual, José Francisco destaca a atenção dada por organizações não governamentais aos trabalhadores rurais, que atuam em conjunto com a Fetraece.