Unidade em Barretos afirma que há 3 dias não consegue contato com jovem.
Ana disse ter tido promessa de trabalho ao devolver R$ 250 mil em doações.
O Hospital de Câncer (HC) de Barretos, em São Paulo, informou nesta sexta-feira (30) que convocou a catadora de recicláveis Ana Maurícia Cruz dos Santos para uma entrevista de emprego na unidade, mas que ela não compareceu ao processo seletivo, marcado para esta manhã.
Há uma semana, a catadora de 23 anos encontrou no lixo cheques de doações para o Hospital do Câncer no valor de R$ 250 mil. Ela devolveu o material pessoalmente ao diretor do hospital, Henrique Prata, de quem afirma ter recebido uma promessa de emprego na unidade.
A assessoria de imprensa do HC informou que Ana Maurícia foi convocada para os testes por ofício entregue na quinta-feira (29), após tentar, durante três dias, falar pessoalmente com a catadora.
Inicialmente, o hospital não havia confirmado interesse em contratar a jovem. Segundo a proprietária da cooperativa onde Ana Maurícia trabalhava, ela não comparece ao serviço desde segunda-feira (26), quando foi ao local apenas para gravar uma entrevista para televisão.
O G1 tentou contato com Ana, mas seu telefone estava desligado até as 11h desta sexta.
Em nota à imprensa, a assessoria do hospital informou que a seleção para a qual Ana Maurícia foi convocada ocorreu às 8h desta sexta. Disse ainda que enviou um funcionário para entregar o ofício de convocação pessoalmente à catadora, mas que ela não foi encontrada em casa.
"Por três dias estivemos em sua busca, sem sucesso. A instituição também enviou um portador com carta convidando-a para estar na presente data (30 de janeiro de 2015), igualmente sem resposta, porém, com protocolo assinado por sua irmã, dando conta do interesse do Hospital em tê-la nos quadros da fundação", diz a nota.
Segundo o hospital, a vaga a que Ana Maurícia concorria era para os departamentos de nutrição ou de hotelaria.
'Dificuldade' para contratar
Apesar da catadora ter faltado à entrevista, a unidade afirma que ainda tem interesse em contratar a jovem, mas relata dificuldade.
Apesar da catadora ter faltado à entrevista, a unidade afirma que ainda tem interesse em contratar a jovem, mas relata dificuldade.
“O Hospital de Câncer de Barretos insiste que tem a intenção de ter uma colaboradora com o grau de desprendimento de Ana Maurícia trabalhando em um dos postos disponíveis da instituição. Mas, em vista do atual cenário, o Hospital gostaria de partilhar a dificuldade de realizar o expresso desejo de Ana Maurícia de trabalhar na instituição”, diz no texto.
Ausência no trabalho
A catadora completaria nesta quinta (28) quatro meses de trabalho na cooperativa de recicláveis onde encontrou os cheques. Mas, segundo a proprietária da empresa, Elizabeth Aparecida dos Santos, Ana Maurícia não vai ao trabalho desde segunda.
A catadora completaria nesta quinta (28) quatro meses de trabalho na cooperativa de recicláveis onde encontrou os cheques. Mas, segundo a proprietária da empresa, Elizabeth Aparecida dos Santos, Ana Maurícia não vai ao trabalho desde segunda.
“Ela estava em período de experiência ainda, não tem vindo trabalhar e não deu justificativa. Fiquei sabendo do que aconteceu através da imprensa”, afirmou.
Segundo Elizabeth, a catadora já foi substituída e não sabe se ela terá o emprego mantido. “Vou ter que conversar com ela, mas não consigo. Eu já chamei outra pessoa para o lugar dela, porque não posso ficar sem funcionário”.
O caso
Ao sair do barracão da cooperativa para recolher papelão no Hospital de Câncer de Barretos, no último dia 22, Ana encontrou, em meio ao lixo, um saco transparente com uma agenda e um envelope que chamaram a atenção da catadora. Eram R$ 250 mil em cheques, que tinham sido doados ao HC.
Ao sair do barracão da cooperativa para recolher papelão no Hospital de Câncer de Barretos, no último dia 22, Ana encontrou, em meio ao lixo, um saco transparente com uma agenda e um envelope que chamaram a atenção da catadora. Eram R$ 250 mil em cheques, que tinham sido doados ao HC.
À noite, o cunhado dela ligou para o hospital, informando que Ana gostaria de entregar o dinheiro pessoalmente ao diretor-geral da instituição, Henrique Prata. Ao ser informada de que Prata estava viajando, a catadora decidiu procurar um canal de TV local.
Ela disse ter entregado no dia seguinte os cheques nas mãos de Prata, oportunidade em que o diretor do hospital teria lhe oferecido um emprego dentro da instituição como recompensa pelo ato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário