O evento conta com a tradicional visitação dos devotos ao túmulo de Padre Cícero, o fundador de JuazeiroCrato. Acontece hoje, em Juazeiro do Norte, o encerramento da Romaria da Esperança. A expectativa é que o dia seja destinado à visitação dos túmulos do Padre Cícero, que fica na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e de outros religiosos que são representativos para a história da Igreja Católica, como os da beata Mocinha e o beato José Lourenço. A programação inicia-se logo cedo. Às 5 horas da manhã, acontece o canto do ofício de Nossa Senhora das Dores, na Basílica Menor. Também está previsto o canto do ofício das Almas, uma das tradições mais emocionantes.
Cavaleiros saíram de Alagoas para pagar promessa no Dia de Finados FOTO: YACANÃ NEPOMUCENAApós cinco longos dias de peregrinação, romeiros de vários Estados do Nordeste, principalmente, de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Sergipe estarão reunidos para receber a bênção final, que acontecerá ao meio-dia, na Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. Na ocasião, os líderes católicos irão abençoar também os motoristas e veículos que trouxeram os fiéis e benzê-los para a viagem de retorno aos seus locais de origem. Na Igreja do Socorro, as celebrações comunitárias estão marcadas para as 7 e 10 da manhã e 15 e 16 horas.
Desde o último dia 28, as igrejas estão realizando uma programação especial para a acolhida aos romeiros, que já participaram de diversas caminhadas, missas, encontros com representantes das pastorais e até de apresentações teatrais e shows de artistas regionais. A Romaria de Finados, que acontece, anualmente, desde a morte do Padre Cícero Romão Batista, é o maior evento religioso da cidade. Estima-se que mais de meio milhão de pessoas visitam o local durante este período.
CavaleirosEste ano, um grupo de 17 romeiros que vieram em seus cavalos do Estado de Alagoas teve destaque no evento. Para pagar uma promessa, eles tiveram que enfrentar 500 quilômetros de distância, percorridos em dez dias. Nas paradas, a alimentação e modo de dormir foram comprometidos pelo desgaste físico.
Os cavaleiros inspiraram-se nos tropeiros, condutores de tropas do século XVII e há três anos batizaram-se "tropeiros da estrada", onde o mais novo componente tem 28 anos e o mais experiente tem 72. Ainda no ano de 2010, o idealizador da peregrinação, Eduardo Fontes, saiu de Santana do Ipanema acompanhado de oito amigos.
Na cidade, a ação chamou a atenção da população e tomou proporções maiores. Segundo ele, o sentimento do grupo é de alegria e de dever cumprido. "A gente pensou em vir à cavalo por ser uma forma diferenciada das dos outros romeiros. Mesmo diante dos perigos da estrada e das dores no corpo, a nossa ideia é continuar crescendo nos anos seguintes", revela. O grupo foi recebido, na Igreja Matriz, no início da noite de ontem, pelo padre José Venturelli, administrador do Horto.
MelhoraA Romaria da Esperança é caracterizada por remontar a vida do Padre Cícero, maior líder religioso do Nordeste. Para os romeiros, nos últimos anos, a acolhida dos peregrinos tem obtido melhoras. Eles, geralmente, chegam aos grupos de cerca de 60 pessoas, permanecem em ranchos e pousadas lotados e dizem gostar dos momentos coletivos. Entre crianças e adultos, cada local de hospedagem recebe até 200 peregrinos. Alguns hábitos cotidianos como o de tomar banho e dormir ficam comprometidos, devido à grande concentração de gente no mesmo ambiente. Para alimentarem-se os romeiros trazem mantimentos. O feijão, arroz e a farinha ajudam a dar força para percorrer os templos tidos como sagrados. Na bagagem de retorno para casa, eles levam diversos objetos relacionados à devoção ao "Padim", como livros, fitas, CDs e DVDs, chaveiros, terços, redes, lençóis, utensílios em alumínio e a tradicional rapadura empalhada.
Crítica
Apesar de admirarem o povo que reside no município e o considerarem como terra sagrada, a falta de infraestrutura da cidade ainda é uma das críticas frequentes feitas pelos visitantes.
Eles apontam a ausência de segurança, terminais de informações, banheiros químicos e trânsito como sendo os principais problemas. De acordo com a romeira, Eneida de Souza Santos, que veio de Sergipe, os avanços econômicos ainda não permitiram o desenvolvimento de ações pudessem proporcionar uma melhor utilização dos espaços públicos. Para ela, é necessário haver investimentos em organização das vias que dão acesso aos pontos turísticos. "A gente que anda a pé precisa dividir os espaços com camelôs e com os carros e motos. Isso é muito perigoso, principalmente, para os romeiros mais velhos que não prestam tanta atenção", revela.
Mais informações:Centro dos Romeiros de Juazeiro
Endereço: Rua Dom Pedro II, 1246 - Centro
Juazeiro Do Norte, Ceará
Telefone: (88) 3511.1844
Cemitérios ficam lotados de visitantesMais de 30 mil visitantes são esperados nos dois maiores cemitérios do Sertão Central, o de Quixadá e o de Quixeramobim. As prefeituras das duas cidades realizaram manutenção dos locais para segurança das famílias FOTO: ALEX PIMENTEL
Quixadá A romaria aos parques fúnebres das duas maiores cidades do Centro do Estado, Quixadá e Quixeramobim, começou na véspera do Dia de Finados. No fim da tarde do primeiro dia de novembro, o movimento já se acentuava. Conforme os administradores dos dois cemitérios públicos, os quais, por coincidência, recebem o nome de Nossa Senhora do Carmo, hoje, são esperados mais de 30 mil visitantes. Os portões estarão abertos até a noite, sem limite de horário para fechamento. No Parque Nova Jerusalém, o único particular da região, cerca de 10 mil são esperados. O dia dedicado aos mortos é o segundo maior de peregrinação religiosa na região. Só perde para a Semana Santa, conforme garantem os gestores públicos.
De acordo com o diretor-geral do Departamento Municipal de Administração de Bens e Serviços Públicos (Dmasp) de Quixadá, Nilson dos Santos, providências foram adotadas para assegurar todas as facilidades para as famílias visitarem seus entes sepultados no cemitério municipal. Além da limpeza e pintura, serviços realizados em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Seduma), a iluminação foi revisada. Este ano, até banheiros foram instalados.
Na zona rural, também foram adotados cuidados especiais. Além da limpeza nos sete cemitérios existentes nos distritos, funcionários da Demasp estarão à disposição do público durante todo o dia. Apenas em dois deles, o da Juatama e o do Cipó dos Anjos, não será possível a visitação noturna. Nesses dois locais não existe rede de iluminação. "Como muitas famílias costumam chegar na véspera, terão todo o dia para homenagear seus mortos", acrescentou.
Em Quixeramobim, a situação é praticamente a mesma, segundo explica o secretário municipal de Infraestrutura, Luís Edson Nógimo. Os 11 cemitérios públicos existentes nas comunidades rurais estão prontos para as visitas. Na sede do município, o mais antigo parque santo da região abre seus portões antes das 6 horas, quando será celebrada missa na capela.
Alguns servidores estarão à disposição das famílias, caso alguém tenha dificuldade em encontrar o túmulo do familiar. A meta é deixar todos satisfeitos, mesmo numa data marcada pela saudade.
Quem também vai ficar satisfeito são os ambulantes. Terão lucro extra com a venda de velas e de flores nas portas dos cemitérios. A aposentada Maria Silva dos Santos é um deles. Ontem mesmo ela havia visitado o túmulo da mãe, falecida há seis anos. Tem sido assim nos últimos três anos, para não perder a freguesia durante o dia de finados.
Segundo ela, resolveu se dedicar ao negócio temporário, quando se esqueceu de levar de casa as oferendas para sua genitora. "Fui obrigada a comprar na entrada do cemitério e, nessas horas, os clientes não se importam de pagar um pouquinho a mais", justificou.
Segundo a vendedora, o jarrinho com flores de plástico custa em média entre R$ 8,00 e R$ 10,00. Os buquês, com o mesmo tipo de matéria-prima, custam um pouco mais, em torno de R$ 15,00. "Quanto às velas, o pacote, com oito, está sendo vendido a R$ 3,00, mas o cliente ganha a caixa de fósforos", ressalta.
Ela também aponta o dia como ideal para a venda de imagens de porcelana. Os de menor tamanho, 8 X 10cm, custam R$ 150. Os maiores, de 25 X 30cm, custam R$ 500, mas a demora para a entrega é de 60 dias.
Conforme o administrador do Parque Nova Jerusalém, Francisco José Lemos, mais conhecido como "Chico Tinho", sua equipe já cuidou de todos os detalhes. Os jazigos existentes nas sete quadras, todas com gramado, receberam tratamento especial. Mesmo assim, quem preferir, poderá comprar flores e coroas. As funerárias estarão de plantão. "Também estão programadas celebrações eucarísticas na capela do Parque, às 6h30 e às 18 horas", acrescentou.
Mais informações:
Dmasp de Quixadá, (88) 9700.3873
Secretaria de Infraestrutura de Quixeramobim, (88) 8802.5388
Parque Nova Jerusalém
(88) 9956.4808
fonte:g1 ce/camocim belo mar blog