Israel iniciou na madrugada desta sexta-feira (16) a ampliação de sua
ofensiva contra Gaza, seguindo determinação anunciada na véspera pelo
chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Benny Gantz.
Além de alvos militares, o Exército israelense passou a bombardear
também depósitos de armas e quartéis e também alvos civis ligados à
infraestrutura e ao governo do Hamas na Faixa de Gaza.
Gantz havia anunciado decisão do gabinete israelense para ampliar "o
número e a qualidade dos alvos" a serem atacados na Faixa de Gaza, no
terceiro dia da chamada operação "Coluna de Nuvem".
Foto 32 de 38 - 16.nov.2012
- Fogo e nuvem de fumaça são vistos no horizonte após ataque de Israel à
Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (16). Pelo menos 19 palestinos
morreram desde o começo da ofensiva israelense, na última quarta-feira
(14). Naquele dia, o comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari, 52, foi
morto durante bombardeio Ahmed Zakot/Reuters
De acordo com o governo israelense, o objetivo da operação é "restaurar
a tranquilidade para o sul de Israel e recuperar o poder de dissuasão
frente ao Hamas".
A ofensiva, que conta com a participação da Força Aérea, da Marinha e
da Infantaria, será reforçada com mais 16 mil reservistas, segundo o
porta-voz do Exército, em uma "primeira etapa".
Disparidade de forças
Durante a noite e a madrugada desta sexta-feira (16), as tropas
israelenses bombardearam 250 alvos na Faixa de Gaza, inclusive um
transformador elétrico que ficava próximo à residência do primeiro
ministro do Hamas, Ismail Haniya, deixando grande parte da população da
região sem energia.
Todos os grupos palestinos - Hamas, Jihad Islâmico, Comitê de
Resistência Popular e grupos salafistas - se uniram nos ataques a Israel
e, desde a tarde da quarta feira, quando começaram os confrontos, já
lançaram mais de 300 foguetes contra as cidades israelenses.
A disparidade de forças entre Israel e os grupos palestinos fica cada vez mais evidente à medida que os confrontos se agravam.
A supremacia tecnológica do lado israelense possibilita que muitos dos
foguetes lançados a partir de Gaza, que poderiam ter consequências
fatais, sejam derrubados no ar, pelo sistema de defesa antimísseis
chamado Domo de Ferro.
O sistema derrubou cerca de 30% dos foguetes lançados e é programado
para destruir os foguetes que irão cair em áreas habitadas. Mesmo assim,
um dos foguetes atingiu um prédio residencial na cidade de Kiriat
Malachi, no sul de Israel, matando três civis israelenses.
De acordo com os analistas militares, o Domo de Ferro é "eficaz, mas não é hermético".
Dois misseis do tipo Fajer, de produção iraniana, foram lançados contra
Tel Aviv, mas caíram em áreas abertas, sem deixar feridos ou danos
materiais.
No entanto, para o governo israelense, o fato de que houve uma
tentativa por parte dos grupos palestinos de atingir a maior cidade do
país significa uma escalada que será seguida por um endurecimento do
ataque a Gaza.
Tel Aviv, que não havia sido alvo de ataques desde a primeira Guerra do
Golfo, em 1991, entrou nesta quinta-feira em estado de prontidão,
quando as sirenes antiaéreas soaram em toda a cidade.
Pessoas que estavam nas ruas se jogaram ao chão, ou correram para
prédios nos arredores, e depois do alarme as ruas da cidade se
esvaziaram.
Apoio político
Faixa de Gaza, a maioria dos comerciantes fechou as lojas e a população
tenta estocar alimentos, sem saber quanto tempo os confrontos irão
durar.
Segundo as últimas informações, desde o início da ofensiva, 20
palestinos morreram e cerca de 200 ficaram feridos. Entre os palestinos
mortos, no mesmo ataque que matou o líder do Hamas, morreu também um
bebê de 11 meses, Omar, filho de Jihad Misharawi, um editor de imagens
da BBC em Gaza. O irmão mais velho de Omar e seu tio estão em estado
grave.
Na Faixa de Gaza, o Hamas dirige um comando central que integra todas as organizações armadas.
Em Israel, quase todos os partidos políticos manifestaram apoio à ofensiva.
A principal líder da oposição, Shely Yahimovitz, do Partido Trabalhista, afirmou que o ataque é "necessário e justificado".
Só o partido social-democrata Meretz, que conta com 3 cadeiras (entre
120) no parlamento, e os três partidos que representam a população
árabe-israelense (que têm 11 cadeiras), são contra a operação Coluna de
Nuvem.fonte:BBC Brasil/via Uol brasil/camocim belo mar blog