A conquista da Libertadores da América, sacramentada na noite de quarta-feira (4), com uma vitória por 2 a 0 diante do Boca Juniors-ARG, no Pacaembu lotado, com dois gols de Emerson Sheik, ficará imortalizada na memória dos corintianos por infindáveis motivos.
Além do mais óbvio, que é o de saborear uma conquista inédita até então, o Fiel apaixonado pelo Alvinegro do Parque São Jorge poderá estufar o peito e gritar orgulhoso pelo fim de não um, mas vários tabus.
O primeiro deles é o de superar o trauma contra argentinos, iniciado pelo próprio Boca Juniors na Libertadores de 1991, e amplificado nas duas eliminações diante do River Plate, ambas em casa, nas edições 2003 e 2006 da competição continental.
Apesar de ter tido uma enorme torcida contra de santistas, palmeirenses, são-paulinos e de outros mais, o Corinthians também conseguiu vingar o futebol brasileiro, que perdeu quatro de seis decisões de Libertadores para o Boca: Cruzeiro (1977), Palmeiras (2000), Santos (2003) e Grêmio (2007).
O trauma contra brasileiros também existia e foi superado na caminhada rumo à sonhada taça conquistada em 2012. Antes desta edição, os corintianos tinham que aguentar gracinhas de palmeirenses, por conta das duas derrotas, ambas nos pênaltis, em 1999 e 2000, e flamenguistas, responsáveis pela queda do melhor time da fase classificatória em 2010.
Em 2012, o Corinthians mandou para casa mais cedo o Vasco, nas quartas de final, e o badalado Santos, de Neymar, Ganso e companhia, até então atual campeão, nas semifinais, provando que o inédito título teria que chegar com a alma lavada, do jeito que a Fiel gosta e sonhava há tantos anos.