QUAL É O CRIME DO SINDICATO?
Depois que o Sindicato dos Pescadores Artesanais de Camocim, através de seu presidente, Manuel Silva, conhecido por Manuel Pescador, se posicionou com relação ao projeto da prefeita Monica, que abre crédito adicional de R$ 200,00 (duzentos mil reais) destinado à compra de motores para as embarcações artesanais de Camocim, o vereador César Veras, aliado da gestora do município, sugeriu na última sessão, dia 26, que a Câmara “avaliasse até mesmo pelo Ministério Público” a legalidade do Sindicato, pois segundo César, sem muita certeza, “parece” que por lá (no MP), já tramita um processo” contra o referido Sindicato. Ele pediu que fosse enviado um oficio a Promotoria solicitando informações sobre o caso.
E tudo isso apenas por que, simplesmente, o representante da categoria dos pescadores solicitou que o poder Legislativo Municipal viesse a prestar informações ao Sindicato sobre qualquer projeto que venha a tramitar na Câmara com a finalidade de ser implantado no setor pesqueiro artesanal, ou direcionado a categoria, sendo de natureza pública ou não. Nada mais, além disso, foi solicitado, a não ser algumas informações e questionamentos.
Mas para quem conhece a história da politica de Camocim, identifica claramente no comportamento de César Veras, por mais que ele negue, que o posicionamento do Manoel Silva foi encarado pelo grupo da prefeita como uma espécie de “afronta” ele (grupo), e que o súbito pedido de investigação acerca da legalidade do Sindicato não é nada mais e nada menos que uma maneira de tentar intimidar o sindicalista, para evitar que o mesmo cumpra o seu papel social, como vem fazendo durante anos, articulando benefícios para os pescadores e pescadoras profissionais e artesanais de águas doces e salgadas de Camocim.
E o por que tudo isso? Simples! Manuel Silva, para quem não sabe, já foi candidato a vereador pelo grupo do ex-prefeito Chico Vaulino, conforme lhe garante a Constituição Federal, o que é muito normal, principalmente para qualquer cidadão de bem que exerça um trabalho relevante na sociedade levantando a bandeira ideológica de uma categoria. O corre que para o grupo oligárquico, talvez isso seja um crime e não o exercício de cidadania. Daí então se origina às disfarçadas perseguições a quem de fato tem trabalhado pelo desenvolvimento da cidade, muito além de meras pretensões politicas, como é o caso do Manuel Silva, que ao contrário de certos políticos sabe o que é
trabalhar verdadeiramente com dignidade, na lida do Mar e na condução de uma organização que representa uma classe de trabalhadores, diga-se, uma classe historicamente bastante injustiçada pelos políticos.