Choques podem levar jogadores de futebol a desenvolverem a CTE, doença com características similares ao Alzheimer.
Alguns lances da Copa de tão dramáticos acabaram provocando uma discussão que pode trazer mudanças no futebol. Como um jogador, depois de um violento choque na cabeça, continua em Campo? Isso aconteceu várias vezes durante o Mundial.
Foi tão forte que o jogador alemão Christoph Kramer saiu desnorteado do campo e no dia seguinte não se lembrava de nada do primeiro tempo do jogo.
Foram muitas pancadas na cabeça. Como nunca tínhamos visto em um Mundial.
O uruguaio Alvaro Pereira desmaiou em campo. A equipe técnica pediu substituição. Mas ele, enfurecido, quis voltar ao jogo.
Esta semana, em São Paulo, o Fantástico conversou com o jogador. “O que senti foi que foi um impacto forte, senti como se meu corpo estivesse dançando. Graças a Deus não foi nenhuma coisa grave”, conta Alvaro Pereira.
O Fantástico conversou pela internet com o médico da Fifpro, entidade que reúne jogadores do mundo inteiro, e ele me disse que Alvaro Pereira sofreu uma concussão e que ele não poderia ter continuado em campo.
Em uma concussão o cérebro sofre um deslocamento milimétrico, mas suficiente para feri-lo ao bater na caixa craniana.
“Nós vimos a força do impacto, o jogador perdeu a consciência e, um outro sinal comum em uma concussão: ele ficou confuso, não sabia onde estava”, explica o pesquisador Dennis Cardone.
Já se sabe que um atleta que sofre uma pancada forte na cabeça ou várias pancadas leves durante o decorrer da sua carreira pode desenvolver uma doença chamada CTE: Encefalopatia Traumática Crônica. Uma doença que tem as mesmas características e os mesmos sintomas do Mal de Alzheimer e que antigamente era conhecida como Demência Pugilística, porque acreditava-se que ela só atingia os boxeadores. Hoje já se sabe que os jogadores de futebol também correm esse risco.