Em meio a denúncias sobre irregularidades na concessão do alvará de construção, foi inaugurado no último dia 31 de julho, no bairro do Brás, zona central de São Paulo, o Templo de Salomão, maior complexo religioso da Igreja Universal do Reino de Deus, com capacidade para 10 mil pessoas. O prédio frontal tem 11 andares e mede 56 metros de altura (o dobro da altura do Cristo Redentor). Já o prédio dos fundos tem cerca de 41 metros de altura (é 4 vezes maior do que o Santuário de Aparecida do Norte). Possuem telões de 20 m², maiores do que os dos estádios da Copa do Mundo 2014, conta com um sistema de som potente e sofisticado, acabamentos em mármore italiano e decoração com mais de 10.000 lâmpadas de Led e todo o piso do templo e do altar são revestidos com pedras trazidas de Israel.
Mas, o que chamou a atenção no culto inaugural foi uma massiva participação de grandes empresários, latifundiários e políticos de quase todos os partidos, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Fundada no dia 9 de julho de 1977 pelo Bispo Edir Macedo, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é a 5ª maior instituição no Brasil, detém mais de 6.500 templos e mais de 8 milhões de seguidores só no Brasil, além de filiais em todos os continentes e em quase todos os países do mundo. A Rede Record, embora não pertença diretamente a IURD e sim a Edir Macedo, é controlada pelos pastores e bispos da Universal, entre eles o bispo Honorilton Gonçalves, vice-presidente da emissora. Somando, a Central Record de Comunicações mais as emissoras de rádio e televisão da igreja, torna a IURD como a maior controladora de concessões de televisão do Brasil ultrapassando assim as Organizações Globo em número de emissoras.
De acordo com o inquérito instaurado pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital no estado de São Paulo, a obra foi feita apenas com alvarás de reforma, o que garantiu a economia de cerca de R$ 35 milhões, o que pode ser indicativo de fraude ou descontrole da administração. A autorização foi fornecida pelo antigo Departamento de Aprovação de Edificações (APROV), da Secretaria de Habitação, setor que era responsável pelas emissões de alvarás, coordenado pelo ex-diretor Hussen Arab Assef, suspeito de enriquecimento ilícito e irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários.