Dos 139 açudes monitorados pela Cogerh, apenas dois reservatórios estão com volume acima de 90%
A escassez de chuva durante o primeiro semestre de 2013 afetou diretamente no volume dos açudes que contribuem para o abastecimento de água em todo o estado. “Esse ano foi o pior ano da história para os reservatórios”, desabafa o diretor de operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Ricardo Adeodato.
As chuvas leves e regulares registradas ao longo do período do inverno são boas para a agricultura. Mas para a recarga de açudes, não. “Para os reservatórios é importante ter chuva forte durante um pequeno período. Dois ou três dias de chuvas fortes proporcionam melhores recargas”, explica.
De acordo com o diretor de operações, desde 2010 os açudes não têm recargas significativas. Dos 139 açudes monitorados pela Cogerh, apenas dois reservatórios estão com volume acima de 90%: açude Gavião, no município de Pacatuba, com 93,47%, e Tijuquinha, em Baturité, com 96,44%. “O Ceará é um estado muito grande e está inserido no semiárido, com solo cristalino, que é muito ruim porque absorve pouca água”, explica.
As 12 bacias hidrográficas acumulam volume médio de 40%. A bacia do Sertão de Crateús está praticamente seca, com volume de apenas 7%, seguida pela bacia do Curu, no Sertão Central, onde estão concentrados 11 açudes, com 14%. “O problema é localizado. A Bacia da Serra da Ibiapaba, por exemplo, está com volume de 55%”, aponta.