ATENÇÃO BÁSICA
As unidades de saúde em cidades cearenses se ressentem da falta de medicamentos gratuitos para a população
Iguatu. A falta de medicamentos para a Atenção Básica em Unidades Básicas de Saúde do Programa Saúde da Família (PSF) e em postos de saúde nas cidades do Interior do Estado traz preocupação para os gestores municipais. As farmácias públicas nos municípios só dispõem de cerca de 40% dos medicamentos da atenção primária e o abastecimento irregular persiste desde o início do ano afetando a população.
A questão foi debatida em reunião realizada no auditório da Aprece entre prefeitos, representantes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), da Central de Assistência Farmacêutica do Estado, no auditório da Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará. De janeiro a julho deveriam ter sido feito dois repasses de medicamentos, mas apenas um foi entregue, mesmo assim, com itens faltando e quantidade inferior à solicitada.
Os gestores mostram-se preocupados com a situação e pedem a atenção do governo do Estado e do Ministério da Saúde. "Queremos solução urgente para o problema, pois somos cobrados e criticados pela população", disse o prefeito de Acopiara, Vilmar Félix. "A escassez de medicamentos básicos não é culpa dos gestores", salientou.
Ratificação
A expectativa dos gestores municipais é que sejam encontradas soluções e alternativas viáveis para equacionar o problema que vem afetando bastante os municípios cearenses.
Os prefeitos, no encontro, reafirmaram a falta de medicamentos para a Atenção Básica e o atraso no repasse pelos incentivos do Ministério da Saúde. Os gestores ratificaram que a irregularidade no abastecimento das farmácias municipais agravou-se neste ano.
Alguns participantes relataram que os municípios vêm sofrendo muitas críticas gratuitamente por parte da população quando na verdade a culpa não é dos gestores. Na ocasião, alguns prefeitos reivindicaram um tratamento melhor por parte da Sesa e do Estado. "Até 2013, recebíamos 85% da programação apresentada", disse o coordenador da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) de Acopiara, Afrânio Albuquerque. O prefeito de Iguatu, Aderilo Al-cântara, confirmou que houve dificuldades no primeiro semestre deste ano.
Reclamações
"A população reclama contra a Prefeitura, mediante o desabastecimento que se verificou nos últimos meses", observou. "Há uma expectativa de que até setembro o fornecimento dos medicamentos para atenção primária seja normalizado".
Os recursos para a compra dos medicamentos são repassados pelo governo federal por meio do Ministério da Saúde para os Fundos Municipais de Saúde. Os gestores locais assinam documento no início de cada ano para o repasse dessa verba para a Sesa, que por meio da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica faz a compra centralizada dos medicamentos, segundo programação apresentada pelos municípios.