Violência, depredações e vandalismo no coração da Aldeota. Assim terminou a manifestação ocorrida na tarde e início da noite de ontem, na denominada "Operação 7 de Setembro", que, segundo a Polícia Militar levou cerca de 2 mil pessoas às ruas e avenidas da Capital.
Vidraças de lojas e agências bancárias na Aldeota foram quebradas. Bombas de efeito moral foram disparadas contra os manifestantes Foto: Fabiane de PaulaO confronto mais grave aconteceu em torno das 18h, no cruzamento das avenidas Desembargador Moreira e Santos Dumont. Bombas de efeito moral foram disparadas contra os manifestantes, após registros de destruição de vidraças de agências bancárias, lojas e carros.
Segundo informou o comandante da Operação Semana da Pátria, coronel Túlio Studart, foi feito todo um
trabalho preventivo para evitar um confronto. Ele informou que foram mobilizados 900 policiais, sendo que boa parte acompanhava a principal atividade de protesto anunciada para o feriado.
A concentração aconteceu por volta das 14h na praça em frente ao Dragão do Mar. Já naquele momento, um forte esquema policial havia sido montado. Com isso, bolsas, mochilas e interiores de ônibus eram revistados, a fim de impedir o uso de materiais utilizados para a prática de vandalismo, como coquetel molotov, baladeiras e pedras.
Enquanto em outros lugares da cidade atividades parecidas ocorriam, a mobilização ganhava corpo. De um total de 300 pessoas reunidas na tarde, já se formava milhares, quando resolveram caminhar pelas avenidas Historiador Raimundo Girão, Beira-Mar, Rua Joaquim Nabuco, avenidas Dom Luís e Desembargador Moreira. Com faixas e cartazes e distribuindo panfletos, o movimento requeria passe livre para estudantes e desempregados, redução da passagem de ônibus para R$ 2,00, o fim das remoções para a Copa, paralisação das obras do Acquario e mais investimentos em obras contra a seca no Ceará.
Os momentos de tensão começaram na Rua Joaquim Nabuco, quando foi quebrada uma vidraça de agência do Banco do Brasil. "Em seguida, lojas e outras agências bancárias passaram a ser alvo de uma minoria, que, com os rostos cobertos ou não, afrontavam a segurança", disse o comandante da Tropa de Choque, major Alexandre Ávila. "Com a série de vandalismo e com a informação de que avançavam até a Assembleia Legislativa para provocar uma invasão, não nos restou outra alternativa senão intervir", salientou.
Pela manhã, já haviam sido presas cerca de 30 pessoas, sendo a maioria por ações suspeitas e por não portarem documento de identificação. Após os incidentes da tarde e noite, houve mais dificuldade para identificar os infratores.
"Nós conseguimos restabelecer a ordem, mas vamos continuar com patrulhas tanto para efetuar prisões de suspeitos de vandalismo, como também para identificar os locais depredados", afirmou Alexandre. No entanto, após os confrontos, pelo menos dois manifestantes haviam sido presos pela Polícia.