DRAMA
A maior parte dos casos é solucionada (86%). A principal motivação são crises familiares e fugas de adolescentes
A estudante Thaynara tem 16 anos e deveria estar cursando o segundo ano do ensino médio. Entretanto, a jovem desapareceu no ano passado, entre o Natal e a virada do ano. Segundo a mãe dela, a doméstica Cláudia Santos, a menina se desentendeu com a família por causa de um namorado. Thaynara passou a compor a estatística de pessoas desaparecidas no Ceará. Atualmente, há 149 casos em aberto. Alguns já duram oito anos. Entre 2006 e 2013, a média foi de 132,5 casos por ano, 11 por mês.
A estudante Thaynara tem 16 anos e deveria estar cursando o segundo ano do ensino médio. Entretanto, a jovem desapareceu no ano passado, entre o Natal e a virada do ano. Segundo a mãe dela, a doméstica Cláudia Santos, a menina se desentendeu com a família por causa de um namorado. Thaynara passou a compor a estatística de pessoas desaparecidas no Ceará. Atualmente, há 149 casos em aberto. Alguns já duram oito anos. Entre 2006 e 2013, a média foi de 132,5 casos por ano, 11 por mês.
Somente no ano passado, foram registrados 120 desaparecimentos no Estado. Os dados são do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), ligado à Secretaria do Trabalho e Assistência Social do Estado (STDS). Quase todos se deram na Capital (109) e a maioria ocorreu com crianças (15 casos) e adolescentes (93 casos). Destes, 73 são do sexo feminino. O ano de 2013 terminou com 111 casos solucionados.
Ainda não há informações sobre duas crianças uma adolescente, além de quatro adultos e dois idosos. Neste ano, já foram denunciados 17 desaparecimentos. Destes, 11 pessoas já foram encontradas. Novamente, as adolescentes entre 12 e 17 anos, como Thaynara, são maioria, com oito casos. De acordo com especialistas, os conflitos familiares são o principal motivador dos desaparecimentos registrados entre os mais jovens.
Para a pedagoga e coordenadora do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS), Marileide Luz, a sociedade atual enfrenta uma crise moral que só pode ser combatida com uma revolução educacional para os jovens e as famílias. "A educação é primordial na formação da personalidade e na convivência. No nosso olhar, em situações de vulnerabilidade, é preciso investir em educação de forma que a família se sinta capacitada na formação de valores e no lidar com conflitos", disse.