Entre os espaços fechados está o Teatro São José, cujo restauro vem sendo prometido há quatro anos
A boa nova foi anunciada na última semana pela Secretaria da Cultura do Ceará: nessa quinta-feira, dia 27, quando é comemorado o Dia Mundial do Teatro, será reaberto ao público o Teatro Carlos Câmara. A notícia, entretanto, vem com atraso de dois anos, tempo em que o teatro permaneceu fechado ao público ainda que já restaurado e reinaugurado.
Talvez por isso, a notícia é encarada, ainda, com certo descrédito e vem envolta em um contexto ainda menos alentador para a classe teatral. Ainda que desejassem comemorar o dia dedicado ao teatro colocando em uma grande mostra de suas criações, as inúmeras companhias atuantes na cena de Fortaleza esbarrariam em uma questão de primeira ordem (e um problema primário), quando se fala em apresentação teatral. Faltam teatros.
"O problema não se limita ao Teatro Carlos Câmara estar ou não fechado. É um problema da Cidade", argumenta Tiago Arrais, diretor teatral e coordenador do curso de licenciatura em teatro do IFCE.
"Enquanto Salvador tem 37 teatros, Recife, 28, em Fortaleza nós temos apenas sete teatros, propriamente ditos, funcionando, com constância na programação", reforça Carri Costa, ator e diretor da Companhia Cearense de Molecagem.
Carri é proprietário do Teatro da Praia, um dos tradicionais palcos de Fortaleza que, em setembro do ano passado, fechou as portas.
Para que se tenha uma dimensão da gravidade do problema, considere-se que entre os sete palcos teatrais em funcionamento em Fortaleza (contabilizados por Carri), estão o Theatro José de Alencar (que está em reforma e disponibiliza ao público e aos artistas apenas espaços anexos ao Palco Principal, que está fechado), o Teatro Antonieta Noronha (que tem capacidade para apenas 110 pessoas), além dos palcos do Sesc Emiliano Queiroz (Centro), Teatro Dragão do Mar (Praia de Iracema), Teatro da Caixa Cultural (Praia de Iracema), Teatro Arena Aldeota (Aldeota) e Teatro do Via Sul (Sapiranga).