— Beatos Domingos Jorge, Isabel Fernandes e Inácio
Domingos Jorge
nasceu em Vermoim da Maia, perto do Porto (Portugal). Muito jovem,
partiu para a Índia, onde combateu pela fé e pela Pátria. Aventureiro
por natureza, empreendeu viagem para o Japão, onde nesse tempo reinava
perseguição furiosa. Todos os missionários eram mortos, e mortos também
todos aqueles que os acolhessem em suas casas. Apesar de todos os
riscos, não quiseram os missionários estrangeiros abandonar para os
instruir, animar e lhes administrar os sacramentos.
Domingos Jorge, membro da Companhia do Rosário,
casou com uma jovem japonesa, à qual o missionário português, Padre
Pedro Gomes, oito dias após o nascimento, deu o nome de Isabel
Fernandes. Vivia este casal modelo no amor de Deus, na paz e na
felicidade, perto da cidade de Nagazáki. Por bondade e piedade,
receberam em sua casa dois missionários jesuítas e, naquela noite (era o
dia da festa de Santa Luzia), o governador de Nagasáki ordenou que
fossem presos os dois missionários juntamente com Domingos Jorge. Após
um ano de prisão, foram condenados à morte. Domingos Jorge, após escutar
a sentença, pronunciou estas palavras: "Mais aprecio eu esta sentença do que me fizessem Senhor de todo o Japão".
Era o ano de 1619. Domingos Jorge foi amarrado ao
poste no chamado "Monte Santo" de Nagasáki, onde tantos cristãos deram a
vida por Deus, e, ali, juntamente com outros mártires rezando a oração
do Credo, Domingos Jorge foi queimado vivo.
Passados três anos, na manhã de 10 de novembro de
1622, o "Monte Santo" de Nagasáki, regado com o sangue de tantas
centenas de cristãos, apresentava um aspecto solene e comovedor. Ali se
apinhavam mais de 30.000 pessoas para assistirem ao Grande Martírio,isto
é, à morte de 56 filhos da Santa Igreja Católica. Entre eles,
encontravam-se Isabel Fernandes, de uns 25 anos de idade, viúva do Beato
Domingos Jorge, e seu filhinho Inácio, de quatro anos. Os mártires
foram divididos em dois grupos: 24 religiosos de várias Ordens,
condenados a morrer a fogo lento; os outros 32 eram constituídos por 14
mulheres e 18 homens (a maioria deste segundo grupo recebeu como
condenação serem decapitados). Isabel Fernandes, antes de ser degolada
juntamente com seu filhinho Inácio, exclamou: "De todo o coração ofereço a Deus as duas coisas mais preciosas que possuo no mundo: a minha vida e a do meu filhinho".
Domingos Jorge, com a esposa Isabel Fernandes e o
filho Inácio, foram beatificados pelo Papa Pio IX em julho de 1867.
Beatos Domingos Jorge, Isabel Fernandes e Inácio, rogai por nós!
18.11.2012
33º Domingo do Tempo Comum — ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Coloque em nós o desejo da Pátria eterna!" __
NOTA ESPECIAL:
VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO COM SUGESTÕES
PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E
SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E
COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Mesmo
que o "Ano B" continue até o próximo domingo, nessa celebração nos
despedimos de Marcos, o evangelista que anuncia Jesus de Nazaré como o
Messias Filho de Deus. Com essa base, as celebrações desse Ano Litúrgico
chamaram a atenção para o discipulado, para a prática da religião e a
missão evangelizadora de quem se coloca na estrada de Jesus. Agora, na
conclusão dessa caminhada, a liturgia anuncia o final dos tempos. Cada
um de nós é caminheiro com um endereço, que nossa fé indica ser a Casa
do Pai. Hoje, nossa celebração, leva-nos à reflexão de como estamos
fazendo nossa caminhada existencial: se de modo vigilante, ou seja,
prudente e sereno, ou de modo inconsequente, vivendo o presente sem se
preocupar com nosso destino final. Desafiados sempre pelos sinais dos
tempos, estejamos sempre alertas para o que se passa ao nosso redor,
procurando oferecer nossa contribuição à sociedade contemporânea.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Ao
celebrarmos o penúltimo domingo do Tempo Comum, nos preparamos para a
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, que será no
próximo domingo. As leituras de hoje falam das turbulências que
acompanharão o fim da história. De certa forma, também fazem referência
ao fim do Ano Litúrgico, pois o Advento é o início do novo Ano Litúrgico
e preparação para a celebração da vinda de Cristo na natureza humana, a
fim de salvar o homem e transformar a vida em todo o cosmo. Sentido
especial tem também o início do novo Ano Litúrgico no contexto do Ano da
Fé, que estamos celebrando até a Festa de Cristo Rei do próximo ano.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Jesus
nos revela que em sua vinda gloriosa todo o poder de Deus resplandecerá
sobre a Terra e seu amor será eterno para todos os que seguiram suas
leis. Precisamos estar preparados para a vinda do Reino dos Céus que
tanto pedimos em nossa orações.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
Antífona da entrada:
Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. vós me
invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de
onde estiverdes (Jr 29,11s.14).
Oração do dia
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria
consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade
completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário das Leituras:
As leituras usam a linguagem apocalíptica para provocar em nós a
vigilância. São leituras que dirão, de modo dramático, que a realidade
do mundo passa e que nós, homens e mulheres, estamos a caminho da Casa
do Pai.
Primeira Leitura (Daniel 12,1-3)
Leitura da profecia de Daniel.
12 1 "Naquele tempo, surgirá
Miguel, o grande chefe, o protetor dos filhos do seu povo. Será uma
época de tal desolação, como jamais houve igual desde que as nações
existem até aquele momento. Então, entre os filhos de teu povo, serão
salvos todos aqueles que se acharem inscritos no livro.
2 Muitos daqueles que dormem no pó da terra
despertarão, uns para uma vida eterna, outros para a ignomínia, a
infâmia eterna.
3 Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o
brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos)
da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 15/16
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de alegria
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Segunda Leitura (Hebreus 10,11-14.18)
Leitura da carta aos Hebreus.
10 11 Enquanto todo sacerdote se
ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos
sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados,
12 Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício
e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus,
13 onde espera de ora em diante que os seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés.
14 Por uma só oblação ele realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a santificação.
18 Ora, onde houve plena remissão dos pecados não há por que oferecer sacrifício por eles.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
É preciso vigiar e ficar de prontidão; em que dia o Senhor há de vir, não sabeis, não! (Lc 21,36)
EVANGELHO (Marcos 13,24-32)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13 24 disse Jesus a
seus discípulos: "Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol se
escurecerá, a lua não dará o seu resplendor;
25 cairão os astros do céu e as forças que estão no céu serão abaladas.
26 Então verão o Filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder e glória.
27 Ele enviará os anjos, e reunirá os seus
escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até a
extremidade do céu.
28 Compreendei por uma comparação tirada da
figueira. Quando os seus ramos vão ficando tenros e brotam as folhas,
sabeis que está perto o verão.
29 Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está próximo, às portas.
30 Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
31 Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
32 A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora,
ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o
Pai".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
HOMILIA - CREIO - PRECES
(Ver abaixo ao final desta liturgia 3 sugestões de Homilia para este domingo)
Sobre as oferendas
Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada
sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de
uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Para mim só há um bem: é estar com Deus, é colocar o meu refúgio no Senhor (Sl 72,28).
Depois da comunhão
Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do
vosso Filho, concedei, Ó Deus, possa esta eucaristia, que ele mandou
celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo,
nosso Senhor.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Fração do Pão
A fração do pão tornou-se um rito necessário, já nos
primeiros tempos da Igreja, sobretido em dias solenes, quando havia
grande afluxo de fiéis à Missa. Como era então normal o uso litúrgico do
pão fermentado, este devia ser fracionado antes de ser distribuído aos
comugantes. Por tudo isso é que, na Missa romana dos fins do século VII,
se juntou nesse momento, o conhecido canto do Cordeiro de Deus. À
fração do pão, na Igreja romana, uniu-se também outro rito simbólico, a
"commixtio", isto é, a "mistura", usada até os dias de hoje, e na qual
um fragmento da hóstia é colocada dentro do cálice. De fato, para as
missas celebradas por um padre em Roma, o papa, bispo dessa cidade,
enviava antecipadamente, por meio de um acólito, um pedaço de pão
eucarístico de sua própria Missa, em sinal de comunhão eclesial. Tal
fragmento, era misturado pelo padre no seu próprio cálice por ocasião da
fração, indicando assim que a sua Eucaristia não era algo independente,
mas sempre realizada em comunhão com a Eucaristia do bispo, ou seja,
como um verdadeiro e próprio "sacramento da unidade". Nas missas atuais,
por ocasião da fração do pão, continua-se a realizar a "mistura", na
qual é inserida no cálice não mais um pedaço da hóstia da Missa do
bispo, mas um fragmento da própria hóstia do padre, sempre como memória
daquele antigo rito.
ANO DA FÉ
Conteúdo da fé em Jesus Cristo, Rei do Universo Creio
em um só Senhor, Jesus Cristo, / Filho Unigênito de Deus, / nascido do
Pai antes de todos os séculos: / Deus de Deus, / luz da luz, / Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, / gerado, não criado, / consubstancial ao
Pai. / Por Ele todas as coisas foram feitas. / E por nós, homens, e
para nossa salvação, / desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito
Santo, / no seio da virgem Maria, / e se fez homem. Também por nós foi
crucificado / sob Pôncio Pilatos; / padeceu e foi sepultado. /
Ressuscitou ao terceiro dia, / conforme as Escrituras, / e subiu aos
céus, / onde está sentado à direita do Pai. / E de novo há de vir, em
sua glória, / para julgar os vivos e os mortos; / e o seu reino não terá
fim. Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje, ele o será para sempre (Hb
13,8).
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Vm – Ap 1,1-4; 2,1-5a; Sl 1; Lc 18,35-43
3ª Vd – Ap 3,1-6.14-22; Sl 14 (15); Lc 19,1-10
4ª Br – Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12, 46-50
5ª Vd – Ap 5,1 -10; S1 149; Lc 19,41-44
6ª Vd – Ap 10,8-11; Sl 118 (119); Lc 19,45-48
Sb Vm – Ap 11,4-12; Sl 143 (144); Lc 20,27-40
CRISTO REI DO UNIVERSO Dn 7,13-14; Sl 92 (93),1ab.1c-2.5 (R/. 1a); Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37 ("Eu sou Rei")
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. JUIZO FINAL
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Novamente recorro á imaginação para
fazer algumas perguntas ao texto, como ensinou um dos meus professores
de Teologia, só que de maneira mais ousada, abordei o próprio autor do
evangelho, que é o nosso conhecidíssimo São Marcos. Disse a ele que,
alguém menos desavisado, ou que fizer uma leitura fundamentalista, por
certo vai entrar em pânico com as palavras que Jesus diz logo no início
do evangelho desse Domingo, “depois de uma tribulação o sol vai
escurecer, a lua não dará o seu resplendor ( acho que naquele tempo
ainda não sabiam que a lua é um satélite, sem luz própria), os astros
que estão no céu despencarão cá prá baixo e as potestades serão abaladas
”Convenhamos que é um cenário terrível, uma catástrofe igual aquele
filme do Armagedon. Com uma narrativa dessas, os cardíacos e os que têm
problemas emocionais, , vão morrer na véspera, de susto!
Ainda no meu imaginário, Marcos
esboça um sorriso e balança a cabeça explicando-me que esse é um modo
de dizer as coisas, e que os estudiosos chamam de linguagem literária, e
nesse caso é denominado de “Apocalíptica” e interpretá-la literalmente
seria grande idiotice, porque então, o nosso Deus Criador, rico de
amor e misericórdia por todos os séculos, em um determinado momento da
história, vai estar mal humorado, e como um garotinho temperamental,
destruirá a Obra da criação, que ele fez com tanto gosto e amor?Para
quem conhece bem o nosso Deus, revelado em Jesus Cristo, basta fazer
essa pergunta, cuja resposta desfaz qualquer mal entendido. Mas então, o
ser humano nunca será cobrado pelos seus atos de maldade, vai ficar
assim, elas por elas? Claro que não!
Todo homem, após a morte, terá um
juízo particular diante de Deus, na linguagem futebolística, vai ficar
no “mano a mano” com o Onipotente, Poderoso, Onipresente e Onisciente e
depois de conhecer a sua sorte, irá aguardar pelo último dia, como
ensina a Doutrina da Santa Igreja. Para dizer isso, e chamar a atenção
dos seus ouvintes, os Mestres no tempo de Jesus, costumavam usar um
estilo de comunicação, que causava impacto, obrigando seus ouvintes a
refletirem e voltarem-se para Deus. É um alerta, um aviso, de que a
Vida que Deus nos deu, não é só o que vemos, apontando-nos assim para
uma realidade escatológica ( final dos tempos) . Infelizmente nos dias
de hoje, certos pregadores de “araque” usam essa literatura
apocalíptica, também presente n o A.T, para fazerem o chamado
“terrorismo religioso”.
Prestemos atenção no versículo que
se segue a catástrofe anunciada “Então verão o Filho do Homem voltar
sobre as nuvens com grande poder e glória... A chegada de alguém
poderoso e importante é sempre anunciada de maneira solene e ruidosa,
batidas da lança no chão, toque de trombeta, rufar de tambores, aliás,
dia desses ouvi um anúncio em um carro de som, sobre um evento, e o
sujeito dizia que “O chão vai tremer”, e nem por isso alguém entrou em
pânico por causa disso, mas quando de trata da palavra de Deus
revelada, esquecemos o gênero literário e interpretamos literalmente,
essa literatura tem este modo próprio de dizer que no final da História
da Humanidade, algo de grandioso irá ocorrer, e para os que creem, é
exatamente o que esperam, afinal há em todos nós uma interrogativa
sempre presente: Até quando o mal vai imperar?
Para o nosso Deus presente em
Jesus, com todo o seu resplendor e glória, Senhor absoluto de todas as
coisas e todas as criaturas, a gente não ia querer que no dia da sua
volta, ele caísse de pára-quedas na humanidade e dissesse, “Olha aí meu
povo, eu voltei viu, vim para confirmar tudo o que ensinei lá no
início, aos meus discípulos que depois formaram a minha igreja. O
Evangelho não fala de um momento qualquer na história da humanidade,
mas tenta narrar como será este segundo julgamento, quando o Reino de
Deus, desacreditado por muitos, se tornará visível e real, para sempre e
toda a humanidade, do passado, desde os primórdios da história, estará
diante de Jesus, para o capítulo final.
Para quem apostou suas fichas nas
forças do mal, contrárias a Jesus e seu Reino, claro que esse dia será
terrível, mas não é esta a mensagem principal do nosso evangelho,
Marcos não quer que a comunidade entre em pânico, ao contrário, diante
de discípulos abatidos e desanimados, é como se Jesus estivesse falando
“Olha meus irmãos, no final tudo vai dar certo, e a glória do Pai
envolverá a todos os homens, no início de um tempo novo, de uma nova
realidade de alegria e felicidade plena na comunhão com o Pai”.
Claro que nem toda humanidade irá
desfrutar desse tempo novo, os anjos irão pelos quatro cantos da terra
para reunir os escolhidos. Que critério Deus usa para essa escolha? O
amor, que respeita o Livre Arbítrio de cada homem, criado á sua imagem e
semelhança, que toma decisões e faz escolhas todo dia, na liberdade
que Jesus concedeu. Essas decisões e escolhas que se faz a todo dia e a
cada momento, não deverá prescindir dos sinais do reino, presente em
nosso meio, são sinais que pertencem a uma ordem - sobrenatural e que,
portanto supõe um testemunho de Fé, pois todos eles convergem para
Jesus e a sua igreja, esse Jesus que nos visitou com o mistério da
encarnação, mostrou-nos o caminho, a verdade e a vida, que é ele
próprio.
Ele é nosso Deus e Único Senhor,
edificou o seu Reino em nosso meio e no momento oportuno, que só o Pai
sabe, voltará para a grande festa e nesse dia, o mal enraizado no
coração do homem, será arrancado com raiz e tudo, e o Bem Supremo
reinará para sempre, soberano e majestoso em Jesus Cristo, e todos os
que fizeram a opção por ele, nesta vida terrena, diante de quem tudo é
transitório e passageiro, até o céu e a terra... (33º. Domingo do Tempo
Comum)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
2. Necessidade de vigiar
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Este texto, que faz parte do
discurso escatológico atribuído a Jesus, tem sua origem na tradição
apocalíptica do Primeiro Testamento, tendo surgido dentro das
comunidades cristãs primitivas formadas por convertidos do judaísmo, os
quais, até os primeiros anos da década de 80, eram frequentadores das
sinagogas.
Na primeira leitura de hoje, do
Livro de Daniel, temos um texto de caráter apocalíptico, caracterizado
por sinais de destruição violenta e angústia, que precedem um juízo
final discriminatório e excludente, característico de autores que se
consideram justos e santos, privilegiados pela "eleição divina".
A expressão "filho do homem" (no
grego: hyos anthrôpou; no hebraico: ben-'adam) aparece muitas vezes no
Antigo Testamento, indicando a condição humana de maneira genérica. No
profeta Ezequiel a expressão é aplicada de modo personalizado (93 vezes)
ao próprio profeta na sua fragilidade, comum dos mortais. Uma única vez
a expressão aparece no livro de Daniel, vindo nas nuvens com poder e
glória (Dn 7,13). Jesus, inúmera vezes, aplica a si mesmo este título de
"filho do homem" para indicar sua simples condição humana,
contrapondo-se à figura messiânica davídica gloriosa esperada pelo povo
judeu. Na referência ao filho do homem vindo sobre as nuvens, pode-se
ver a alusão à dignificação do humano, assumido na condição divina e na
vida eterna pela encarnação de Jesus.
Depois da descrição dos abalos
cósmicos, que simbolizam a violência característica dos poderes deste
mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como
escatologia já realizada com a chegada do Filho do Homem, Jesus.
Em conclusão ao discurso
escatológico, temos a parábola da figueira, que é apresentada nos três
evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de
vigiar e orar. A parábola é articulada a partir de sinais da natureza,
nas árvores que começam a brotar, depois de secas no inverno, indicando a
proximidade do verão. Assim como pela natureza pode-se perceber as
mudanças de estações do tempo, pela observação dos fatos da vida e da
história, pode-se perceber também que o dia e a hora da revelação do
Filho do Homem, que é a chegada do Reino de Deus, estão próximos.
O Reino está perto assim como o meu
próximo está perto de mim. A comunhão e a solidariedade com meu próximo
são a entrada no Reino. Tudo acontece a partir do ouvir e praticar as
palavras de Jesus que nos revelam a vontade do Pai. O Reino de Deus já
está entre nós nos movimentos de solidariedade entre as comunidades e os
povos, particularmente com os mais empobrecidos, e é expresso no clamor
mundial contra as guerras e pela paz. É o processo histórico da
crescente conscientização e a valorização da dignidade humana, em um
nível global, com o empenho na defesa da vida e da natureza. Assim são
rejeitados e repudiados os poderes deste mundo que, seduzidos pela
ambição das riquezas, promovem a morte.
Na segunda leitura, extraída da
Carta aos Hebreus, é atribuído a Jesus, com o título de "cristo", o
caráter sacerdotal, caracterizado pela oferta de sacrifícios sangrentos
para a reconciliação com Deus. Contudo, em Jesus a reconciliação é fruto
do amor que remove toda condenação e exclusão, e a todos une na
fraternidade, na justiça, e na paz, em comunhão como o Pai.
Oração
Senhor Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na caridade, à tua espera.
3. MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O modo como Jesus descreveu o fim
dos tempos se encaixava no horizonte teológico da época. De fato,
esperavam-se abalos sísmicos e outros fenômenos terríveis, quando Deus
interviesse, definitivamente, na História.
A intenção de Jesus, porém, não era
a de incutir terror no coração dos discípulos e, assim, convertê-los em
fanáticos anunciadores do fim do mundo. Seu único desejo era o de
levá-los a permanecer vigilantes, de maneira a estarem sempre preparados
para o encontro com o Senhor.
A parábola da figueira aponta nesta
direção. O agricultor atento sabe quando a árvore está para frutificar.
Igualmente, o discípulo, quando discerne, sabe reconhecer quando se
aproxima a vinda do Senhor, e tem consciência de estar preparado para
recebê-lo.
A exortação de Jesus não tem um
tempo limitado de validade. Seu valor é eterno, como eternas são todas
as palavras de Jesus. Elas não passarão, embora tudo o mais perca seu
valor. Assim, é absolutamente certa a vinda do Filho do Homem e a
necessidade de manter-se vigilante e preparado para acolhê-lo. É,
também, firme a palavra do Senhor que apresenta o amor como critério do
juízo final, a recompensa para quem se mantiver fiel e a comunhão
definitiva com o Pai, como destino último do cristão. Por conseguinte, o
discípulo sensato deixa-se guiar pelas palavras de Jesus, de forma a
evitar contratempos.
Oração
Senhor Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na caridade, à tua espera.fonte:NPD Brasil/camocim belo mar blog