Luciana Benaduce estava no país do Oriente Médio durante ataques.
Fotógrafa foi submetida a rígido esquema de segurança ao deixar Tel Aviv.
Fotógrafa paulista estava em Israel a turismo
quando tiveram início os ataques a bomba na Faixa
de Gaza (Foto: Luciana Benaduce/Arquivo Pessoal)
Surpreendida com a escalada de violência entre Israel e Palestina em
sua primeira visita à Terra Santa, a fotógrafa paulista Luciana
Benaduce, 35 anos, passou por momentos de tensão ao deixar Tel Aviv, o
centro econômico israelense, na manhã deste domingo (18), após uma
visita de uma semana ao Oriente Médio.
Em entrevista por telefone ao
G1, a brasileira relatou
detalhes dos rígidos procedimentos de segurança a que foi submetida no
aeroporto internacional Ben Gurion, o maior de Israel e considerado um
dos mais seguros do mundo.
Residindo há dois anos na Holanda, Luciana aproveitou uma viagem de
negócios do marido a Israel para conhecer os pontos turísticos do país. O
casal desembarcou em Tel Aviv no último domingo (11), três dias antes
de militantes palestinos da Faixa de Gaza lançarem foguetes contra a
cidade.
O ataque, reivindicado pela Jihad Islâmica, desencadeou uma série de
bombardeios entre os dois países. Desde quarta (14), quando teve início a
operação “Pilar Defensivo”,
72 palestinos e três israelenses morreram.
Luciana e o marido retornaram a Amsterdam na madrugada deste domingo. A
paulista classificou de “surreal” as medidas de seguranças impostas
pelo governo de Israel para evitar atentados terroristas no principal
aeroporto do país.
O controle da polícia israelense sobre os passageiros do terminal aéreo
tem início antes mesmo do ingresso das pessoas no Ben Gurion. Luciana
contou que o táxi em que ela e o marido se dirigiram ao aeroporto foi
interceptado por policiais nas imediações do terminal para uma revista
preliminar.
Assim que o veículo parou, ressaltou a fotógrafa, um policial
questionou o nome dela, sua procedência e o destino para onde ela iria
viajar. Somente depois de se convencerem de que o casal era realmente
turista, as autoridades policiais autorizaram o táxi a seguir para a
área de embarque.
Dentro do aeroporto, antes mesmo de fazer o check-in, os passageiros
eram submetidos a novo interrogatório. Desta vez, além de responderem às
perguntas dos funcionários do terminal aeroviário sobre os motivos da
viagem, todos eram obrigados a abrir malas e mochilas para comprovar que
não estavam carregando nenhum artefato explosivo.
“Hoje (domingo), no aeroporto, foi algo surreal. Todo mundo que passava
tinha de tirar tudo, roupas e equipamentos eletrônicos. Antes de chegar
ao raio-x, faziam perguntas como por que vim ao país, se alguém mandou
algum presente por meio da minha bagagem, qual a profissão do meu
marido”, destacou Luciana, de volta à Holanda.
Realizado o check-in, relatou a fotógrafa, os passageiros ainda tinham
de passar por uma última inspeção antes de ingressarem nas aeronaves. Na
revista, as bagagens eram mais uma vez abertas e eram vistoriadas por
equipamentos de raios-x e dispositivos capazes de identificar produtos
inflamáveis.
Os procedimentos de segurança para embarcar no avião levaram cerca de 40 minutos. A brasileira contou ao
G1
que as pessoas que estavam no aeroporto demonstravam estar temerosas
com os bombardeios e aparentavam querer sair rápido do país. Segundo
ela, os voos que partiam de Israel no final de semana estavam lotados.
“Foi muito bom conhecer Israel, mas foi um alívio retornar para Amsterdam”, desabafou a fotógrafa paulista.
Rotina inabalada
Apesar das medidas adicionais de segurança no aeroporto internacional, a
fotógrafa Luciana Benaduce afirmou que a rotina dos israelenses
praticamente não sofreu alterações com os bombardeios na Faixa de Gaza.
De acordo com a brasileira, a população de importantes cidades do país,
como Jerusalém e Tel Aviv, aparentou tranquilidade na maior parte do
tempo em que ela esteve no Oriente Médio.
“Não vi pânico nas ruas. Não tinha isso. As pessoas apenas deixam de sair para os bares e restaurantes”, disse.
Assim que os combates entre Israel e Palestina tiveram início, na
quarta, amigos israelenses do casal brasileiro tentaram tranquilizá-lo,
enfatizando que os bombardeios eram “normais” no país.
A população local, conta Luciana, só passou a demonstrar preocupação
com o conflito depois que as Forças Armadas israelenses mataram o líder
militar do Hamas durante um ataque aéreo e mísseis palestinos caíram nas
proximidades de Jerusalém, considerada uma terra sagrada. A segurança
pública na cidade santa foi reforçada depois dos ataques, observou
Luciana.
Neste sábado (17), afirmou a fotógrafa de São Paulo, após as sirenes
antibomba terem alertado a população de Tel Aviv que um foguete havia
sido lançado de Gaza na direção da maior cidade de Israel, a população
apenas procurou se manter mais tempo em casa. Mesmo assim, Luciana e o
marido decidiram sair à noite para jantar fora.
“O dia mais tenso foi neste sábado, quando deram o toque de recolher.
As pessoas tiveram segundos para se esconder. Eu estava chegando à
cidade quando as sirenes soaram. O que deu um certo pânico na população é
que fazia muitos anos que não acontecia o toque de recolher”, ponderou a
brasileira.fonte:G1 mundo/camocim belo mar blog