Protestos marcaram uma reunião realizada ontem na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, para discutir detalhes da realização da Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Enquanto integrantes do Comitê Executivo da entidade se reuniam com os organizadores da competição, grupos sindicais se manifestavam do lado de fora contra as condições de trabalho no país-sede.
Um grupo de aproximadamente 100 pessoas protestou na sede da Fifa exigindo respeito aos direitos trabalhistas dos operários que trabalham nas obras do torneio mais importante organizado pela organização Foto: ReutersCerca de 100 manifestantes exibiam cartões vermelhos simbólicos à Fifa, em protesto exigindo que fossem respeitados os direitos trabalhistas dos operários que trabalham nas obras para o torneio. "Cartão vermelho para a Fifa" e "não à Copa do Mundo no Qatar sem direitos dos trabalhadores" eram alguns dos dizeres de cartazes e faixas exibidos pelos grupos.
A revolta teve início com uma matéria publicada pelo jornal inglês ´The Guardian´, que acusou o Comitê Organizador da Copa de 2022 de utilizar trabalho escravo nas obras. Segundo a publicação, imigrantes do Nepal eram trazidos sob condições precárias e, inclusive, 44 operários nepaleses teriam morrido em Doha entre junho e agosto.
O Comitê Organizador do Mundial prometeu investigar o caso e, ontem, seu chefe-executivo, Hassan al-Thawadi, tratou a segurança dos operários como "prioridade", antes de defender o histórico do Qatar na proteção dos direitos trabalhistas. "Se o Mundial está fazendo algo, é acelerar muitas dessas iniciativas".