Candidato à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou gravação na qual é relacionado a um suposto pagamento de propina
Marcela Mattos, de Brasília
O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha, apresenta uma gravação que supostamente seria usada contra ele em sua campanha pela presidência da Casa, nesta terça-feira (20) (Alan Marques/Folhapress)
A Polícia Federal instaurou inquérito policial na noite desta terça-feira para apurar a autoria e o teror da gravação na qual o candidato à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é citado em uma negociata de dinheiro. A investigação do caso foi solicitada pelo próprio deputado. Em nota, a PF informou que Cunha será ouvido “no prazo mais célere possível” e que será realizada uma perícia no áudio da gravação.
Nesta manhã, Cunha convocou a imprensa para divulgar a suposta gravação na qual dois homens, em tom de roteiro teatral, relacionam o deputado a um pagamento de propina. Um deles diz ter sido prejudicado e afirma que os amigos de Cunha “estão sendo esquecidos”. O outro interlocutor rebate: “Tenha tranquilidade que você vai ser remunerado”. De acordo com o peemedebista, a divulgação da conversa é uma forma de se antecipar “a uma nova tentativa de alopragem” que visa “constranger” a campanha dele.
Cunha disse ter recebido a gravação em seu escritório no Rio de Janeiro, no sábado, pelas mãos de um suposto policial federal. O agente teria dito que o diálogo seria inserido em um inquérito e que quem estaria orquestrando a ação fazia parte da cúpula da Polícia Federal.
Em nota, a PF apontou que a denúncia encaminhada pelo parlamentar “não atribui a autoria da gravação a qualquer membro da Polícia Federal”. E continuou: “A PF reafirma que trabalha de forma isenta e imparcial, respeitando o devido processo legal. A produção de provas no curso de um inquérito policial atende as disposições legais. A regularidade dessas provas é acompanhada pelo Judiciário”.