Ela canta no alto de um trio elétrico, 'pega' Camila Morgado e mostra a beleza do candomblé
Rio - Caiu na rede é peixe. Homem ou mulher, ninguém resistirá aos encantos de Isis Valverde na nova microssérie da Globo ‘O Canto da Sereia’, que estreia terça-feira. Na trama baseada na obra homônima de Nelson Motta, a Sereia de Isis não vem do mar. É do alto de um trio elétrico de Salvador, que a rainha do axé vai embalar os foliões e destruir corações. Uma das vítimas do jogo de sedução da musa é a empresária dela, Mara (Camila Morgado), com quem terá um romance. As personagens trocam carícias. “Mas não tem beijo na boca”, adianta o diretor José Luiz Villamarim. Isis e Camila gravaram as cenas românticas na Patagônia.
Isis Valverde estreia 'O Canto da Sereia'
Para interpretar a cantora, Isis observou Ivete Sangalo: 'Estudei os movimentos dela no trio'
Ela também viverá uma paixão avassaladora com o produtor musical Paulinho de Jesus (Gabriel Braga Nunes). “Não é ao mesmo tempo. Ela não é igual a Suelen (a periguete de ‘Avenida Brasil’)”, avisa Isis. “Sereia é livre sexualmente. Experimentou, gostou, vai fundo. Vivi situações nessa trama que eu nunca vivi antes. Foram emoções fortes, cenas complexas. Nunca fiz uma personagem tão rica. Descobri sentimentos novos, sensações novas. É uma história muita intensa”, explica. Intensa porque, como a figura mitológica, ela canta, seduz, manipula e tem a morte como pano de fundo. Por falar em mitologia, o nome Isis significa deusa egípcia do amor.
Coincidências à parte, Sereia será assassinada com um tiro certeiro em pleno Carnaval. A partir daí, começa o ‘quem matou?’ e todos ligados à cantora são suspeitos. “A morte anda de mãos dadas com essa jovem mulher e isso não é fácil, pode enlouquecer uma pessoa”, avalia. Um dos mais interessados em desvendar o caso é o segurança e detetive Augustão (Marcos Palmeira).
Para interpretar uma diva pop, Isis fez um intensivo com uma das mais bem-sucedidas cantoras do gênero, Ivete Sangalo. “Eu fiquei estudando os movimentos dela no trio. Ela tem um estilo próprio de segurar o microfone, de dançar. Achei genial a ideia do Zé (diretor) de fazer ao vivo. Isso fez com que as cenas ficassem tão boas”, comenta a atriz, que aprendeu a cantar, fez aulas de prosódia para caprichar no sotaque baiano e soltou a voz de verdade. Uma das canções é ‘No Ouvido da Sereia’, feita especialmente para a história pelo compositor Quito Ribeiro.
'Achava que todo mundo me amava, mas o mundo não é assim. Saber onde está pisando e com quem convive é muito bom', diz a atriz | Foto: Divulgação
“É muito estranho ouvir a minha voz. No início eu fiquei bem tímida. Mas chegou uma hora que comecei a cantar de boa. Eles queriam que eu passasse essa emoção. O circo foi montado e eu tive que fazer. Sou uma ‘cantriz’, não sou cantora, nem tenho a pretensão de ser. Mas você é a dona do show. Eu tive que levantar a galera, instigar. Como disse Ivete, é um grande karaokê com uma pessoa que canta bem. É uma mulher em cima de um caminhão, no meio da rua, cantando com uma saia curtíssima e gritando: ‘Vamos lá, gente!’. Tem que ter uma força muito grande. Na hora que eu estava no trio, com o microfone na mão, a cantora veio que veio”, conta. Mas Isis confessa que o ritmo não faz mais o seu estilo: “Eu curtia axé quando era mais nova, depois comecei a ir para outros tipos de festas, mais hip hop. Só que no Carnaval não tem como fugir. Bobeou, você está ali, dançando”.
Ela também encarou outro desafio. Foi convidada pelo diretor de núcleo Ricardo Waddington para protagonizar a microssérie quando ainda estava gravando a novela ‘Avenida Brasil’, no auge da sexy Suelen. Foram só dois meses de preparação. “Foi puxado, uma ralação”, lembra. Como a periguete, Sereia também é uma mulher provocante e sedutora, mas Isis não compara as personagens. “Me despedi totalmente, devolvi tudo dela. Não gosto de levar nada do que eu já fiz, só as fotos da equipe, os prêmios. Não senti a Suelen ali. É outra pessoa”, defende.
Um ponto em comum entre Isis e Sereia é o fato de as duas terem conquistado a fama tão cedo. “Ela não teve base. Subiu à cabeça. É muito poder nas mãos de uma menina que não tem ninguém. Eu tenho alicerce, pessoas para cuidar de mim. Minha mãe sempre manteve os meus pés no chão e agradeço a ela a pessoa que eu sou hoje”, diz. Com o sucesso, a atriz revela que perdeu a ingenuidade. “Achava que todo mundo me amava, mas o mundo não é assim. Saber onde está pisando e com quem convive é muito bom. O que a Sereia não soube foi escolher as pessoas certas. Ela é muito sozinha, mesmo tendo esses dois romances”, justifica.
Mas não são só os amores e o suspense que vão movimentar a trama. ‘O Canto da Sereia’ trará à tona o Candomblé. “A gente vai abordar uma religião que não é comum na televisão e ainda é muito distorcida por algumas pessoas. Achei ousadia dos diretores e autores (George Moura e Patrícia Andrade ). É bom porque ajuda a desmistificar a crença. Eu já conhecia o Candomblé e sempre achei lindo, mas agora que fui à Bahia foi diferente, foi mais forte”, entrega.
Isis acompanhou alguns rituais para ajudar na composição da personagem, porque na história Sereia tem uma guia espiritual, a Mãe Marina de Oxum (Fabíula Nascimento): “Vi as festas em gravação no celular, porque em iniciação de santo a gente não pode entrar. É do bem, incrível, me apaixonei. Quando as pessoas não entendem alguma coisa, rejeitam, criticam. Acho que a TV está aí para isso, para expor o problema, as diferenças, o novo, de maneira que todos entendam”, acredita.
Recentemente, Isis foi vítima de um paparazzo que teria filmado e exposto um vídeo íntimo da atriz com o namorado, Tom Rezende, a amigos. Ela garante que não se deixou abater pela polêmica que a notícia causou: “Vivo a minha vida. Bateu, eu levanto, tenho que lutar. Atuar para mim é uma terapia. Mato todos os meus demônios e amo todos os meus anjos”.
fonte:o dia/camocim belo mar blog
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