Maestro irá reger a Orquestra Bachiana na Estação Cultura, em Campinas.
Após dedicar vídeo a Messi, ele elogia Pelé e avalia a Sinfônica da cidade.
Um dos principais intérpretes de Bach no século XX, o maestro João Carlos Martins demonstra entusiasmo quando trata de novos capítulos para a 'saga das mãos'. Em entrevista ao G1, o regente titular da Orquestra Bachiana falou sobre o desejo que tem de viver por mais de 100 anos, comentou sua admiração pelo futebol de Lionel Messi, e analisou a orquestra sinfônica da cidade de Campinas (SP), onde fará apresentação gratuita neste domingo (25).
"O que falta na minha carreira é deixar um legado através da inclusão social de jovens. Meu pai foi até os 102 anos, quem sabe eu tenho uns 30 para queimar ainda. Para mim, a vida é sempre olhar para a frente com a esperança de criar algo", disse o músico paulistano, de 73 anos, que promove trabalhos de musicalização com jovens da periferia de São Paulo e outras capitais.
"O que falta na minha carreira é deixar um legado através da inclusão social de jovens. Meu pai foi até os 102 anos, quem sabe eu tenho uns 30 para queimar ainda. Para mim, a vida é sempre olhar para a frente com a esperança de criar algo", disse o músico paulistano, de 73 anos, que promove trabalhos de musicalização com jovens da periferia de São Paulo e outras capitais.
O repertório da apresentação marcada para as 16h, na Estação Cultura, será formado por obras de Beethoven, Mozart, Haydn e Mascagni. Nesta sexta, durante apresentação que antecedeu ao concerto de Campinas, em Valinhos (SP), o público também pode conferir versões de My Way (Frank Sinatra), Trem das Onze (Adoniran Barbosa - que nasceu em Valinhos) e Ave Maria.
O sinônimo de dor é esperança. Villa-Lobos dizia que as artes mostram a cultura de um povo"
Maestro João Carlos Martins
Obstáculos
Conhecido pelo grande público, também em virtude da trajetória de superação - já que em 11 anos passou por 19 procedimentos cirúrgicos para tentar reverter os problemas causados por dois incidentes aos nervos das mãos - o maestro diz que ainda precisa dedicar duas horas, por dia, às sessões de fisioterapia. "O sinônimo de dor é esperança. Villa-Lobos dizia que as artes mostram a cultura de um povo", ressalta Martins sobre a dedicação à música.
Conhecido pelo grande público, também em virtude da trajetória de superação - já que em 11 anos passou por 19 procedimentos cirúrgicos para tentar reverter os problemas causados por dois incidentes aos nervos das mãos - o maestro diz que ainda precisa dedicar duas horas, por dia, às sessões de fisioterapia. "O sinônimo de dor é esperança. Villa-Lobos dizia que as artes mostram a cultura de um povo", ressalta Martins sobre a dedicação à música.
Durante a apresentação em Valinhos, bem humorado, entre as peças, ele contou episódios cômicos da própria trajetória e disse que não tem uma história de 'superação', mas de teimosia. "Existem dois tipos de obstáculos na vida: os que parecem intransponíveis, em que você precisa ter determinação; e os que são realmente intransponíveis, quando você precisa ter humildade. O grande segredo da vida é você conseguir distinguir um do outro".
Família
Ao falar sobre a influência da família, ele gosta de relembrar o pedido de casamento feito pelo pai. "Ele pediu para a minha mãe aprender a tocar piano. Ela achava que não tinha o talento e avisou o meu pai: 'Gosta de mim, mas deixa o piano para os nossos filhos quando eles nascerem", conta aos risos. Martins ganhou o primeiro piano aos 8 anos e estreou, aos 20, no Carnigie Hall, uma das principais casas de espetáculos dos Estados Unidos.
Ao falar sobre a influência da família, ele gosta de relembrar o pedido de casamento feito pelo pai. "Ele pediu para a minha mãe aprender a tocar piano. Ela achava que não tinha o talento e avisou o meu pai: 'Gosta de mim, mas deixa o piano para os nossos filhos quando eles nascerem", conta aos risos. Martins ganhou o primeiro piano aos 8 anos e estreou, aos 20, no Carnigie Hall, uma das principais casas de espetáculos dos Estados Unidos.
O maestro já fez parceria com a dupla Chitãozinho & Xororó e teve a história contada no samba-enredo da escola Vai-Vai, campeã do carnaval de São Paulo, em 2011. Em junho deste ano, Martins se apresentou para 2,5 mil pessoas na Concha Acústica de Campinas.
A Sinfônica de Campinas
João Carlos Martins não se intimida ao opinar sobre a Sinfônica de Campinas (OSMC). Para ele, sucessivas gestões políticas atrapalharam o grupo desde o fim da década de 70, quando era considerado o melhor em atividade no país. "Houve diversas fases e a melhor delas foi na época do Benito Juarez [diretor artístico da Banda Sinfônica do Exército], quando era uma referência. Isso deveria ter sido mantido, mas a política prejudicou em alguns períodos e não corrigiu os erros que deveria". Juarez permaneceu à frente da OSMC entre 1975 e 2000.
Por outro lado, ao avaliar o presente, Martins elogiou a conduta do maestro da Sinfônica, o chileno Victor Hugo Toro. "É um regente de ponta e o potencial da orquestra é enorme. Ela poderá voltar ao lugar que sempre mereceu no Brasil", destacou.
João Carlos Martins não se intimida ao opinar sobre a Sinfônica de Campinas (OSMC). Para ele, sucessivas gestões políticas atrapalharam o grupo desde o fim da década de 70, quando era considerado o melhor em atividade no país. "Houve diversas fases e a melhor delas foi na época do Benito Juarez [diretor artístico da Banda Sinfônica do Exército], quando era uma referência. Isso deveria ter sido mantido, mas a política prejudicou em alguns períodos e não corrigiu os erros que deveria". Juarez permaneceu à frente da OSMC entre 1975 e 2000.
Por outro lado, ao avaliar o presente, Martins elogiou a conduta do maestro da Sinfônica, o chileno Victor Hugo Toro. "É um regente de ponta e o potencial da orquestra é enorme. Ela poderá voltar ao lugar que sempre mereceu no Brasil", destacou.
Pelé, Copa e vídeo para Messi
Longe da batuta, Martins usa parte do tempo livre para ver jogos de Lionel Messi, pelo Barcelona, e também lamenta quando vê atuações pouco inspiradas da 'Lusa', o time de coração. "Gostaria de dedicar um vídeo para a Portuguesa, mas não estão fazendo gols tão bonitos', brincou o maestro.
Em homenagem ao craque argentino, a Fundação Bachiana criou um vídeo em parceria com a Fundação Leo Messi, em 23 de julho, formado por 14 gols memoráveis do jogador exibidos ao som da Cantata nº 29, executada pela English Chamber Orchestra e sob regência de Martins. "Esporte e música podem ser conectados quando o ideal é a inclusão social", destacou o artista.
Longe da batuta, Martins usa parte do tempo livre para ver jogos de Lionel Messi, pelo Barcelona, e também lamenta quando vê atuações pouco inspiradas da 'Lusa', o time de coração. "Gostaria de dedicar um vídeo para a Portuguesa, mas não estão fazendo gols tão bonitos', brincou o maestro.
Em homenagem ao craque argentino, a Fundação Bachiana criou um vídeo em parceria com a Fundação Leo Messi, em 23 de julho, formado por 14 gols memoráveis do jogador exibidos ao som da Cantata nº 29, executada pela English Chamber Orchestra e sob regência de Martins. "Esporte e música podem ser conectados quando o ideal é a inclusão social", destacou o artista.
Esporte e música podem ser conectados quando o ideal é a inclusão social"
Maestro João Carlos Martins
Em uma rede social, o jogador agradeceu a homenagem. "Obrigado Maestro João Carlos Martins, a dedicação e gentileza de relembrar meus jogos com o maior compositor da música clássica, Bach!", diz o texto. Até a publicação da reportagem, o material foi visto por ao menos 203 mil internautas do YouTube. Clique aqui para conferir.
Ao falar sobre a relação com os gramados, ele também fez elogios a Pelé, e comentou sobre a chance de apresentar o Hino Nacional Brasileiro, durante a Copa de 2014. "Ele fez os prefácios de dois livros meus e, mais do que um ídolo, é o símbolo da minha geração. Se houver o convite para o Hino será uma honra, mas não fui consultado. Ele deve mostrar a nobreza do povo".
Ao falar sobre a relação com os gramados, ele também fez elogios a Pelé, e comentou sobre a chance de apresentar o Hino Nacional Brasileiro, durante a Copa de 2014. "Ele fez os prefácios de dois livros meus e, mais do que um ídolo, é o símbolo da minha geração. Se houver o convite para o Hino será uma honra, mas não fui consultado. Ele deve mostrar a nobreza do povo".
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