G1 tentou acessar a página, mas endereço não foi encontrado.
MP-MA disse que vai representar contra o paranaense Gustavo Zanelli.
A repercussão das postagens do advogado Gustavo Zanelli, que disse que iniciaria uma guerra para separar o Norte e o Nordeste do Brasil, levou o paranaense a excluir seu perfil nas redes sociais. O G1 tentou acessar a página na internet às 15h40, mas o endereço está indisponível.
O advogado causou revolta após postar vários comentários criticando o Maranhão e Norte e Nordeste do país. Por volta de 15h, o Ministério Público do Maranhão (MP-MA) publicou, por meio de página na internet, que já representou formalmente contra o advogado "pela prática de ofensas de caráter racial e discriminatório contra a cultura e a população nordestina e maranhense".
Segundo o MP-MA, a procuradora-geral de Justiça Regina Lúcia de Almeida Rocha encaminhou a representação à seção maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e apresentou notícia-crime junto à Procuradoria da República no Maranhão (PR-MA) nesta quinta-feira (12).
Entenda o caso
Os comentários do advogado paranaense vinham causando revolta nas redes sociais desde a noite de quarta-feira (11). Em post publicado no dia 9 de setembro, Gustavo Zanelli diz que "não adianta querer misturar as culturas norte/nordeste X sul/ sudeste. É por isso que há tão poucos sulistas no nordeste (nós não aguentamos issoaqui )".
Os comentários do advogado paranaense vinham causando revolta nas redes sociais desde a noite de quarta-feira (11). Em post publicado no dia 9 de setembro, Gustavo Zanelli diz que "não adianta querer misturar as culturas norte/nordeste X sul/ sudeste. É por isso que há tão poucos sulistas no nordeste (nós não aguentamos isso
Em outro post, publicado na quarta-feira (11), o advogado sugere a separação das regiões Norte e Nordeste do resto do país, declarando que "seria o primeiro a iniciar uma guerra para a devida separação", e completa: "se houvesse essa possibilidade nós aí do Brasil seríamos um país de primeiro mundo".
Uma terceira postagem, feito no dia 7 de setembro, ironiza as condições climáticas de São Luís. "Acabo de chegar em terras maranhenses! O calor aproxima os 90 graus". Quando uma pessoa comenta "GU VC TA MORANDO NO MARANHÃO MESMO !!!!!!!!!!", Gustavo vai além. "Até dezembro ficarei aqui (...) Não sei se suportarei até dezembro o calor, a grosseria dos nordestinos e essa comida horrivel, mas o objetivo inicial é ficar até dezembro", dispara.
Um comentário específico criticando o Departamento de Medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) foi amplamente compartilhado e teve repercussão em diversos blogs locais. Revoltado, o estudante de direito da Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro, Klaus Aires, que reside em São Luís, divulgou a seguinte mensagem:
"Gustavo Zanelli - Advogado, residente em São Luís-MA ofendendo os Nordestinos. Deu um show de imundices mostrando sua total falta de conhecimento antropológico, histórico e geopolítico acerca da história do Brasil e dos feitos e da força do povo nordestino. Não sou nordestino, sou Carioca e este imundo não me representa. Ja fiz a denúncia na página de todas as OAB's do NORDESTE, e semana que vem levo formalmente na sede da OAB-MA", avisou. A mensagem já possui 43 curtidas e 78 compartilhamentos.
Em seu perfil, Gustavo Zanelli se diz natural de Cambé, no Paraná. O G1 tentou entrar em contato com ele no telefone disponibilizado no site do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Uma pessoa, que atendeu a ligação e não quis se identificar, disse que o advogado não se encontrava no local. Minutos depois, Zanelli retornou a ligação e falou com a reportagem. Ele confirmou que o perfil é verdadeiro e disse que não se encontra mais no Maranhão. Questionado sobre a repercussão de suas postagens, o advogado desconversou.
"Não vou me manifestar sobre esse assunto. Só vou falar em juízo caso seja acionado", disse.
Por telefone, o G1 entrou em contato com a assessoria da UFMA, que declarou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Segundo assessoria da OAB-MA, o advogado não está inscrito na seccional. A Comissão de Direitos Humanos deve fazer levantamento para saber se houve atuação do advogado no Estado
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