Com o reajuste para as distribuidoras, algumas marcas são repassadas ao consumidor com variação de até 40%
Frequentadores assíduos de bares e restaurantes de Fortaleza certamente já perceberam que as cervejas estão mais caras. O reajuste médio de 18% foi repassado pelas distribuidoras aos comerciantes ainda no início deste trimestre, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel-CE). Para o consumidor final, o aumento pode ser muito maior, dependendo da marca e do lugar escolhidos.
Embora não afaste a clientela dos estabelecimentos, empresários reclamam que a majoração está reduzindo o consumo nesta época do ano FOTO: RAFA ELEUTÉRIO
Embora a mudança não afaste a clientela dos estabelecimentos, empresários que vendem bebidas alcoólicas reclamam que a majoração está sendo responsável por uma redução no consumo da "loura gelada", algo atípico para esta época do ano.
Na opinião do presidente da Abrasel-CE, Ivan Assunção, as empresas distribuidoras anunciaram o reajuste ainda em setembro. No mês seguinte, as bebidas já começaram a ser comercializadas a preços mais elevados, chegando ao consumidor final. "Na minha opinião, 18% é um aumento excessivo. Infelizmente, tivemos que passar o reajuste à clientela. Todo mundo que atua no nosso segmento sabe que, quando o consumidor nota que um produto encareceu, ele deixa de consumir como antes. Isso nos atrapalha bastante".
Acima da média
Mesmo que o reajuste médio nos valores das cervejas tenha sido 18%, algumas marcas são repassadas ao consumidor com variação que se aproxima da casa dos 40%. No Chopp do Bixiga, no Centro de Fortaleza, essa variação pode ser facilmente identificada pelos clientes.
No fim de setembro, a cerveja Original de 600 ml era comercializada naquele estabelecimento por R$ 7,80. Atualmente, o produto custa R$ 10,20, um acréscimo de 30,7%.
A variação das bebidas tipo long neck no Chopp do Bixiga foi ainda maior, atingindo 38,2%. As marcas Bohemia, Budweiser, Stella Artois e Skol custavam, em média, R$ 4,70, preço que saltou para R$ 6,50 no último trimestre de 2013. Já o chopp da Brahma de 330 ml foi de R$ 4,80 para R$ 6,50, alta de 35,4%.
Impacto nas vendas
De acordo com a proprietária daquele bar, Gisele Ardente, o impacto nas vendas do estabelecimento está sendo grande. "Os clientes não deixam de frequentar ao bar, mas consomem menos. O reajuste, além de ter sido grande demais, aconteceu numa época em que Fortaleza começa recebe turistas estrangeiros e nacionais. Quando os preços sobem, o consumidor sempre pensa que a culpa é do bar, mas, na verdade, somos obrigados a vender mais caro por causa das distribuidoras", critica.
No restaurante Casanostra, na Aldeota, os preços das cervejas não foram alterados, assegura o gerente Carlos Alberto Feitosa. Conforme ele, a decisão foi tomada pela direção do estabelecimento, que optou por repassar o aumento aos clientes só em janeiro próximo.
"Reajustar os valores nesta época não é uma boa ideia. Estamos com os preços defasados. Não estamos saindo no prejuízo, mas o lucro é mínimo", conta, informando que o restaurante só trabalha com cervejas long neck. Os preços variam de R$ 4,50 a R$ 5,00.
Supermercados
O presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Severino Neto, preferiu não comentar o assunto. Ontem, a reportagem ligou para supermercados de Fortaleza a fim de identificar os preços das cervejas nos pontos de venda. Os valores são bem menores que em bares e restaurantes, mas podem oscilar consideravelmente de um estabelecimento para outro.
Campanha
A Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) não divulgou o índice de aumento repassado aos revendedores de cerveja. A empresa informou apenas que tem como política reajustar os valores em linha com a inflação, repassando eventuais custos adicionais, tais como carga tributária e câmbio.
A Ambev lembrou que o adiamento do aumento de impostos federais, que passaria a vigorar em outubro, permitiu o lançamento da campanha "Verão Sem Aumento". Nela, a companhia se compromete a não elevar os preços da cerveja e sugere que os pontos de venda também mantenham os preços praticados atualmente.
As equipes da empresa já começaram a visitar estabelecimentos em todo o Brasil para estimular a adesão ao projeto. A expectativa é ter, até o fim de dezembro, cerca de 500 mil pontos de venda. Em Fortaleza, a meta é levar a campanha ao conhecimento de proprietários de 15 mil estabelecimentos.
Os estabelecimentos que participam da campanha ganham o selo "Verão Sem Aumento". A ação contempla as marcas Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Original, em suas embalagens retornáveis e descartáveis, de 300 ml, 600 ml e um litro.
Frequentadores assíduos de bares e restaurantes de Fortaleza certamente já perceberam que as cervejas estão mais caras. O reajuste médio de 18% foi repassado pelas distribuidoras aos comerciantes ainda no início deste trimestre, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel-CE). Para o consumidor final, o aumento pode ser muito maior, dependendo da marca e do lugar escolhidos.
Embora não afaste a clientela dos estabelecimentos, empresários reclamam que a majoração está reduzindo o consumo nesta época do ano FOTO: RAFA ELEUTÉRIO
Embora a mudança não afaste a clientela dos estabelecimentos, empresários que vendem bebidas alcoólicas reclamam que a majoração está sendo responsável por uma redução no consumo da "loura gelada", algo atípico para esta época do ano.
Na opinião do presidente da Abrasel-CE, Ivan Assunção, as empresas distribuidoras anunciaram o reajuste ainda em setembro. No mês seguinte, as bebidas já começaram a ser comercializadas a preços mais elevados, chegando ao consumidor final. "Na minha opinião, 18% é um aumento excessivo. Infelizmente, tivemos que passar o reajuste à clientela. Todo mundo que atua no nosso segmento sabe que, quando o consumidor nota que um produto encareceu, ele deixa de consumir como antes. Isso nos atrapalha bastante".
Acima da média
Mesmo que o reajuste médio nos valores das cervejas tenha sido 18%, algumas marcas são repassadas ao consumidor com variação que se aproxima da casa dos 40%. No Chopp do Bixiga, no Centro de Fortaleza, essa variação pode ser facilmente identificada pelos clientes.
No fim de setembro, a cerveja Original de 600 ml era comercializada naquele estabelecimento por R$ 7,80. Atualmente, o produto custa R$ 10,20, um acréscimo de 30,7%.
A variação das bebidas tipo long neck no Chopp do Bixiga foi ainda maior, atingindo 38,2%. As marcas Bohemia, Budweiser, Stella Artois e Skol custavam, em média, R$ 4,70, preço que saltou para R$ 6,50 no último trimestre de 2013. Já o chopp da Brahma de 330 ml foi de R$ 4,80 para R$ 6,50, alta de 35,4%.
Impacto nas vendas
De acordo com a proprietária daquele bar, Gisele Ardente, o impacto nas vendas do estabelecimento está sendo grande. "Os clientes não deixam de frequentar ao bar, mas consomem menos. O reajuste, além de ter sido grande demais, aconteceu numa época em que Fortaleza começa recebe turistas estrangeiros e nacionais. Quando os preços sobem, o consumidor sempre pensa que a culpa é do bar, mas, na verdade, somos obrigados a vender mais caro por causa das distribuidoras", critica.
No restaurante Casanostra, na Aldeota, os preços das cervejas não foram alterados, assegura o gerente Carlos Alberto Feitosa. Conforme ele, a decisão foi tomada pela direção do estabelecimento, que optou por repassar o aumento aos clientes só em janeiro próximo.
"Reajustar os valores nesta época não é uma boa ideia. Estamos com os preços defasados. Não estamos saindo no prejuízo, mas o lucro é mínimo", conta, informando que o restaurante só trabalha com cervejas long neck. Os preços variam de R$ 4,50 a R$ 5,00.
Supermercados
O presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Severino Neto, preferiu não comentar o assunto. Ontem, a reportagem ligou para supermercados de Fortaleza a fim de identificar os preços das cervejas nos pontos de venda. Os valores são bem menores que em bares e restaurantes, mas podem oscilar consideravelmente de um estabelecimento para outro.
Campanha
A Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) não divulgou o índice de aumento repassado aos revendedores de cerveja. A empresa informou apenas que tem como política reajustar os valores em linha com a inflação, repassando eventuais custos adicionais, tais como carga tributária e câmbio.
A Ambev lembrou que o adiamento do aumento de impostos federais, que passaria a vigorar em outubro, permitiu o lançamento da campanha "Verão Sem Aumento". Nela, a companhia se compromete a não elevar os preços da cerveja e sugere que os pontos de venda também mantenham os preços praticados atualmente.
As equipes da empresa já começaram a visitar estabelecimentos em todo o Brasil para estimular a adesão ao projeto. A expectativa é ter, até o fim de dezembro, cerca de 500 mil pontos de venda. Em Fortaleza, a meta é levar a campanha ao conhecimento de proprietários de 15 mil estabelecimentos.
Os estabelecimentos que participam da campanha ganham o selo "Verão Sem Aumento". A ação contempla as marcas Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Original, em suas embalagens retornáveis e descartáveis, de 300 ml, 600 ml e um litro.
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