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Orçado em 740 milhões de euros, o satélite Gaia decolou da Guiana Francesa com o objetivo de produzir a primeira imagem realista, em 3D, de como a nossa Via Láctea é construída.
A sensibilidade notável do Gaia - uma das missões espaciais mais ambiciosos da história, lançada pela Agência Espacial Europeia - permitirá ainda a detecção de muitos milhares de corpos celestes jamais vistos antes, incluindo novos planetas e asteroides.
Gaia está em desenvolvimento há mais de 20 anos.
No coração do telescópio transportado pelo satélite há uma câmera. O aparato é sensível o suficiente para detectar estrelas que estão a trilhões de quilômetros de distância.
Ao revisar repetidamente suas metas ao longo de cinco anos, o satélite deverá conhecer as coordenadas das estrelas mais brilhantes com uma margem de erro mínima, de apenas sete microssegundos de arco.
"Este ângulo é equivalente ao tamanho de uma moeda na Lua vista da Terra", explica o professor Alvaro Gimenez, diretor de ciência da Agência.
Evolução da Via Láctea
Os sensores da câmera também têm diferentes cores e detectam distintos tipos de luz.
Trata-se da "câmera mais poderosa já construída", diz a Agência Espacial Europeia. Poderia tirar uma foto de um fio de cabelo humano a milhares de quilômetros de distância.
No espaço, a função do equipamento será medir o tamanho, a luminosidade e a posição de mais de um bilhão de estrelas, algo útil para que se saiba como a Via Láctea evolui.
Gaia vai identificar estrelas semelhantes ao Sol e outras que estão explodindo, as supernovas.
Buscará ainda buracos negros, encontrar elementos jamais imaginados antes por cientistas e, possivelmente, desobrir que a forma da Via Láctea é diferente desta que vemos e da que conhecemos nos livros de ciência.
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