por Equipe Time de Fora
O Ferroviário está com a corda no pescoço. O Tubarão da Barra, quevenceu o Tiradentes na última quarta-feira (19) por 4 a 2, precisa de uma nova vitória na última rodada doCampeonato Cearense para não cair para a 2ª divisão. Ícone do grupo, o atacante Iarley desabafou sobre a difícil realidade vivida pelos atletas corais.
Mesmo com a vitória sobre o Tigre da PM, Iarley não parecia aliviado. O experiente atleta foi rodeado por jornalistas e revelou pontos cruciais sobre a má fase do Ferrão. Segundo o atacante, a falta de estrutura do clube coral o assustou.
“Não é culpa da diretoria, que faz de tudo para que o time entre pelo menos em campo, mas infelizmente o Ferroviário hoje só tem seu nome, e mais nada. Quando eu cheguei ao clube, fiquei assustado. Os outros clubes têm o mínimo de estrutura, e nós não temos”, desabafou.
“Quando eu cheguei, ainda tentei buscar recursos, juntamente com nosso presidente. Fizemos das tripas coração para arrumar dinheiro, mas futebol é caro. Se você não tem um campo bom para treinar, alojamento, nutricionista, preparador físico e descanso, você vai jogar a primeira (divisão), a segunda e a terceira… Essa é a situação do Ferroviário”, completou o atleta.
Iarley revelou algumas das dificuldades pelas quais passam os jovens atletas corais, como pegar cerca de 1h30 de ônibus para chegar aos treinos. “A gente faz uma campanha dessa por total falta de estrutura. Temos vontade de jogar bem, mas não temos o mínimo de condições. A metade do time mora em Messejana e vai de ônibus até a Barra do Ceará”, afirmou.
Veja o desabado do experiente atacante:
Tabela ingrata desgastou jovens atletas
A tabela do Estadual, com três jogos semanais, também foi um ponto questionado pelo atacante. “Com essa tabela, você não vê bom futebol. O Guarani veio aqui, e metemos 5 x 0 neles, mas eu falei para o grupo: ‘é um falso futebol, pois os caras pregaram’. Nós não temos dinheiro nem para pagar passagens de avião, para não se desgastar. Por isso dificilmente sai jogador do nosso estado. Eles não têm estrutura física para aguentar jogos terça, quinta, sábado… Eu tenho, pois conheço meu corpo e tenho condição financeira para me bancar, mas esses meninos só comem feijão, arroz e carne e não fazem nenhuma suplementação“, expôs o atacante.
A última cartada, diante do Quixadá, no próximo domingo (23), já não terá mas sistema tático, e só a raça do grupo poderá fazer com o Ferrão permaneça na Série A do Cearense. “É até triste, mas o nosso torcedor está comemorando uma ida ao último jogo para não cair. Vamos tentar descansar o máximo possível e jogar com muita garra, pois não tem mais sistema tático“, afirmou o atacante.
O Tubarão pode até cair, mas Iarley frisou que seguirá junto ao time. “Eu poderia ter abandonado a muito tempo. Já joguei machucado, e ninguém sabia… Mas eu não pulei do barco. Estou aqui para dar a minha cara (a tapa). Se cair, eu vou cair junto. Se for pra subir depois, vou estar junto. E esse é o Ferroviário que muita gente não conhece”, concluiu.
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