O Globo traz nesta quinta-feira, 12, matéria assinada pelas jornalistas Maria Lima e Cristiane Jungblut, afirmando que passada a convenção que sacramentou o apoio do PMDB à reeleição da presidente Dilma Rousseff, a ala ligada ao vice-presidente Michel Temer está focada agora na construção do maior número de palanques governistas possíveis país afora. Mas já decidiu também que os infiéis não passarão incólumes: a direção nacional pretende não repassar recursos para os estados onde o partido estiver integralmente apoiando Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB). Na lista negra dos principais responsáveis pela apertada margem que consagrou a aliança estão Bahia, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Ceará.
Integrantes da ala vitoriosa na convenção do PMDB atribuem o resultado apertado (59% dos votos a favor da aliança) aos problemas do partido na formação de palanques estaduais em confronto com o PT. Avaliam que a rebelião inesperada foi um recado para o PT, que agora precisa fazer sua parte e ceder em estados cruciais para Dilma: Ceará, Rio e Goiás. No Rio, cobram a renúncia de Lindbergh Farias em favor de Pezão; em Goiás, querem a renúncia de Paulo Garcia em favor de Íris Rezende; e no Ceará, que o PT defina logo o apoio à candidatura de Eunício Oliveira ao governo, sob pena de o líder do PMDB no Senado, que lidera a disputa num patamar acima de 40% nas pesquisas, se aliar a Tasso Jereissatti, do PSDB, e apoiar Aécio Neves.
— A questão estadual contaminou o resultado, e isso tem que ser revisto pelo PT. Nós fizemos nossa parte. Agora cabe ao PT decidir se é mais importante o projeto estadual ou reeleger Dilma. Vai haver reação nos estados — disse o deputado Eliseu Padilha (RS), que está isolado no apoio a Dilma no estado, contra uma chapa formada para apoiar Eduardo Campos (PSB).
Sobre as traições, Padilha diz que Temer vai olhar para frente, pois é preciso esquecer o que passou. Mas aliados de Temer avisam também que, em estados como a Bahia, onde o PMDB de Geddel Vieira Lima vai apoiar Aécio, os candidatos terão que viabilizar suas campanhas com o caixa da oposição, e não do partido.
Fonte: O Globo.
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