Em sua 13ª edição, a campanha Doe de Coração contribui, a cada ano, para sensibilizar a população sobre a importância da doação.
Desde 2003, a Fundação Edson Queiroz realiza a campanha Doe de Coração, com o objetivo de lançar luz à questão da doação de órgãos e tecidos, reduzindo a barreira do preconceito e estimulando um gesto de amor e solidariedade.
Em sua 13ª edição, o movimento já sensibilizou milhares de pessoas e foi reconhecido nacionalmente pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) que concedeu, em 2008, o prêmio Amigo do Transplante à Fundação Edson Queiroz.
Em sua 13ª edição, o movimento já sensibilizou milhares de pessoas e foi reconhecido nacionalmente pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) que concedeu, em 2008, o prêmio Amigo do Transplante à Fundação Edson Queiroz.
Realizada tradicionalmente do mês de setembro, a campanha busca sensibilizar a sociedade através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas. A mobilização é realizada em hospitais, escolas, clínicas, no Sistema Verdes Mares de Comunicação, na Unifor e em entidades diversas, traduzindo a preocupação da Fundação Edson Queiroz para um ato de esperança e alteridade.
Para a coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, a médica Eliana Barbosa, iniciativas como a Doe de Coração são fundamentais para desmistificar o processo de doação, conscientizando a população e, consequentemente, diminuindo o tempo de espera dos pacientes. “O movimento é, sem dúvida, uma grande estratégia de comunicação que consegue impactar positivamente na predisposição da sociedade cearense em se declarar doador de órgãos e tecidos para fins de transplantes. Desde o ano de 2003, quando foi iniciada a campanha, temos obtidos bons resultados em número de doadores efetivos e consequentemente um aumento no número de transplantes realizados, elevando o nosso Estado a destaque nacional na doação de órgãos”.
O retorno é expressivo. Em 2003, quando teve início o movimento, apenas 420 transplantes foram realizados em todo o estado do Ceará. Em 2014, o número mais que triplicou, chegando a 1.339 transplantes efetivados, 919 a mais em comparação com o ano de 2003. São contabilizadas cirurgias de transplante de córneas, esclera, rins, coração, fígado, medula óssea, válvulas cardíacas, pâncreas e pulmão.
Este ano, até meados de agosto, 819 transplantes haviam sido realizados no estado. O número posiciona o Ceará em 4º lugar no país no número de doações efetivas por milhão de população (pmp), de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, publicação de dados consolidados pela ABTO, com 19 cirurgias pmp. Ainda de acordo com a publicação, neste primeiro semestre de 2014, o Ceará ficou em 2º lugar geral em doação efetiva de fígado, 3º em pulmão e 5º em coração.
Os números também apontam a necessidade contínua de campanhas do cunho da Doe de Coração, de estímulo e conscientização, especialmente no restante do Brasil, onde o número de doações sofreu um decréscimo, ainda de acordo com o relatório da ABTO. Até junho, 1159 pessoas ainda permaneciam na fila de espera por um órgão no Ceará. No Brasil, a taxa de doadores efetivos foi de 13,4 pmp, 21% abaixo da esperada. Em todo território nacional, 44% das famílias ainda se recusam a doar órgãos de um parente com morte encefálica, principalmente pela falta de esclarecimentos.
“Principalmente quando há uma queda no número de doações, como acontece atualmente no Brasil, a Doe de Coração é uma luz que reacende a esperança de centenas de pacientes que aguardam no cadastro técnico único do nosso Estado a realização do transplante. Eles se alegram, pois sabem que quando é iniciada há uma recuperação ou aumento no número de doações e as suas chances de vida aumentam”, aponta a Dra. Eliana Barbosa.
Segundo o Ministério da Saúde, o passo principal para se tornar doador é conversar com a família e deixar bem claro o desejo de doar. Não é necessário nenhum documento escrito. A doação de órgãos pode ocorrer a partir do momento da constatação da morte encefálica. Um único doador tem a chance de salvar ou melhorar a qualidade de vida de pelo menos 25 pessoas. Em alguns casos, a doação em vida também pode ser realizada (parte do fígado, um dos rins e parte da medula óssea). Não existe restrição à doação de órgãos, a não ser para soropositivos e pessoas com doenças infecciosas ativas.
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