Desconfiada, mãe colocou câmera escondida dentro de carrinho do filho.
Defesa alegou que proprietária não tinha condições psicológicas de depor.
A Polícia Civil pretente encaminhar até sexta-feira (6) o pedido de prisão preventiva da proprietária de uma creche que foi flagrada em vídeo agredindo crianças dentro da escola em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O caso acabou descoberto após uma mãe esconder uma câmera de celular dentro do carrinho do filho.
Nos vídeos, a dona do estabelecimento aparece gritando e batendo nas crianças. Na última semana, um grupo de pais se organizou para denunciar o caso à polícia. O depoimento da mulher estava previsto para ocorrer na segunda-feira (2), mas a defesa compareceu à delegacia com um atestado médico, alegando que ela não tinha condições psicológicas para prestar esclarecimentos.
"Há uma indignação social neste caso, um clamor público. Diante disso, da agressividade das imagens, vou encaminhar o pedido de prisão preventiva. O inquérito ainda não tenho data para concluir, mas deve ser o mais rápido possível", explica o delegado Paulo Prado.
Uma das mães responsáveis pela denúncia, Liliane Pappen, relata que dois de seus três filhos frequentavam a escolhinha Baby Disney, localizada no bairro Parque da Matriz. Ela começou a perceber um comportamento estranho no caçula, Pedro, de um ano e meio. Conforme Liliane, o menino chegou a aparecer em casa com manchas roxas na pele. As crianças fizeram exame de corpo de delito entre os dias 27 e 28 de fevereiro.
"Até então, eu não desconfiava da escola. O Pedro começou a morder bastante, dar tapas. Eu estranhei isso. E aí uma outra mãe foi perguntar referências sobre a escola e ouviu de uma ex-professora que era para tirarmos as crianças de lá. Então ela instalou a câmera e conseguiu filmar por dois dias. Quando ela me contou, eu não acreditava. Acreditei apenas quando vi", relata.
Conforme os pais, a proprietária da creche retirou todos pertences do local na noite de terça (3), escoltada pela Brigada Militar. A proprietária também registrou boletim de ocorrência na polícia, alegando que foi agredida por um dos pais. A reportagem tentou contato com a creche, mas não obteve retorno.
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