Ele foi contratado por uma construtora de Valparaíso de Goiás como eletricista.
Caso comoveu policiais, que pagaram sua fiança e deram alimentos a Mário.
O eletricista Mário Ferreira Lima, de 47 anos, que foi preso após furtar cerca de 2 kg de carne, foi contratado por uma construtora de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, nesta sexta-feira (15). Após ter a Carteira de Trabalho assinada, o homem disse, sorridente, que estava sentindo uma emoção muito grande. “Estou muito feliz e agradecido a todos que me ajudaram. Agora vou poder sustentar minha família com dignidade”, falou.
Mário, que mora em Luziânia, foi flagrado pelo segurança de um supermercado ao tentar furtar um pedaço de carne dentro de sua mochila.,Segundo o eletricista, ele não tinha dinheiro suficiente para pagar o alimento e seu filho não tinha o que comer. Ele foi preso, mas sua história sensibilizou os policiais civis, que pagaram sua fiança e ainda deram uma cesta básica a ele.
Após ser contratado, o eletricista disse que irá fazer uma reflexão sobre todo o ocorrido desde o furto, para que seu filho não tenha um exemplo ruim. “Vamos fazer uma reciclagem do que aconteceu, dos bons e maus momentos, mas quero que meu filho pegue apenas os bons exemplos e que ele seja trabalhador e honesto. Eu já expliquei para ele que não somo desse tipo, nós temos que praticar o bem”, disse.
Sorridente, ele disse que se surpreendeu com todas as ajudas que recebeu no momento mais difícil de sua vida. “Eu pensei que estava abandonado no mundo, mas tem um Deus maior olhando por nós e muitas pessoas com o coração bom demais”, disse emocionado.
Antes do furto
Mário estava desempregado há um ano e três meses. Antes desse período, ele era técnico de manutenção em um shopping da cidade. Entretanto, um problema de saúde da mulher o obrigou a largar o trabalho. “Minha esposa tinha sofrido um acidente de moto e ficado em estado de coma. Ela ficou no hospital e eu tive que largar o trabalho para cuidar da minha esposa. Fiquei o ano inteiro com ela no hospital”, explicou.
Mário estava desempregado há um ano e três meses. Antes desse período, ele era técnico de manutenção em um shopping da cidade. Entretanto, um problema de saúde da mulher o obrigou a largar o trabalho. “Minha esposa tinha sofrido um acidente de moto e ficado em estado de coma. Ela ficou no hospital e eu tive que largar o trabalho para cuidar da minha esposa. Fiquei o ano inteiro com ela no hospital”, explicou.
Atualmente, sua esposa mora na casa de parentes, pois a casa de Mário não tem a estrutura necessária para receber a esposa, que agora necessita de cuidados constantes. Agora, com o novo emprego, ele espera conseguir reformar o imóvel para que a família volte a viver toda junta novamente.
Durante esse período desempregado, Mário disse que passou por muitas dificuldades, principalmente para conseguir alimentos para ele o filho, de 12 anos. “Você tirando o dinheiro de dentro de casa sem ter dinheiro para entrar por estar sem trabalhar, ganhando apenas R$ 70 de Bolsa Família, para sustentar duas pessoas e uma casa, não dá”, contou.
Dificuldades
O drama do eletricista começou na última quarta-feira (13), quando ele foi flagrado tentando furtar a carne em um mercado em Santa Maria (DF). Embora more em Luziânia, Mário disse que cometeu o crime em Santa Maria por ter ido visitar sua mãe, que mora na cidade, não ter conseguido dinheiro emprestado com ela, e não ter dinheiro suficiente para pagar pelos alimentos. Mário, que recebe R$ 70 do Programa Bolsa Família, diz que confundiu as datas do benefício e seu dinheiro acabou antes que desse para fazer compras. Sendo assim, ele tentou esconder a carne na bolsa.
O drama do eletricista começou na última quarta-feira (13), quando ele foi flagrado tentando furtar a carne em um mercado em Santa Maria (DF). Embora more em Luziânia, Mário disse que cometeu o crime em Santa Maria por ter ido visitar sua mãe, que mora na cidade, não ter conseguido dinheiro emprestado com ela, e não ter dinheiro suficiente para pagar pelos alimentos. Mário, que recebe R$ 70 do Programa Bolsa Família, diz que confundiu as datas do benefício e seu dinheiro acabou antes que desse para fazer compras. Sendo assim, ele tentou esconder a carne na bolsa.
A ação foi flagrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento e, mesmo tentando explicar que cometeu a ação para alimentar o filho, as desculpas não foram aceitas e o dono do comércio acionou a Polícia Militar. Mário foi preso e a fiança foi estipulada em R$ 270.
Ao saber que ficaria preso, o homem chegou a passar mal na delegacia e disse que estava há dois dias sem comer. Ele relatou que estava desempregado há três meses e que ele o filho se alimentavam apenas de pão, banana e bolachas. No entanto, deixou a criança consumir os últimos alimentos que eles tinham em casa.
“Tinha três meses que eu não tinha gás, então a nossa comida aqui era tudo coisa rápida, pois não dava para cozinhar tudo lá fora [no fogão à lenha]. Então, eu comprava sanduíches baratinhos, de R$ 0,60, ou comprava duas ou três linguiças e colocava dentro do pão. Aí a gente estava vivendo assim”, relatou.
Mário diz que a todo o momento se preocupou com o filho. “Quando ele [delegado] me disse que eu estava detido, fiquei preocupado, pois estava com o alimento que iria levar para o meu menino, que ainda não tinha almoçado. Ele mandou me algemar para que eu não saísse correndo, mas eu disse que não iria fazer isso, pois já estava lá no fundo do poço e iria para onde? Aí ele disse que talvez dali a um mês o juiz poderia me chamar para a audiência. Aí eu entrei em desespero”, diz.
Sensibilizados com o caso, a agente de polícia Kelen Lemos pagou a fiança do eletricista e se uniu a outros policiais, que fizeram compras para ajudá-lo. “Ele estava sem se alimentar e não tem como a gente não se sensibilizar. Não fizemos isso de maneira alguma para estimular esse tipo de situação”, afirmou a policial.
O eletricista diz que sua fé o ajudou a sair daquela situação. “Passou um moço na delegacia e eu pedi pelo amor de Deus para ele levar o alimento para o meu filho, que ia chegar do colégio e ainda não tinha comido. Mas ele não fez questão. Aí eu pedi a Deus que não me deixasse passar a noite lá e que eu dormisse em casa. Poucos minutos e a policial apareceu dizendo que iria pagar a fiança. Eu a agradeço demais", ressaltou.
Ele também fez questão de agradecer os policiais que o compraram alimentos. "Eles são pessoas de bem, não tenho palavras para falar sobre o que eles fizeram. Saímos da delegacia, me levaram em um supermercado e voltei para casa com comida. Eles são anjos", disse.
Apesar da reviravolta no caso, Mário vai responder em liberdade pelo crime de furto. Ele diz que aprendeu uma lição. “Deus me livre, não quero passar por isso nunca mais na minha vida e nem quero que ninguém passe. Mas tem gente aí que nunca viveu essa situação de não ter as coisas, sempre teve. Por isso tem que dar valor ao que tem e cuidar”, afirmou.
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