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domingo, 23 de dezembro de 2012

A BONANÇA CHEGA APÓS A TEMPESTADE.



Decepções fizeram Claudemir encerrar a carreira aos 27 anos, dando a volta por cima na nova ocupação
Ponta esquerda trabalha hoje como frentista e se diz feliz com o atual emprego FOTO: ALCIDES FREIRE
Claudemir apareceu como um raio no Ceará no fim da década de 80. Baixinho, rápido e habilidoso, ganhou destaque em meio a craques como Marquinhos Capivara, Gérson Sodré, Hélio Carrasco e Carlos Alberto Borges.

Mas com a mesma velocidade que chegou ao profissional, vencendo quatro campeonatos estaduais pelo Vovô, Claudemir encerrou a carreira aos 27 anos. "Seguidas decepções, como contusões e desvalorização de treinadores, me fizeram parar e olhar para frente, em um novo emprego", recorda.

O atacante, ainda que tenha grandes recordações no futebol, como os títulos, gols que marcou e zagueiros que "entortou", guarda algumas mágoas. "Fui campeão pelo Ceará em 1996, mas não fui valorizado, e logo emprestado ao Tiradentes. Após isso, fui ao União São João, time paulista, achando que seria contratado, mas era um teste. Saí decepcionado, pois quem me levou lá me conhecia e, inclusive, me projetou para o futebol. Depois disso, resolvi parar", desabafa o ex-jogador.

Claudemir integrou o inesquecível time do Ceará de 1994, vice-campeão da Copa do Brasil, que só parou no Grêmio na final FOTO: ALCIDES FREIRE/REPRODUÇÃO

Logo ele, que considerava o ano de 1996 como decisivo para a carreira, após se recuperar de séria contusão. "Aquele ano era decisivo para mim. Muitos técnicos me chamavam de ´canela de vidro´. Tinha de mostrar que estava recuperado. Venci, fui campeão como titular, mas as decepções vieram e parei em 97".

Mas a "transição" não foi traumática. Logo em 1998, Claudemir foi contratado pela Nacional Gás, onde trabalha até hoje como frentista. "Há 15 anos estou aqui, me sinto bem, feliz. Logo quando parei, tive a sorte de entrar em uma empresa grande, sólida. Estou bem, em uma ocupação que dá condições a mim e a minha família", agradece.

Assim, as decepções vividas no futebol já fazem parte do passado. Claudemir sempre reencontra torcedores do Ceará no local onde trabalha ou nos estádios, acompanhando seu filho. "Os torcedores do Ceará tem um carinho por mim. São quatro títulos lá. As magoas ficaram no passado e agora só curto o carinho dos torcedores, as conquistas como jogador e as conversas com os amigos ex-jogadores", diz.

Época errada
De fato, Claudemir se orgulha de sua curta trajetória como jogador. À reportagem, faz questão de mostrar vídeos de seus gols, armazenados no computador.

Orgulhoso com o conquistado na carreira, o ex-jogador revela. "Hoje, tudo é mais fácil. Até guardar os gols. Com a mídia, e a valorização dos jogadores, é mais fácil conseguir bons contratos. Joguei na época errada", brinca sorridente.

Wendel: veteranos como espelho
O ex-volante Wendel tratou de decorar sua academia com as camisas de todos os clubes pelos quais passou na carreira futebolística FOTO: LUCAS DE MENEZES
Aprender, fora de campo, com os atletas mais rodados na profissão foi sempre um lema do volante Wendel, que encerrou a carreira aos 33 anos, embora tenha deixado em aberto um possível retorno, caso ache conveniente.

Os torcedores com certeza se lembram de Wendel, que surgiu no Uniclinic em 1997, seu primeiro time profissional. Antes, ele atuou no Projeto Sítio Betesda, comandado pelo técnico Danilo Augusto, no futsal.

Mas foi no Vila Nova/GO, após ter passado por vários clubes, que sua vida mudou. Wendel fraturou a fíbula e rompeu o ligamento do tornozelo. Foi quando tomou uma decisão, junto com a esposa: não dependeria mais apenas do futebol para sobreviver.

Para montar um negócio que lhe desse dividendos quando encerrasse a carreira, Wendel passou por uma fase de preparação. Inicialmente, quando estava nas concentrações, procurava ficar nos mesmos quartos de colegas mais experientes. "No Fortaleza, aprendi muito com o Jéfferson, com o Mazinho Loiola. No Avaí, convivi com o Turatto (hoje no Icasa). Procurei alguém que pudesse me passar algo de bom para evoluir na carreira".

Ouviu também os familiares, alguns entre os quais comerciantes, até chegar na academia.

Brasileiro
Wendel permaneceu no Uniclinic de 1997 a 2001. No final deste ano, o Ceará comprou seu passe junto ao Uniclinic.

Os primeiros grandes momentos na carreira de Wendel em Campeonatos Brasileiros tiveram início em 2001, quando, atuando pelo Ceará, seu time foi até às quartas de final da Série B daquele ano, sendo eliminado pelo Avaí/SC, em pleno PV.

Foi o momento para o volante conviver com craques que se dariam bem na carreira, casos de Mota, Iarley, Sérgio Alves, do goleiro Magrão - que posteriormente foi para o Sport de Recife, entre outros.

Após o título cearense de 2002, Wendel foi contratado pelo Flamengo, indicado pelo técnico Lula Pereira. No Rubro-Negro, permaneceu até o fim daquele ano. "Lembro que o Felipe Melo e o Andrezinho estavam começando a carreira. Estavam lá o Alessandro, que levantou a taça pelo Corinthians (Mundial de Clubes), Athirson, Liedson, Valdson, Caio Ribeiro e outros".

A carreira de Wendel passaria ainda por Fortaleza, Sport, Avaí (com acesso à Primeira Divisão título catarinense), União São João, Ponte Preta, e Vila Nova.fonte:DN online/camocim belo mar blo
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