O Movimento Passe Livre agendou, para a próxima segunda-feira, uma nova manifestação contra o aumento de tarifas do transporte público em São Paulo. Segundo evento criado pelo grupo na rede social Facebook, o próximo ato será no Largo da Batata, a partir das 17h.
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Denominado "Quinto grande ato contra o aumento das passagens", o protesto contava com mais de 40 mil pessoas confirmadas até as 10h30 desta sexta. Ontem, milhares de pessoas foram às ruas na região central de São Paulo, mas a passeata, que começou pacífica - com jovens cantando, carregando cartazes e distribuindo flores para a população -, terminou com cenas de guerra em diversas ruas do centro.
As primeiras bombas de gás lacrimogênio lançadas pela Polícia Militar, às 19h15, na rua da Consolação, deram início a uma sequência de atos violentos por parte dos militares, que se espalharam até por volta da meia-noite. Antes do início da ação policial, o major Lidio Costa Junior, do Policiamento de Trânsito da PM, afirmou ter sido rompido um "acordo" que havia sido feito com os manifestantes.
Na convocação para o próximo ato, o Movimento Passe Livre citou a ação da polícia e prometeu continuar com as manifestações até que a tarifa seja revista. Veja o comunicado na íntegra:
“A luta da população de São Paulo contra o aumento das passagens de um transporte que se diz público está cada vez maior e mais forte! Mas a única resposta do governo é uma repressão policial mais truculenta e arbitrária a cada ato. Nessa quinta, uma manifestação de 20 mil pessoas, completamente pacífica, foi recebida a bombas e balas de borracha na (rua da) Consolação. Ficou claro que a violência parte sempre da polícia.
Eles querem nos calar, nos separar, nos enfraquecer. Mas nós não deixaremos! Ninguém vai nos deter em nosso direito de nos manifestar até a tarifa baixar!”
Eles querem nos calar, nos separar, nos enfraquecer. Mas nós não deixaremos! Ninguém vai nos deter em nosso direito de nos manifestar até a tarifa baixar!”
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13 de junho - Plínio de Arruda Sampaio, ex-presidenciável pelo Psol, acompanha a movimentação. Ele criticou atos de vandalismo registrados em protestos anterioes
Foto: Alice Vergueiro / Futura Press
Haddad cita violência da PM e nega redução de tarifa
No fim da noite desta quinta-feira, o prefeito Fernando Haddad afirmou que as manifestações e confrontos criaram uma “escalada” de violência na cidade. Ele também elogiou a iniciativa da Secretaria de Segurança do Estado de investigar os indícios de excesso de força policial. “Na terça-feira a imagem que ficou foi a da violência dos manifestantes. Infelizmente, hoje não resta dúvida de que a imagem que ficou foi a de violência policial."
No fim da noite desta quinta-feira, o prefeito Fernando Haddad afirmou que as manifestações e confrontos criaram uma “escalada” de violência na cidade. Ele também elogiou a iniciativa da Secretaria de Segurança do Estado de investigar os indícios de excesso de força policial. “Na terça-feira a imagem que ficou foi a da violência dos manifestantes. Infelizmente, hoje não resta dúvida de que a imagem que ficou foi a de violência policial."
Segundo ele, o secretário Fernando Grella afirmou que vai abrir "inquérito para apuração rigorosa dos fatos". O prefeito passou o fim da tarde e a noite em reunião com secretários e técnicos para monitorar a manifestação do Movimento Passe Livre. “Infelizmente, a imagem que ficou hoje é essa, de um possível excesso da força policial”, completou.
Nesta sexta-feira, em entrevista ao Bom Dia SP, o prefeito afirmou, no entanto, que a possibilidade de tarifa zero no transporte coletivo de São Paulo é uma ilusão. O prefeito defendeu a manutenção da tarifa em R$ 3,20, argumentando que "fizemos um esforço enorme para que o reajuste da tarifa fosse o menor possível, pela inflação ela iria para R$ 3,40".
"Quero mostrar para o movimento que R$ 600 milhões estão sendo investidos para que o reajuste fosse abaixo da inflação", disse. "Se nós vamos diminuir a tarifa, da onde o recurso vai sair? É um problema de todos os prefeitos do Brasil, não é restrito a São Paulo", afirmou Haddad.
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