Aluna de educação física da Unip, Ida relata dificuldades financeiras.
Unip atende alunos carentes pelo Prouni e diz não ter bolsa para ex-atletas.
A ex-jogadora de vôlei Ana Margarida Álvares, a Ida, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, publicou na sua página no Facebook um post relatando dificuldades financeiras e reclamando de não ter conseguido obter uma bolsa de estudos da faculdade Universidade Paulista (Unip), onde cursa o primeiro ano de educação física na unidade Cidade Universitária, Zona Oeste de São Paulo. A mensagem ganhou grande repercussão nas redes sociais e entre os esportistas.
“Agora que parei de jogar, fui atrás de aprimorar conhecimentos para ampliar minha área de atuação no mercado de trabalho e, mesmo tendo o Cref (certificado em educação física), não fui aceita como bolsista na Unip”, escreveu Ida. “Defendi como jogadora de vôlei, por pelo menos cinco anos, o Colégio Objetivo (da Unip). É triste ver que depois de toda essa dedicação para o esporte, não temos sequer apoio para começar um novo caminho.”
O diretor-geral da Unip, José Augusto Nasr, disse que a instituição oferece bolsas de estudos pelos programas oficiais do Ministério da Educação para alunos carentes, o Prouni (bolsas de estudo) e o Fies (financiamento estudantil), com mais de 50 mil estudantes atendidos. Tem também um programa de bolsas para alunos que são atletas em atividade e competem pela Unip. "Em relação à ex-jogadora Ida, caso ela queira comprovar a situação de carência, a universidade se dispõe a estudar sua situação", disse o diretor.
Sem trabalho
Ida, de 48 anos, tem em seu currículo, além do bronze nas Olimpíadas de 1996, uma medalha de prata no Mundial de 1994 e no Pan-Americano de 1991. Ela defendeu a seleção brasileira feminina de vôlei por 12 anos.
Ida, de 48 anos, tem em seu currículo, além do bronze nas Olimpíadas de 1996, uma medalha de prata no Mundial de 1994 e no Pan-Americano de 1991. Ela defendeu a seleção brasileira feminina de vôlei por 12 anos.
A ex-jogadora disse ao G1 que fez vestibular no início do ano e entrou em educação física na Unip. Pagou a primeira mensalidade, de R$ 450, e a partir daí passou a buscar contato para obter uma bolsa de estudos. Ela disse que frequentou todas as aulas e fez todas as provas e está com mensalidades em atraso.
"Estou sem trabalho. Dou aulas de vôlei para quatro alunos no Clube Pinheiros. Isso não paga minhas contas. Não estou pedindo a bolsa porque sou a Ida do vôlei, mas porque eu preciso e porque acho que é justo”, disse. “Que universidade não gostaria de ter uma atleta olímpica na sala de aula?"
Ida explicou que depois que parou de jogar recebeu um registro provisório para poder dar somente aulas de vôlei, mas precisa se formar em educação física para ter uma atividade regulamentada em academias e clubes se fizer o bacharelado, ou como professora, caso faça o curso de licenciatura.
Ida alertou que muitos atletas olímpicos passam a ter dificuldades financeiras quando param de jogar. “Joguei até 37 anos. Jogar vôlei é muito fácil, a gente vive dentro de uma bolha com todo apoio possível. O problema é quando para de jogar. A maioria não tem faculdade. Então resolvi fazer educação física. E é justamente nessas horas que a gente mais precisa que as instituições viram as costas."
A ex-jogadora explicou que o dinheiro que ganhou com o ensaio para a revista Playboy, em 1996, ela usou para comprar a casa própria. "O dinheiro que ganhei na vida inteira não dá para viver com as contas que tenho", disse a ex-atleta
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